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Badvibefields forever


Publicado em 14 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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O mundo não é um lugar confortável para Alessandro Santana. Aracaju, menos ainda, talvez.
Sempre na contramão, à margem, autêntico demais para caberna panela rasa da aldeia, ele adotou o exercício artístico mais iconoclasta como refúgio.Assim, corre o risco de falar às paredes, mas também não pede licença a ninguém.
Música das Cinzas, um projeto autoral realizado desde 2004, jamais encontrará palco adequado para uma comunhão festiva com grandes plateias, aqui ou alhures – amargo demais para o rádio e a televisão. O pendor para a “badvibe”, aliás, atende a uma questão de princípios. E o batismo do álbum mais recente, prestes a ganhar materialidade, em edição limitadíssima de 40 exemplares, vai direto ao ponto, sem arrodeios: Ambiências Sonoras para Baixar o Seu Astral.
Sem par, sem paralelo, Cabelo, como o artista se fez conhecido nas esquinas escuras, continua trabalhando, contudo. Não há, por trás do seu esforço, a motivação suspeita de alguma pretensão realizadora transcendental. Mais fácil supor, a partir das ambiências compiladas por ele, numa falta de crença absoluta, total.
Sim, o mundo é mesmo um moinho, como cantou Cartola, a síntese de uma impressão mais ou menos generalizada. Para Cabelo, no entanto, a desgraça não merece nem mesmo a beleza de um samba, ou de um rock, versos inspirados. O mal estar é só um dado da realidade, a condição de um homem lúcido. Ponto final.
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