Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Carnaval sem festa é novidade em Sergipe


Publicado em 14 de fevereiro de 2021
Por Jornal Do Dia


Desfile do bloco Rasgadinho em Aracaju

 

Milton Alves Júnior
São séculos colecionan
do histórias nos quatro 
cantos do país. Por mais que a grande maioria dos brasileiros possa imaginar que o carnaval é uma festa genuinamente da cultura nacional, a verdade é que ela foi infiltrada por colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII. Historiadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) indicam que, do modelo original, pouco restou. A exceção fica por conta apenas das máscaras e da euforia festiva que envolve desde crianças ainda de colo, aos idosos. Uma movimentação que impulsiona a economia, mexe com o desenvolvimento do país, mas que, diante da agressividade imposta pelo coronavírus desde fevereiro do ano passado, precisou silenciar milhões de pessoas. 
Para apresentar com o máximo de zelo sobre o quê essa festa representa para os sergipanos, o JORNAL DO DIA foi até a Maloca, no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, para conversar com Dona Doca. Uma das responsáveis por impulsionar o Bloco Rasgadinho, ainda na década de 60 após ser criado pelo Sr. Leopoldo, ela observa a festa como um momento único para comemorar as apresentações musicais, bem como gerar renda para a família. A compreensível suspensão da festa em meio à pandemia que, inclusive, já causou mais de 2.860 mortes somente em Sergipe, serve novamente de lição para que a população sinta a ausência da festa e multiplique os cuidados contra a covid-19. Dona Doca explica com detalhes: 
"Vejam que já na primeira onda dessa doença não tivemos São João; agora, é a vez de passar em branco durante o carnaval. Se em junho do ano passado não tivemos nem fogueira na porta, agora, nesse exato momento, não temos confetes, frevo, axé, samba… Eu sou uma apaixonada pelo carnaval; é nele que não somente eu, mas uma imensidão de pessoas conhecidas minhas, brincam e ao mesmo tempo vendem cerveja, água, refrigerante, churrasquinho, o que quer que seja para ter um dinheiro extra. Na primeira onda não tivemos festa junina, nessa segunda não temos carnaval, e se a gente não se cuidar de forma coletiva mais uma vez, não teremos novamente o São João em uma possível terceira onda da doença". 
Mesmo o Brasil tendo iniciado o processo de vacinação, em 17 de janeiro no estado de São Paulo, o professor Lysandro Pinto Borges, que está à frente da Força-Tarefa da UFS, defende que para que haja um combate real da doença é preciso promover uma vacinação de rebanho, ou seja, ao menos 140 milhões de pessoas vacinadas no Brasil, sendo cerca de 1,2 milhões somente em Sergipe. Questionado sobre a necessidade de suspender eventos que promovam a aglomeração de pessoas, a exemplo do carnaval, o professor compartilha com a suposição apresentada por Dona Doca, e também destacou que os festejos juninos desse ano também estão ameaçados. 
"Trabalhamos em tempo integral com a realidade dos fatos; verdades que muitas vezes as pessoas não gostam de ouvir, mas temos a missão ética de compartilhar pelo bem geral. Não temos como prever um combate à doença sem que ao menos 70% da população esteja vacinada. São Paulo iniciou as vacinas, e, logo em seguida, os outros estado também começaram. Se o país tivesse investido nos estudos e testes das vacinas ainda no meio do ano passado, possivelmente esse número que é hoje de cinco milhões de brasileiros vacinados, seria hoje muito maior. Sem essa imunização geral, realizar festas com multidões é um erro gigantesco que pode causar a vida de muitas pessoas". 
Em pronunciamento oficial realizado no último dia 04 de fevereiro, o governador Belivaldo Chagas anunciou que, em virtude da vulnerabilidade sanitária provocada pela covid-19, o estado de Sergipe se unia ao grupo de 20 unidades federativas brasileiras que naquele instante já haviam decretado a suspensão do ponto facultativo referente aos festejos carnavalescos. A decisão publicada no Diário Oficial do Estado enaltece ainda que está proibida a realização de qualquer manifestação festiva que aglomere foliões nos 75 municípios sergipanos. A medida foi adotada pelo chefe do Poder Executivo Estadual após nova reunião promovida pelo Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae). 
A medida foi apoiada por todos os municípios pertencentes à região metropolitana de Aracaju; prefeitos da Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e da capital sergipana, também garantiram intensificar as fiscalizações para fazer valer as exigências do decreto. 
Fechado – O recesso de carnaval, nesta segunda e terça-feira, 15 e 16 respectivamente, será de portas fechadas para comerciários de rua, agências bancárias, poder judiciário, Tribunal de Contas, Ministério Público Estadual e Federal, escolas de todos os níveis educacionais, supermercados, e consultórios médicos. Sobre o funcionamento dos bancos, de acordo com o cronograma de atendimento ao público, no dia 17 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, o expediente começa a partir das 12h, com encerramento pontual das atividades dentro do horário normal de fechamento das agências. A exceção é direcionada para as unidades bancárias que desde o início da pandemia têm concluído os serviços às 15h; nesses locais específicos, o início do atendimento será antecipado para garantir o mínimo de três horas de funcionamento.

