Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

Candidatos circulam por todas as festas durante o São João


Publicado em 22 de junho de 2024
Por Jornal Do Dia Se


*Gilvan Manoel
Gilvanmanoel@jornaldodiase.com.br
.
.

Independente de quem venha a ser eleito, 2024 marca a aposentadoria política de Jackson Barreto, a maior liderança popular do estado, e que comanda as eleições em Aracaju desde 1985

.
.
Os festejos juninos representam os últimos testes dos pré-candidatos a prefeito e a vereador antes da realização das convenções partidárias que vão homologar candidaturas e coligações nas eleições municipais. E em ano eleitoral, quando muitos estarão disputando a reeleição, os prefeitos capricham ainda mais na montagem dos arraiás em suas cidades.
Em Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) não pode mais disputar a reeleição, mas pretende manter a tradição e participar de todas as noites do Forró Caju, que será aberto neste domingo, levando à tiracolo o candidato governista Luiz Roberto (PDT). Desde o início de junho os pré-candidatos já estão batendo pernas por tudo que é festa, do ampliado Arraiá do Povo do governador Fábio Mitidieri (PSD) aos arrasta-pés espalhados pelos bairros da cidade.
Ao contrário do que ocorreu em 2020 quando Edvaldo foi o único candidato governista, os partidos aliados terão ao menos três candidatos a prefeito na capital. Além de Luiz Roberto, a deputada federal Yandra Moura (União Brasil) e a delegada Danielle Garcia (MDB) já estão montando estruturas de campanha, inclusive com a contratação de marqueteiros e equipes técnicas.
Pela oposição, também não há unidade, o que era previsto. A vereadora Emília Correia (PL), que vem liderando as pesquisas realizadas até agora, deverá comandar uma coligação robusta, mesmo representando o pesadelo de trazer de volta o caos deixado por João Alves Filho (2013-2016), única eleição em que o bloco de centro-esquerda não saiu vitorioso. A jornalista Candisse Carvalho está preparada para enfrentar a divisão do PT, tem o apoio da ampla maioria do partido, mas uma oposição cerrada do ministro Márcio Macêdo, hoje mais próximo politicamente de Edvaldo e de Mitidieri do que do senador Rogério Carvalho e do deputado federal João Daniel, que comandam o partido no estado e fazem oposição tanto ao governo do estado quanto à Prefeitura de Aracaju.
O fato de Candisse ser casada com o senador Rogério Carvalho afasta ainda mais Márcio Macêdo da campanha petista, em função da adversidade histórica entre os dois desde a época em que Marcelo Déda era governador e os dois disputavam espaços no governo – o mesmo deverá ocorrer em 2026, quando pretendem disputar mandatos para senador. A jornalista só está no páreo, no entanto, porque nem Márcio nem Eliane Aquino, a viúva de Déda, toparam a candidatura. No segundo turno da eleição de 2022, Márcio se empenhou na campanha de Mitidieri e foi decisivo na apertada derrota de Rogério.
Além da divisão de governistas e oposicionistas, o pleito deste ano será marcado ainda pela tentativa de retomada da vida política de dois atores que já tiveram importância na vida política do estado. O ex-governador Belivaldo Chagas (Pode) e o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) pretendem participar na condição de coadjuvantes – como candidatos a vice-prefeito.
Belivaldo está na vida pública desde a década de 1980, quando participou do governo do conterrâneo Antonio Carlos Valadares (1987-1990) na condição de presidente da Imprensa Oficial do Estado, hoje Iose. Foi deputado estadual, vice-governador em duas oportunidades, governador-tampão, quando Jackson Barreto renunciou no início de 2018 para disputar o Senado Federal, e governador eleito no pleito deste mesmo ano.
A carreira política de Eduardo Amorim é um pouco menor, mas foi deputado federal, senador, e durante o segundo governo Marcelo Déda (2007-2010, 2011-2013), ficou marcado pela tentativa de tutelar o então governador, a partir de uma maioria na Assembleia Legislativa. A família Amorim simplesmente impedia o funcionamento da máquina estadual, até mesmo no período em que Déda enfrentou graves problemas de saúde, culminando com a sua morte em dezembro de 2013.
Eduardo Amorim chegou ao pleito de 2014 como candidato favorito ao governo do estado, mas acabou sendo surpreendido com a força do então governador Jackson Barreto, que havia assumido o governo após a morte de Déda. Jackson venceu no primeiro turno e, sem mandato, Amorim acabou praticamente desistindo da vida pública. Agora, dez anos depois, quer marcar o seu retorno na condição de candidato a vice-prefeito na chapa da vereadora Emília Correia.
Independente de quem venha a ser eleito, 2024 marca a aposentadoria política de Jackson, a maior liderança popular do estado, e que comanda as eleições em Aracaju desde 1985 quando foi eleito prefeito pela primeira vez. De lá pra cá conseguiu outros dois mandatos e elegeu pessoas sem qualquer densidade eleitoral.
Desde a redemocratização do país, em 1984, esta será a primeira eleição em que Jackson não terá papel decisivo em Aracaju.
.
.

