Quinta, 26 De Dezembro De 2024
       
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Canarinhos: Justiça vai ouvir testemunhas


Publicado em 12 de outubro de 2012
Por Jornal Do Dia


Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br

A juíza Eliane Costa Magalhães, da 11ª Vara Criminal de Aracaju, expediu ontem um mandado de citação para ouvir as partes envolvidas na acusação de abuso sexual contra o maestro Carlos Magno do Espírito Santo, idealizador do Instituto Canarinhos de Aracaju (INCA). O maestro foi denunciado por familiares de duas ex-alunas de 16 e 17 anos, que afirmam ter sido assediadas sexualmente por ele. O caso, divulgado pelo JORNAL DO DIA na edição do dia 29 de agosto, foi investigado em um inquérito do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que resultou em uma denúncia oferecida no mês passado pelo promotor Elias Pinho, do Ministério Público Estadual (MPE).

O processo corre em segredo de justiça por determinação da lei. No entanto, o advogado de defesa do maestro, Roosevelt Batista, confirmou a ordem de citação da juíza, que deu prazo de 10 dias para que as alegações iniciais das partes sejam apresentadas. "Isso não quer dizer que a denúncia foi aceita, pois a juíza não se manifestou sobre isso. Ela quer ouvir primeiro pra depois decidir se aceita ou não", esclareceu ele.

Na denúncia, o MP acusou Carlos Magno por estupro de vulnerável, baseado na conclusão apresentada pelo inquérito da Polícia Civil, que inicialmente, enquadrara o caso como "violação sexual mediante fraude". O advogado Batista negou enfaticamente a acusação e apontou que a denúncia do promotor seguiu uma "tendência" de "imitar a versão da polícia". "Eu tenho uma cópia da denúncia e ela não apresenta nenhuma prova concreta contra Carlos Magno. Não aparece nenhum fato criminoso descrito, nem mesmo um ato libidinoso. Como é que se caracteriza um ato libidinoso? A denúncia não mostra. Ela praticamente repete o texto do inquérito", argumentou Roosevelt.

A queixa de abuso sexual contra o maestro foi prestada por um tio de uma das adolescentes, no início de julho deste ano. A adolescente relatara que tinha sido levada a um motel na saída de Aracaju por Carlos Magno, o qual teria tentado manter relações sexuais com a garota. O suposto assédio é negado enfaticamente pelo advogado, que atribui a acusação a uma rixa do tio da menina contra seu cliente. "Esse tio da menina, que também é músico, é um concorrente do Carlos Magno e desafeto dele. Esse senhor está espalhando mentiras contra o meu cliente para prejudicá-lo", disse Batista, lembrando que uma queixa policial por calúnia foi prestada pelo maestro contra o acusador.

Apoio – Já o tio das supostas vítimas, que são primas, também aguarda ser citado pela Justiça e promete repetir em juízo a acusação contra o maestro. O rapaz, que não será identificado para preservar a identidade delas, afirma que as meninas estão tentando superar o trauma, recebendo apoio da família e tratamento psicológico. "O nosso objetivo é que elas tentem levar uma vida normal e tenham um bom desempenho na escola. Já inclusive conversamos com a direção da escola delas e até com alguns amigos mais próximos", disse ele, que já esperava uma ampla repercussão do caso "por envolver uma pessoa pública".

Segundo o parente, os amigos das garotas se dividiram quanto à acusação de abuso sexual. "Muitos deles também já foram alunos do instituto. Alguns ficaram a favor delas e outros ficaram naquela postura de não acreditar na história. A orientação que damos é para que elas não comentem muito o assunto, mas, quando tocarem nele, elas saibam que tem o total apoio da família", disse o tio.

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