Segunda, 20 De Janeiro De 2025
       
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Cheios de dedos


Publicado em 22 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Bons tempos, priscas eras.(Divulgação)

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Aracaju é terra fecunda para todo tipo de música. Aqui, onde o poder público municipal já assumiu o papel de semear acordes em praças e esquinas – bons tempos, priscas eras -, em se plantando tudo dá.
De curta duração, projetos como Freguesia e Quinta Instrumental formaram público e pavimentaram o caminho para experiências que brotavam, então, e continuariam a brotar. Infelizmente, sofreram solução de continuidade. Suas sementes, no entanto, criaram raiz, já estavam enterradas.
Quando um músico do calibre de Hamilton de Holanda visita Aracaju, como ocorre esta semana (ver nesta página), pode estar certo de encontrar aqui um público dos mais educados, familiarizado com voltas e piruetas melódicas, solos inspirados, os improvisos de seu bandolim. 
Antes de Hamilton de Holanda, músicos iguais a ele, cheios de dedos (para citar Guinga), subiram ao palco Serigy. Ricardo Vieira, Fred Andrade, Grupo Membrana, Julio Rêgo, Igor Gnomo, Taco de Golfe, Café Pequeno, Saulo Ferreira, Guga Montalvão, Pedro Mendonça, Alberto Silveira, entre outros profissionais capazes de falar alto sem dizer palavra, dominam os próprios instrumentos, verdadeiros mestres. Qualquer um destes sabe muito bem com quantos paus se faz uma canoa.
Hamilton de Holanda retorna a Aracaju, com patrocínio do Tamar, excelente notícia. Melhor ainda seria a retomada do projeto Quinta Instrumental. Tudo indica, no entanto, a ambição de fortalecer a identidade local por meio do exercício artístico, a bem do turismo e da economia, ficou para trás. Tudo é festa. A criatividade Serigy foi atropelada de novo pelos trios elétricos de Fabiano Oliveira.
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