Chuvas causam transtornos em Itaporanga

Milton Alves Júnior
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Fortes chuvas e rajadas de vento causaram transtornos no município de Itaporanga D’ajuda e quatro famílias permanecem desabrigadas desde a noite do último domingo, 26. Em decorrência das fortes chuvas, algumas ruas ficaram alagadas, casas tiveram parte da estrutura danificada e uma ponte acabou desabando. Com a cidade em estado de emergência, a administração municipal acionou o trabalho técnico do Corpo de Bombeiros Militar, técnicos da Defesa Civil do estado e acomodou aproximadamente 20 pessoas no único ginásio de esporte da região. Como as fortes chuvas permaneceram durante o dia de ontem, os prejuízos ainda não foram calculados.

Preocupada com a situação de calamidade de alguns moradores, a prefeita Maria das Graças Garcêz se deslocou para os locais mais prejudicados e garantiu auxílio moradia para todas as famílias que perderam parte dos bens. De acordo com a chefe do executivo municipal, os governos municipal e estadual estão unidos a fim de ajudar a todos. "Fomos pegos de surpresa com a enxurrada e como temos compromisso com o povo de Itaporanga, não iremos deixar ninguém sem assistência. Ao mesmo tempo em que vamos iniciar o processo de apoio aos moradores, vamos também começar a reparar danos causados ao patrimônio da cidade. A ponte que teve parte desabada será a nossa prioridade".

Com a invasão das águas nas casas, dezenas de pessoas perderam móveis como geladeira, fogão e sofás, e registraram danos em paredes e telhados. Apesar de a chuva ter registrado redução no início da noite de ontem, a prefeita concluiu dizendo: "Vamos continuar atentos para esse período chuvoso e a Defesa Civil já garantiu estar totalmente a disposição do nosso pedido de socorro. A meta agora é reparar os danos e se precaver para o que podemos enfrentar daqui pra frente", disse. Para desobstruir as vias que ficaram intransitáveis devido ao acúmulo de entulhos e lama, mais de 40 agentes de limpeza devem permanecer trabalhando até amanhã.

Entre as vítimas do alagamento está Maria Aparecida, moradora do município há 60 anos. Surpresa com a rápida elevação do nível da água, ela disse que a primeira medida que tomou foi pegar os documentos pessoais e se retirar do local junto com a família. Para a casa da irmã, ela seguiu com o marido, dois filhos adolescentes e um recém-nascido. "Não pensei em outra coisa a não ser proteger a minha família.

Infelizmente perdi muitos bens, mas com fé em Deus nós vamos reconstruir tudo". Questionada quanto ao futuro, Aparecida garantiu temer novas enxurradas e nas próximas semanas deve permanecer na casa de parentes.
"O dia parecia ser mais um comum, assim como vinha sendo em Itaporanga, do nada ele mudo e provocou todo esse estrago. Estamos com medo, e por isso vamos respeitar o pedido da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros que é de se manter em um local seguro até que a situação volte a normalidade", pontuou. Procurado pelo JORNAL DO DIA, Overland Amaral, pesquisador e coordenador do Centro de Meteorologia do Estado de Sergipe (Cemese), afirmou que as fortes chuvas registradas no litoral sergipano devem permanecer, porém de forma escassa nos próximos 30 dias.
"Estamos chegando no período mais chuvoso do ano e a perspectiva é que rajadas semelhantes a essas registradas em Itaporanga D’ajuda afetem também outros municípios da costa sergipana. Para isso, é de fundamental importância ficar atento às alterações climáticas e buscar abrigos seguros nos dias de tempestades".