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Cantilena privatista


Publicado em 05 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Fabio Mitidieri privatizou a Deso e, ao longo dos próximos 35 anos, a água na torneira dos sergipanos terá dono

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A distribuição de água tratada, o serviço de esgotamento sanitário, o básico do saneamento básico em Sergipe já não ficará sob a responsabilidade do governo estadual, como rege a Constituição Federal, ao proclamar o princípio da dignidade humana. Aqui, tudo é tratado como simples negócio. Mais uma vez, a força da grana suplantou o interesse público.

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Fabio Mitidieri privatizou a Deso por uma bagatela de R$ 4,5 bilhões. Ao longo dos próximos 35 anos, a água na torneira dos sergipanos terá dono, já não será tratada como riqueza natural, um bem comum e de acesso público.

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Vão-se os anéis, ficam os dedos. No seio do governo, o aporte de recursos derivados da privatização da Deso, mais a promessa de investimentos robustos por parte da empresa que adquiriu o espólio da sucateada companhia estatal, caracterizam um bom negócio, com a expectativa de alcançar a universalização do saneamento básico em Sergipe. Os beneficiários do serviço, no entanto, têm uma impressão diferente.

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A população sergipana está vacinada contra a cantilena privatista. O caso da Energisa é exemplar. Após a venda da distribuidora de energia estatal, a empresa substituta se tornou conhecida pelos lapsos constantes e a péssima qualidade do serviço. Experiência assim dramática não se apaga da lembrança por força exclusiva do tempo. Desde então, a privatização é tema acolhido com apaixonada indisposição pela maior parte dos sergipanos.

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