Bons números

Em seis anos, a taxa de homicídios cometidos em Sergipe caiu quase 60%. O levantamento da Secretaria de Segurança Pública, realizado com o rigor indispensável às estatísticas, não deve ser desacreditado, nem comemorado sem ressalvas. É preciso considerar que, em tal período, o isolamento social imposto pela pandemia também produz reflexos em tais números.
Em seis anos, a taxa de homicídios caiu 58,5% em Sergipe. Os dados da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (CEACrim) também apontaram que o estado está no quinto ano de queda consecutiva na incidência de homicídios dolosos. Quando comparados os anos de 2021 e 2020, a queda alcança 26,5%.
Como se vê, a tendência de redução é antiga, anterior à pandemia. O resultado positivo é sim fruto das ações de planejamento e o trabalho integrado da Segurança Pública de Sergipe, portanto. É preciso considerar, no entanto, a impressão vivenciada por boa parte da população. Ano passado, foram registrados 559 homicídios dolosos. Centenas morreram a golpes de pedra, pau, na ponta da faca, no calor da bala.
Diante dos números, é impossível negar o bom trabalho realizado pela polícia. Mas é preciso tomar cuidado com o entusiasmo. Há muito trabalho por fazer. As facções criminosas ainda agem como uma espécie de estado paralelo, com poder de vida e morte sobre os brasileiros e atuação em todo o território nacional. O sistema prisional está falido, sob o domínio da bandidagem. Sem providências de ordem estrutural, os números relacionados à violência dificilmente vão ter efeito perceptível no dia a dia da população, ainda acuada ante uma sensação de insegurança que teima em desacreditar o empenho da polícia local.