Atriz de um papel só
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Calada é uma poeta!
Publicado em 09 de maio de 2020
Por Jornal Do Dia
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Depois de muita co
brança, a secretária
especial de Cultura do governo Bolsonaro resolveu dar o ar da graça, meter a fuça no meio da pandemia. Regina Duarte concedeu entrevista para uma emissora de televisão e acabou revelando algo de que muita gente já suspeitava: Calada é uma poeta!
O que dizer, ante as declarações de uma senhora capaz de relativizar censura e tortura? Como responder aos protestos de uma gestora pública avessa a enfrentar um questionamento legítimo com o mínimo de lucidez? Artistas reagem espantados, mas não há razão para surpresa. Ninguém jamais amou Regina.
O ofício do ator nunca foi fácil. Em tempos de hegemonia absoluta da televisão, no entanto, os sortudos contratados pela vênus platinada tinham razão de sobra para acreditar no futuro. Em certo sentido, profissionais da estirpe de Regina Duarte, Tony Ramos e Antônio Fagundes devem tudo aos belos olhos. Sem a imensa popularidade proporcionada pelos meios de comunicação de massa, dificilmente conquistariam o mesmo prestígio. A bem da verdade, não passam de canastrões.
Sim, a notoriedade é um capital simbólico. Tudo indica, é também o único índice relacionado com a atividade artística considerado pelos engravatados de turno no primeiro escalão da República. Falando francamente: Regina Duarte não é nenhuma Fernanda Montenegro. Mesmo assim, a despeito da completa inexperiência em gestão pública, tomou posse como Secretária Especial de Cultura.
Regina Duarte é atriz de um papel só. Em 50 anos de Rede Globo, ela teve todas as condições do mundo para fazer e acontecer em cima do palco, migrar para a tela grande, mas preferiu encarnar a namoradinha do Brasil. Sem um papel notável para chamar de seu, esquecida na geladeira, passou anos abraçada ao ressentimento. Deu no que deu.
Rian Santos
Depois de muita co brança, a secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro resolveu dar o ar da graça, meter a fuça no meio da pandemia. Regina Duarte concedeu entrevista para uma emissora de televisão e acabou revelando algo de que muita gente já suspeitava: Calada é uma poeta!
O que dizer, ante as declarações de uma senhora capaz de relativizar censura e tortura? Como responder aos protestos de uma gestora pública avessa a enfrentar um questionamento legítimo com o mínimo de lucidez? Artistas reagem espantados, mas não há razão para surpresa. Ninguém jamais amou Regina.
O ofício do ator nunca foi fácil. Em tempos de hegemonia absoluta da televisão, no entanto, os sortudos contratados pela vênus platinada tinham razão de sobra para acreditar no futuro. Em certo sentido, profissionais da estirpe de Regina Duarte, Tony Ramos e Antônio Fagundes devem tudo aos belos olhos. Sem a imensa popularidade proporcionada pelos meios de comunicação de massa, dificilmente conquistariam o mesmo prestígio. A bem da verdade, não passam de canastrões.
Sim, a notoriedade é um capital simbólico. Tudo indica, é também o único índice relacionado com a atividade artística considerado pelos engravatados de turno no primeiro escalão da República. Falando francamente: Regina Duarte não é nenhuma Fernanda Montenegro. Mesmo assim, a despeito da completa inexperiência em gestão pública, tomou posse como Secretária Especial de Cultura.
Regina Duarte é atriz de um papel só. Em 50 anos de Rede Globo, ela teve todas as condições do mundo para fazer e acontecer em cima do palco, migrar para a tela grande, mas preferiu encarnar a namoradinha do Brasil. Sem um papel notável para chamar de seu, esquecida na geladeira, passou anos abraçada ao ressentimento. Deu no que deu.