O vice-governador participou de Encontro de Governadores do Nordeste nesta terça-feira, em Teresina
Belivaldo Chagas defende Plano de Segurança Nacional
Publicado em 06 de março de 2018
Por Jornal Do Dia
Após a proposta do presidente Michel Temer lançar uma linha de financiamento de R$ 42 bilhões para investimentos em segurança pública, governadores do Nordeste se reuniram em Teresina, nesta terça-feira (06), para debater a implementação de um plano de segurança comum a todos os estados, bem como o desenvolvimento de políticas públicas para o setor. O vice-governador Belivaldo Chagas participou do encontro e compôs a carta que será entregue ao governo federal.
O documento propõe a criação de um Fundo Nacional de Segurança Pública, tendo como fontes recursos oriundos das loterias da Caixa Econômica Federal, valores arrecadados de prêmios não reclamados, além das quantias relativas ao IPI, ICMS provenientes do comércio de armas, munições, explosivos e demais produtos controlados, além da tributação de jogos, especialmente eletrônicos e pela Internet. Além disso, foi sugeridaa a integração do sistema de comunicação entre as Polícias e os Estados; execução de uma operação no Nordeste para o enfrentamento ao crime nas áreas de divisas e fronteiras com a integração de todas as forças de segurança (30, 60, 90 dias de atividades planejadas intensificadas em todos os estados).
Para o vice- governador Belivaldo Chagas, o debate precisa abranger a revisão da legislação penal. "Recentemente, os governadores tiveram reunidos no Acre. De lá, saiu a Carta do Rio Branco. Semana passada, uma reunião em Brasília e dessa reunião o que saiu de concreto foi: empréstimo via BNDES, com dois anos de carência, oito anos para pagar e os Estados, caso consigam esse empréstimo, entrarem com uma contrapartida de 20%. Sergipe, por exemplo, está lutando há mais de seis meses para conseguir uma liberação de recursos junto à Caixa Econômica Federal e não conseguiu até hoje. De repente, será rápido conseguir esses recursos para a segurança? Se a gente pesquisar nos nossos estados a questão da segurança, vamos ver que o grau de sensação da segurança da população tem ficado cada vez mais baixo. É isso que nos preocupa. Precisamos de condição para fazer o necessário. Temos que discutir a revisão da legislação penal", afirmou, acrescentando que o índice de reincidência é alto nos estados.
"Em Sergipe, conseguimos colocar nos presídios cerca de 4.055 presos, em 2017. Desses, 1.508 são reincidentes. Isso é fruto de uma legislação que facilita a saída desse pessoal. Ficamos com a sensação de que estamos enxugando gelo. Então, a preocupação é que a gente tenha para médio e longo prazo, a discussão da legislação penal. Portanto, é o papel do Congresso Nacional fazer a revisão da legislação penal, mas de forma concreta. Precisamos apresentar para a população uma ação de curto prazo. E ação de curto prazo demanda recursos financeiros. Nós precisamos colocar, neste momento, mais policiais nas ruas. Precisamos agir. Entendemos que é extremamente importante essa troca de informações, essa integração entre as policias dentro do estado, a integração entre as policias dos estados. Enfim, o governo Federal faça a parte dele, porque nós estamos fazendo a nossa", declarou.
A Carta de Teresina elenca as prioridades a serem trabalhadas no âmbito da segurança pública. Entre os pontos principais, estão a modernização do sistema penitenciário e o combate integrado às organizações criminosas. Também figuram como prioridades a redução do feminicídio e violência contra a mulher; a diminuição de homicídios dolosos e o combate integrado ao tráfico de drogas, armas e proteção das fronteiras.
A meta é agregar as ações de segurança pública criando um sistema regular de financiamento, permitindo que cada estado, dentro de suas necessidades e planejamento, possa fortalecer o setor, com a aquisição de equipamentos, contratação de pessoal e reforço nas políticas salariais.
Anfitrião do evento, o governador de Piauí, Wellington Dias, apresentou um sistema de inteligência para monitorar grupos criminosos que atuam no País e defendeu a aprovação de uma nova fonte de recursos para o financiamento da Segurança Pública, a exemplo da criação de um fundo nacional semelhante ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).