Carta de desabafo de um auditor fiscal tributário
Publicado em 22 de setembro de 2021
Por Jornal Do Dia
A unificação da categoria e/ou a realização do concurso nos LC 283/16 não traz prejuízo algum e só questão de bom senso
* Clovis Moraes de Souza
Eu tenho me sentido bastante triste, decepcionado e desestimulado com a forma que o governador Belivaldo Chagas e a alta cúpula da Sefaz tem se posicionado, especificadamente, em relação as discussões sobre o processo de unificação das categorias e também, sobre a forma a ser utilizada para a eminente realização de concurso público.
Salvo melhor juízo e opinião, da parte dos nossos gestores e, evidentemente, eu respeito o contraditório, no meu ponto de vista, o grupo fisco é formado por pessoas extremamente dedicadas, capacitadas, inteligentes, doadas ao serviço, sempre buscando dar o melhor de si. Extrapolam carga horária de trabalho, produzindo trabalhos inclusive nas horas de lazer e de descanso, incluindo aí os finais de semana, arriscam suas vidas e, se submetem, em alguns casos, às condições insalubres e desumanas de trabalho, por conta das péssimas condições relacionadas à estrutura física e material dos postos de trabalho. No entanto, continuam vestindo e defendendo a camisa da Administração Fazendária.
Mas, o que me tem parecido é que tudo isto tem sido em vão. Ainda assim, parece que não temos agradado aos nossos gestores.
Como se não bastasse ficar há anos sem reposição salarial condigna, agora, os nossos gestores insistem em "descartar" e "desvalorizar" os nossos serviços, declarando publicamente, de forma indireta, é claro, a nossa inutilidade. Afinal de contas, fazer concurso público, nos moldes planejados e, sem antes realizar a unificação da categoria, é deixar de reconhecer e valorizar o trabalho de todos aqueles que contribuiram e continuam contribuindo, da melhor forma possível, para o melhor serviço público, no âmbito da Sefaz.
Sr. Secretário, Superintendentes e demais gerentes e gestores e colegas, perdoem-me, a minha opinião particular expressa nesta nota, na qual assumo a inteira autoria, mas o posicionamento adotado, soa mais como "maldade", "ranço", "vingança", "inimizade", desconsideração e desrespeito pois não traz benefício algum para a sociedade sergipana e nem para nos servidores do fisco.
Deixo aqui o meu apelo para que repensem e reabram a discussão. A unificação da categoria e/ou a realização do concurso nos LC 283/16 não traz prejuízo algum e só questão de bom senso, boa vontade e reconhecimento, que traria paz e harmonia para a continuidade dos nossos serviços
* Clovis Moraes de Souza, com 57 anos de idade, o auditor fiscal tributário foi aprovado no Concurso Público da Sefaz/SE, realizado em 1989. Atualmente, exerce o cargo de supervisor no Posto Fiscal de Propriá. Já exerceu os cargos de gerente de Trânsito e de gerente de Tecnologia da Informação. É graduado em Ciências Econômicas e pós-graduado em Análise de Sistemas e em Gestão Estratégica de Sistemas de Informação (especializações promovidas pela Sefaz/SE)