Transporte público

O prefeito Edvaldo Nogueira, o governador Fábio Mitidieri e os prefeitos de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo, e de São Cristóvão, Marcos Santana, membros que formam o Consórcio do Transporte Coletivo Metropolitano, lançaram nesta quinta-feira (20), o edital de licitação do transporte público da Grande Aracaju. O documento prevê a contratação de duas empresas para operar as frotas de ônibus nos quatro municípios e estabelece requisitos como veículos com idade máxima de cinco anos e meio, com sinal Wi-Fi, inserção progressiva de ar-condicionado nos ônibus, entre outros benefícios.
O edital de licitação estará aberto para concorrência nacional de toda e qualquer empresa do setor que queira operar o sistema na Grande Aracaju. O interesse em participar da disputa já foi sinalizado também por empresas que já realizam o serviço na região metropolitana, uma temeridade.
Os três prefeitos envolvidos estão em final de mandato e não podem mais disputar a reeleição. Edvaldo está concluindo o 16º ano de administração.

Verba milionária

O TSE divulgou esta semana os valores que cada partido vai receber do FEFC para o pleito deste ano. Ao todo, 29 partidos receberão R$ 4.961.519.777,00, valor estabelecido pelo Congresso Nacional para gastos com a corrida eleitoral deste ano. Corresponde a um aumento de mais de 100% em relação a eleição de 2020.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai contar com uma verba de R$ 886,84 milhões para as eleições de 2024 pela distribuição do Fundo Eleitoral. Em segundo lugar, o partido que mais receberá recursos do fundo partidário é o PT: R$ 619,8 milhões. Em seguida, aparecem o União Brasil (R$ 536,5 milhões); PSD (R$ 420,9 milhões); PP (417,2 milhões); MDB (R$ 404,6 milhões) e Republicanos (R$ 343,9 milhões).
Os partidos que não têm nenhum deputado ou senador, os considerados nanicos, vão receber R$ 3,4 milhões do Fundo Eleitoral cada um para financiar as suas campanhas para prefeitos e vereadores em 2024.

Regressão civilizatória

Na quarta-feira (19), durante discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Rogério Carvalho (PT/SE) chamou a atenção sobre o “processo de regressão civilizatória” que o Brasil tem vivido. As declarações do parlamentar têm relação com as discussões em torno da “saidinha dos presos” e “aborto legal”.
Segundo ele, nos últimos anos, a humanidade tem passado por um processo de transformação muito veloz, alegando que “essa velocidade vem de um processo de retirada de filtros”. “Quando, num grupo ou no ambiente de redes sociais, você junta pessoas, você cria uma opinião sem nenhum filtro, com a negação de tudo aquilo que a humanidade acumulou quando o homem e o bem-estar humano passaram a ser a centralidade”, afirmou.
“Isso deixa de ter relevância e importância, e o que passa a ter relevância e importância são os instintos primitivos das pessoas novamente. Isso vai produzindo ondas de fluxos na humanidade que eu diria serem anti-civilizatórias. Votamos contra um sistema consolidado de progressão de pena e a maioria votou contra a ‘saidinha’, o que reflete um retrocesso civilizatório, porque a ressocialização de quem está em progressão de pena é fundamental.”, acrescentou.

Mitidieri ausente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva jantou na noite de quinta-feira (20), com governadores do Nordeste no Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará em Fortaleza. Estiveram presentes os governadores de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), do Ceará, Elmano de Freitas (PT), do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), da Paraíba, João Azevêdo (PSB), da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) e do Piauí, Rafael Fonteles (PT).
O governador Fábio Mitidieri (PSD) foi o único ausente. Sua assessoria informou que ele estava cumprindo agenda em Sergipe.

Pintura de Joel Dantas

Demagogia nas redes

Da vereadora Emília Correia, pré-candidata do PL à Prefeitura de Aracaju, nas redes sociais: “Em cidades vizinhas, o transporte público é referência e, o mais interessante: com tarifas menores que a nossa. Como isso é possível? Simples, vontade de fazer! Isso, eu tenho, e posso reafirmar, na #NovaAracaju, os ônibus não serão mais considerados “latas velhas”, “sucatas”, teremos dignidade em um transporte tão essencial para as pessoas. Com a qualidade que a população merece.”

Lei das Drogas

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, apresentou nesta quinta-feira (20) seu voto na retomada do julgamento sobre porte de drogas para uso pessoal. Ele abriu uma nova corrente na votação e considerou que a Lei de Drogas já descriminalizou o porte para consumo próprio. Por isso, para ele, usuários de quaisquer drogas não podem ser punidos criminalmente.
Toffoli votou pela constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas e entende que a lei, desde o início da vigência, não apresenta natureza penal para porte, mas sim de sanção para finalidade educativa, tratamento do usuário e prestação de serviços à sociedade.

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade