Brasil é pária

Aos olhos do mundo, o Brasil é um pária. A con- junção infeliz da pandemia ainda em curso com  a falta de responsabilidade criminosa do governo federal transformou o país em uma ameaça de contornos muito bem definidos à segurança mundial.
Ontem, a Organização Mundial da Saúde se pronunciou oficialmente sobre o temor nos corações e mentes, nos quatro cantos do planeta. O diretor-geral da Organização, Tedros Adhanom, se disse decepcionado com o desempenho brasileiro na gestão pandemia.
Não é para menos. Com 10,3% das mortes por Covid-19 no mundo, apesar de ter apenas 3% da população global, o Brasil vive hoje o pior momento desde o início da pandemia, segundo o boletim quinzenal da Fundação Oswaldo Cruz. Como que corroborando a avaliação, o país registrou mais de duas mil mortes pelo segundo dia consecutivo. Foram 2.207 óbitos, elevando o total a 273.124 e a média móvel em sete dias para 1.705, 13º recorde consecutivo.
O diretor da OMS não diz novidade nenhuma. Qualquer cidadão com um mínimo de bom senso há de questionar a razão de a pandemia continuar se alastrando, sem resistência aparente, em todo o País. O fato de o presidente Jair Bolsonaro se posicionar publicamente contra o distanciamento social, promover aglomerações, levantar dúvidas sobre a eficácia e possíveis efeitos colaterais das máscaras de proteção facial e até das vacinas disponíveis não pode ser coincidência.
Os fatos não deixam margem para dúvida. Infelizmente, por ação e omissão, o governo federal trabalhou exaustivamente para o Brasil ser visto pelas costas por todas as principais lideranças do mundo.