Terça, 21 De Janeiro De 2025
       
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Centro Estudantil Sergipano Imprensa Estudantil em Sergipe (final)


Publicado em 15 de janeiro de 2013
Por Jornal Do Dia


* Gilfrancisco

A Tribuna Estudantil, Ano I, nº3, setembro, 1946, dirigido por Tertuliano Azevedo e secretariado por Núbia Marques, Redator-chefe Raimundo Aragão, tinha como Redator os seguintes estudantes: Pedro R. Carvalho, Gildásio Barbosa de Matos, Manuel Pacheco, Rui Nascimento e Valter Freire Costa. Trazia na segunda página um artigo que esclarecia o funcionamento do Centro Estudantil Sergipano:
 "Todos os estudantes e o povo em geral, estão acompanhando a luta do Centro Estudantil de Sergipe.
A nossa norma de ação e os verdadeiros empreendimentos estudantis que temos feito são da confiança e do entusiasmo, que os estudantes sergipanos depositaram no C.E.S., pois, eles conhecem e conhecerão sempre, o que servem nas suas aspirações e tendências.

Estamos cumprindo os nossos compromissos com os estudantes e jamais esquecendo os nossos problemas.
No C.E.S., todos trabalham, todos cooperam, sem distinção dos cargos nem de funções. Não existem líderes estudantes, e tão pouco demagogos teóricos, vampiros da massa estudantil. Todo o nosso hercúleo e infatigável esforço é dirigido para a reconstrução social e cultural do estudante de Sergipe". 11
Nesse mesmo número aparece o artigo União Estudantil, clamando aos estudantes uma ação mais enérgica, realizações e soluções para os problemas enfrentados: (…)
 "Vamos a nossa sede, a biblioteca, os festivais, as viagens de intercâmbio, os bailes, o nosso jornal e além de tudo a nossa defesa social cultural.

Ante este trabalho árduo que se faz em prol dos estudantes em geral, e a nós, cumpre o dever e unirmos mais solidamente, em torno do nosso Centro, a nossa organização.

Acima dos nossos interesses particulares está o do Centro, e, precisamos sempre apoiá-lo nesta grande cruzada, colaborando nas lutas de reivindicações estaduais, pois, ainda temos que realizar". 12
A Tribuna Estudantil (órgão do Centro Estudantil Sergipano), Ano 2, nº7, março, 1948, direção de Tertuliano Azevedo. A manchete principal era Tribuna Estudantil Volta a Circular:
 "Afirmamos em nosso primeiro número, no artigo de apresentação, que seríamos… "a trincheira do estudante independente e livre do nosso Estado… O porta voz consciente e batalhador do nosso idealismo juvenil… o testemunho vivo de geração moça do presente".

E eis-nos aqui para confirmar tais afirmativas, depois de um longo período em que saímos de circulação por motivos de ordem financeira, mas em que os nossos dirigentes. Isto é, os dirigentes por este Órgão, não se afastaram um só momento dos seus postos de combate em defesa dos interesses e reivindicações da classe estudantil.

Não era possível mantermos o silêncio em que estamos levados pelas circunstâncias, pois se não levássemos a nossa voz, os nossos protestos, estaríamos consentindo, compactuando com os crimes levados a efeito pela falta de responsabilidade de determinados elementos que infelizmente pertencem ao nosso magistério secundário.
E Tribuna Estudantil volta a circular.
E Tribuna Estudantil aqui está estudante de Sergipe, hoje como ontem, para defender os nossos direitos esquecidos e espezinhados, e as nossas reivindicações menosprezadas.