Milton Alves Júnior

São séculos colecionan do histórias nos quatro  cantos do país. Por mais que a grande maioria dos brasileiros possa imaginar que o carnaval é uma festa genuinamente da cultura nacional, a verdade é que ela foi infiltrada por colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII. Historiadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) indicam que, do modelo original, pouco restou. A exceção fica por conta apenas das máscaras e da euforia festiva que envolve desde crianças ainda de colo, aos idosos. Uma movimentação que impulsiona a economia, mexe com o desenvolvimento do país, mas que, diante da agressividade imposta pelo coronavírus desde fevereiro do ano passado, precisou silenciar milhões de pessoas. 
Para apresentar com o máximo de zelo sobre o quê essa festa representa para os sergipanos, o JORNAL DO DIA foi até a Maloca, no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, para conversar com Dona Doca. Uma das responsáveis por impulsionar o Bloco Rasgadinho, ainda na década de 60 após ser criado pelo Sr. Leopoldo, ela observa a festa como um momento único para comemorar as apresentações musicais, bem como gerar renda para a família. A compreensível suspensão da festa em meio à pandemia que, inclusive, já causou mais de 2.860 mortes somente em Sergipe, serve novamente de lição para que a população sinta a ausência da festa e multiplique os cuidados contra a covid-19. Dona Doca explica com detalhes: 
"Vejam que já na primeira onda dessa doença não tivemos São João; agora, é a vez de passar em branco durante o carnaval. Se em junho do ano passado não tivemos nem fogueira na porta, agora, nesse exato momento, não temos confetes, frevo, axé, samba… Eu sou uma apaixonada pelo carnaval; é nele que não somente eu, mas uma imensidão de pessoas conhecidas minhas, brincam e ao mesmo tempo vendem cerveja, água, refrigerante, churrasquinho, o que quer que seja para ter um dinheiro extra. Na primeira onda não tivemos festa junina, nessa segunda não temos carnaval, e se a gente não se cuidar de forma coletiva mais uma vez, não teremos novamente o São João em uma possível terceira onda da doença". 
Mesmo o Brasil tendo iniciado o processo de vacinação, em 17 de janeiro no estado de São Paulo, o professor Lysandro Pinto Borges, que está à frente da Força-Tarefa da UFS, defende que para que haja um combate real da doença é preciso promover uma vacinação de rebanho, ou seja, ao menos 140 milhões de pessoas vacinadas no Brasil, sendo cerca de 1,2 milhões somente em Sergipe. Questionado sobre a necessidade de suspender eventos que promovam a aglomeração de pessoas, a exemplo do carnaval, o professor compartilha com a suposição apresentada por Dona Doca, e também destacou que os festejos juninos desse ano também estão ameaçados. 
"Trabalhamos em tempo integral com a realidade dos fatos; verdades que muitas vezes as pessoas não gostam de ouvir, mas temos a missão ética de compartilhar pelo bem geral. Não temos como prever um combate à doença sem que ao menos 70% da população esteja vacinada. São Paulo iniciou as vacinas, e, logo em seguida, os outros estado também começaram. Se o país tivesse investido nos estudos e testes das vacinas ainda no meio do ano passado, possivelmente esse número que é hoje de cinco milhões de brasileiros vacinados, seria hoje muito maior. Sem essa imunização geral, realizar festas com multidões é um erro gigantesco que pode causar a vida de muitas pessoas". 
Em pronunciamento oficial realizado no último dia 04 de fevereiro, o governador Belivaldo Chagas anunciou que, em virtude da vulnerabilidade sanitária provocada pela covid-19, o estado de Sergipe se unia ao grupo de 20 unidades federativas brasileiras que naquele instante já haviam decretado a suspensão do ponto facultativo referente aos festejos carnavalescos. A decisão publicada no Diário Oficial do Estado enaltece ainda que está proibida a realização de qualquer manifestação festiva que aglomere foliões nos 75 municípios sergipanos. A medida foi adotada pelo chefe do Poder Executivo Estadual após nova reunião promovida pelo Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae). 
A medida foi apoiada por todos os municípios pertencentes à região metropolitana de Aracaju; prefeitos da Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e da capital sergipana, também garantiram intensificar as fiscalizações para fazer valer as exigências do decreto. 

Fechado – O recesso de carnaval, nesta segunda e terça-feira, 15 e 16 respectivamente, será de portas fechadas para comerciários de rua, agências bancárias, poder judiciário, Tribunal de Contas, Ministério Público Estadual e Federal, escolas de todos os níveis educacionais, supermercados, e consultórios médicos. Sobre o funcionamento dos bancos, de acordo com o cronograma de atendimento ao público, no dia 17 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, o expediente começa a partir das 12h, com encerramento pontual das atividades dentro do horário normal de fechamento das agências. A exceção é direcionada para as unidades bancárias que desde o início da pandemia têm concluído os serviços às 15h; nesses locais específicos, o início do atendimento será antecipado para garantir o mínimo de três horas de funcionamento.

 

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