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CACAU E CUPUAÇU JÁ SUBSTITUEM A LARANJA
Publicado em 19 de janeiro de 2015
Por Jornal Do Dia
Astério Leandro Santos , aos 78 anos é um rijo agricultor na pesada faina para tornar produtivo um sítio de 6 hectares em Tabuleiro, no Arauá. Comprou a terra há 30 anos voltando de Floresta Azul, no sul baiano, onde trabalhava nos cacauais. Trouxe 4 mudas de cacau. As plantas cresceram e frutificaram, mas delas não se tirava maior proveito, os frutos iam para porcos. Voltando à Floresta Azul para rever amigos, seu Astério levou um saco com 28 quilos de sementes. Foi a um local de compra. Um homem pesou o cacau e entregou-lhe 216 reais. Astério pensou que acontecera um engano, e perguntou: É esse dinheiro mesmo?
O homem respondeu: É, o preço baixou, antes a arroba estava por 150 reais. Seu Astério voltou a Arauá decidido a ser cacauicultor. Hoje tem mais de 200 pés e vai substituindo a laranja com ampla vantagem. Seu exemplo espalhou-se pela região , onde já existe até um Rei do Cacau.
Jose Ângelo de Souza, Zé de Chico, plantava fumo, depois laranja no povoado Limoeiro, em Arauá, e virou carreteiro. De Itabuna, trouxe sementes de cacau. Voltou a ser agricultor, hoje tem mais de 5 mil pés e 4 mil já produzem. Foram 242 arrobas ano passado a um preço médio de 123 reais a arroba. Com a laranja sua renda não chegaria a um terço da que obteve.
Zé de Chico enfrenta problemas, precisa ampliar a área irrigada, comprar uma camionete para transportar seus produtos. Na região é o único que tem a ‘barcaça’, sistema de cobertura móvel para proteger as sementes que secam ao sol, se vier a chuva.
Cícero Abreu Lemos, pequeno agricultor em Pau Torto, Santa Luzia, tem mais de 70 anos e nem sabia da existência de uma fruta chamada cupuaçu. Seu filho Cícero Junior, licenciado em matemática fez concurso em Rondônia e tornou-se professor, mas é também produtor rural. Sendo matemático, lidando habitualmente com os números, começou a comparar aqueles do seu negócio em Rondônia com os do pai lá no distante Pau Torto. Levou então para o pai sementes de cupuaçu. Cinco anos depois seu Cícero tem 400 pés produzindo. Faz a despolpa e vende o cupuaçu para sorveterias, um quilo por 10 reais. Cada pé produz em media 10 quilos, gerando uma renda de 100 reais, que, multiplicados por 400 daria uma renda bruta anual de 40 mil reais. Cícero não tem irrigação e pensa conseguir uma das perfuratrizes da COHIDRO para furar um poço artesiano. Com o poço sairá de um para oito hectares plantados com cupuaçu. O sucesso que vem obtendo, seu Cícero o atribuiu às orientações técnicas do agrônomo e do técnico agrícola da EMDAGRO, Auro Andrade e Jackson Ribeiro Carvalho.