E Tribuna Estudantil aqui está estudante, para denunciar as greves falhas havidas nos exames finais no Colégio Estadual de Sergipe, em os quais mais de 70 % dos alunos foram reprovados, depois de freqüentarem o Colégio durante o ano letivo, com pesadas despesas para as bolsas empobrecidas dos pais de família". 13
Colaboram: Wellington da Silva Monteiro

O número 8 da Tribuna Estudantil, publicado em abril de 1948, ainda sob a direção de Tertuliano Azevedo, destaca em sua primeira página a seguinte manchete, Regime ditatorial no Colégio Estadual de Sergipe:
 "Suspensos por 60 dias uteis o diretor-gente e colaboradores desde órgão – A mais brutal coação de que temos notícia – Requerido um mandato de Segurança em favor dos estudantes prejudicados".14
Após ter publicado o artigo Será que isso é de lei?, assinado pelo aluno Wellington da Silva Monteiro, sob a alegação de ter injuriado o Diretor, o Inspetor e Membros do corpo docente do Colégio Estadual de Sergipe, foi condenado pela Congregação da C.E.S, reunida a 18 de março. Essa atitude não só causou repudia aos estudantes, mas também a Câmara Municipal de Aracaju, que em sessão de 31 de março, através dos diversos representantes dos diversos partidos, tomou posição justa, associando-se ao protesto da classe estudantil. Que pedem com urgência a revogação da portaria arbitrária, anticonstitucional, sofrida pelos estudantes do Colégio Estadual de Sergipe.

 "Impensada por que não podiam os estudantes, pagarem pelos jornalistas, impensada porque não constitui absolutamente crime de injúria usar de um direito assegurado pela Constituição: liberdade de imprensa, liberdade de expressar-se livremente o pensamento". 15
 (…)
 "Quanto ao crime de injúria nem queremos analisar, por que sabemos que foi tão somente um pretexto para o objetivo desejado, tal crime não existiu. Ai é onde está a maior ilegalidade da decisão. Tal crime foi encontrado nas páginas de um regimento caduco e que não tem mais efeito, porque colide com a Constituição e, por conseguinte, foi revogada esta que é a lei (…)16 do País".17
O caso tomou grande repercussão na capital, ao ponto da Câmara Municipal de Aracaju colocar-se ao lado dos estudantes contra a portaria da Congregação do Atheneu: Vejamos trecho do artigo Será que e Injúria?, publicado por José Francisco Bonfim:
 "Enquanto a justiça não colhe em suas malhas os falsificadores e atrofiadores insaciáveis da lei, continuarei a seguir a dura trajetória jornalística apontando e protestando, com serenidade todos os erros e falhas que se processam cotidianamente em toda classe estudantil, para que a mentira não venha a servir de palco para atores que não sabem repelir suas angústias particulares e nem tampouco suster as atitudes irrefreáveis do capricho humano". 18
Alguns colaboradores da Tribuna Estudantil: Núbia Marques, J. Carlos Souza, Luiz Dias, Valter Freire Costa, Emil Etingir, Manoel Pacheco, Pedro L. Ribeiro, José Ribeiro Mendonça, José Francisco Bonfim, Wellington da Silva Monteiro.

Notas
 Centro Estudantino Sergipense. Aracaju,
2 Símbolo. Aracaju, Ano I, nº2, julho, 1939.
3Símbolo. Aracaju, Ano I, nº3, 25 de agosto, 1939.
4 Apesar de não ter estudado no Atheneu Pedro II e sim no Colégio Salesiano Nossa Senhora. Auxiliadora, Enoch Santiago Filho (1919-1945), fazia parte do grupo.
5 Correio de Aracaju. Aracaju, 21 de fevereiro, 1943.
6 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano I, nº1, julho, 1946.
7 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano I, nª2, agosto, 1946.
8 Tribuna Estudantil. Aracaju. Ano I, nº2, agosto, 1946.
9 Tribuna Estudantil. Aracaju. Ano I, nº2, agosto, 1946.
10 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano, I, nº2, agosto, 1946.
11 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano I, nº3, setembro, 1946.
12 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano I, nº3, setembro, 1946.
13 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano II, nº7, março, 1948.
14 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano II, nº8, abril, 1948.
15 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano II, nº8, abril, 1948.
16 Palavra ilegível.
17 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano II, nº8, abril, 1948.
18 Tribuna Estudantil. Aracaju, Ano II, nº8, abril, 1948.

* Gilfrancisco é jornalista, professor da Faculdade São Luis de França, Diretor do Deptº de imprensa da ASI e membro do IHGS e do IGHB

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