O GOVERNADOR BELIVALDO CHAGAS E O PREFEITO EDVALDO NOGUEIRA DURANTE REUNIÃO DO Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae): DECISÕES CONCRETAS ADIADAS POR MAIS OITO DIAS
Belivaldo descarta barreiras, mas admite toque de recolher
Publicado em 26 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
O governador Beli valdo Chagas não descartou a possibilidade de adotar um toque de recolher à noite em todo o estado, afim de tentar frear ou diminuir o ritmo de disseminação do coronavírus e suas novas variantes. Ontem, ele participou de uma reunião com o Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae), que discutiu os últimos dados da pandemia e expressou preocupação com dois fatos principais: a alta ocupação de leitos destinados ao coronavírus, com alguns hospitais particulares à beira da superlotação; e a detecção de pelo menos três novas variantes do coronavírus em circulação no estado da Bahia: a do Amazonas, a da Inglaterra e uma terceira originária do Peru.
Na reunião, pesquisadores pediram que o governo do Estado instalasse barreiras sanitárias nas cidades sergipanas que fazem divisa com a Bahia, numa tentativa de controlar a entrada de pessoas com suspeita da doença. O governador disse que essa medida não seria necessária agora, mas recomendou que as prefeituras das cidades de divisa façam esse controle. "Nós não vamos fechar barreiras. Não há razão para fechar barreiras e impedir o direito de ir e vir. Agora, é prudente que os municípios coloquem barreiras sanitárias para abordar as pessoas que estejam transitando da Bahia para cá. A cepa que apareceu na Bahia, também apareceu aqui e a gente tem que ter essa preocupação", disse ele.
Ficou decidido ainda que os integrantes do Ctcae façam suas reuniões de semana a semana, e não quinzenalmente, como vinha ocorrendo. Essa mudança é por conta da evolução dos novos casos de coronavírus e do impacto causado pelas aglomerações e festas clandestinas que aconteceram durante o feriadão de Carnaval, mesmo com o cancelamento do ponto facultativo para os servidores públicos. Essa avaliação, inclusive, servirá para Belivaldo se decreta ou não o toque de recolher no estado, assim como aconteceu na Bahia, que enfrenta uma disparada nas contaminações e internações por Covid-19.
"Queremos incluir o período de Carnaval, muito embora, não tenha tido Carnaval, mas é fato que tiveram manifestações que acabaram por aglomerar muitas pessoas. Nós tivemos uma diminuição de casos e óbitos no início do ano, o que voltou a crescer nos últimos 8 dias. Por isso, achamos conveniente somarmos aos últimos oito dias, os próximos oito dias e, assim, vamos dizer se haverá necessidade do toque de recolher, o que não está descartado", frisou o governador.
Sobre os leitos hospitalares, Belivaldo disse que Sergipe ainda está com um percentual de segurança em relação à ocupação de leitos, mas o monitoramento está sendo rígido para evitar novas situações graves. "Neste ano, tivemos uma diminuição de ocupação de leitos e chegamos a 317 leitos ocupados, mas voltamos para 386. Se, daqui a oito dias, tivermos um crescimento desses números, indiscutivelmente, estaremos decretando o toque de recolher, mas essa decisão só será anunciada na próxima quinta-feira", reafirmou.
Entre as outras decisões tomadas pelo Ctcae, está a ampliação da testagem contra o coronavírus em pelo menos 20 municípios sergipanos, nos quais há uma maior incidência de casos suspeitos. "Vamos ampliar a testagem com força total, já que os municípios não estão fazendo isso. Então, em uma ação conjunta entre a UFS e o governo do Estado, nós vamos avançar a partir de segunda-feira, para que na quinta já tenhamos esses números. A ideia é que seja feita a testagem toda semana", informou.
A outra decisão foi pelo aumento da intensidade da fiscalização feita pela Força-Tarefa contra a Covid, coibindo e dispersando as aglomerações. "A força-tarefa vai continuar a atuar nos moldes do período do Carnaval, tentando evitar o máximo possível as aglomerações. Portanto, tudo vai depender, como sempre, do apoio da população. Se a população colaborar e não tivermos crescimento desses números, a gente vai poder evitar possibilidade de toque de recolher", pontuou.