Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Bem-cuidada, Aracaju completa 168 anos e tem gestão aprovada


Publicado em 18 de março de 2023
Por Jornal Do Dia Se


A partir da redemocratização do país, em 1985, Aracaju realizou 10 eleições diretas para a escolha de seu prefeito, sendo eleitos seis nomes diferentes. Três vices também assumiram – Viana de Assis, José Almeida Lima e Edvaldo Nogueira.
Até então, os prefeitos das capitais eram indicados pelo governador do Estado. Quando se elegeu governador pela primeira vez, em 1982, João Alves Filho pelo então PDS, sucedâneo da Arena que mantinha o regime militar, indicou Heráclito Rollemberg como prefeito de Aracaju, que fez uma administração elitista e sem preocupações sociais.
Com a eleição de Tancredo Neves através da chamada “Aliança Democrática”, uma junção de dissidentes do regime e oportunistas com o PMDB, João Alves, e os então deputados federais Jackson Barreto e José Carlos Teixeira iniciaram as negociações para repetição da aliança em Sergipe, culminando com a demissão de Heráclito e a indicação de José Carlos para a PMA, cujo mandato foi de 30/05/1985 a 31/12/1985. A partir daí, a prefeitura passou a ser voltada para as áreas periféricas da cidade, que viviam literalmente na lama.
No mesmo ano, Jackson foi eleito o prefeito mais votado do país e a prefeitura fez a opção pelos mais pobres. Foi o maior volume de obras já executado até então na capital, não interrompido nem mesmo com a intervenção decretada pelo governador Antonio Carlos Valadares, em 1987. Depois da passagem do interventor, JB renunciou e Viana de Assis deu sequência as obras de infraestrutura.
Em 1988, Jackson elegeu Wellington Paixão contra a máquina do governo usada escancaradamente por Valadares. Paixão teve altos e baixos e concluiu a gestão de forma melancólica, a partir do rompimento com JB, que acabou voltando ao comando da PMA em 1992. Com a renúncia de Jackson em 1994 para disputar o governo do Estado, assumiu o vice Almeida Lima, mas JB voltou a ser decisivo no pleito de 1996 quando elegeu João Augusto Gama. Em sua gestão foi construído o moderno mercado de Aracaju e o centro histórico recebeu a última restauração.
A partir do ano 2000 com a eleição de Marcelo Déda, aos 40 anos, tendo Edvaldo Nogueira como vice, uma nova geração passou a comandar os destinos de Aracaju. Déda fez uma gestão impecável tanto no aspecto moral quanto administrativo e foi reeleito sem qualquer dificuldade em 2004; em 2006 renunciou para disputar e vencer o governo do Estado, cedeu o cargo para Edvaldo, que manteve a mesma estrutura administrativa e foi reeleito no primeiro turno em 2008. Edvaldo enfrentou problemas no final de sua gestão e acabou permitindo a ressurreição de João Alves Filho, derrotado por Déda em 2006 para o governo.
A volta de João Alves significou o fim do ciclo progressista na PMA, a desorganização administrativa e financeira, retrocedendo ao patamar da época de Heráclito. A prefeitura literalmente parou, não pagava salários de funcionários, empreiteiros, fornecedores e prestadores de serviço, a coleta de lixo foi suspensa diversas vezes, e só conseguiu concluir o mandato porque os órgãos de controle de Sergipe não atuaram.
Na disputada eleição de 2016, Edvaldo enfrentou um renhido segundo turno e derrotou Valadares Filho, o seu protegido em 2012, com pouco mais de 12 mil votos. Assumiu com o discurso de reconstrução da cidade, atualizou os salários dos servidores, retomou os serviços, estabeleceu um gigantesco cronograma de obras, que atende todas as regiões da cidade, investimento de R$ 800 milhões. A falta de atualização do plano diretor, no entanto, dificulta a organização da cidade. A lei em vigor, ainda de 2000, foi feita com base em levantamentos de 1995.
Em 2020, Edvaldo foi reeleito sem qualquer dificuldade, apesar de um inesperado segundo turno com a delegada Danielle Garcia. Hoje faz uma administração aprovada pela maioria dos sergipanos, foi decisivo na vitória de Fábio Mitidieri (PSD) na disputa pelo governo contra Rogério Carvalho (PT), e hoje já desponta dos como um dos novos favoritos na disputa estadual 2024, como opção tanto para o governo como para o Senado.
Edvaldo segue os passos de Jackson e Déda, seus parceiros na luta pela redemocratização, e pode almejar cargos além da PMA.

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