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Mais de 300 pessoas trans e travestis retificam nomes em Aracaju


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Publicado em 21 de abril de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Jovens trans aguardam novos documentos em Aracaju (Sérgio Silva)

“Agora, não terei mais vergonha de ser chamada por um nome que não é meu”. A frase foi dita por Layra Renata, de 20 anos. Ela é uma das mais de 300 pessoas trans ou travestis que retificaram seus nomes, em Aracaju, e, hoje, aguardam a chegada dos novos documentos, com o nome fazendo jus à foto em destaque.
No ano de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que pessoas trans ou travestis podem alterar seu nome e sexo no registro civil sem que se submetam à cirurgia. Na decisão, foi invocado o princípio à dignidade humana e reforçado que todo cidadão e toda cidadã tem direito de escolher a forma como quer ser chamado ou chamada. Hoje, mesmo com os desafios ainda existentes, pessoas trans ou travestis podem definir por qual nome marcarão sua trajetória na sociedade e no mundo.
Em Aracaju, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Assistência Social, assegura todo o suporte a esse público, que pode contar com a Assessoria LGBTQIA+ em todo o processo de retificação de nome e gênero. E foi com esse apoio que Layra percorreu os caminhos para ter o tão sonhado documento reafirmando quem ela, de fato, é e sempre foi.
“Eu tinha 15 anos quando abri meu guarda-roupa e não me via naquelas roupas. Esperei um ano e, aos 16, contei à minha mãe, convicta de quem eu sou. Expliquei a ela todo o processo que eu iria passar para eu poder me transformar, por fora, no que eu já era por dentro. Minha mãe foi essencial pra eu ser quem eu sou. Foi ela quem me ajudou no processo de transição, quem me ajudou a chegar à Assessoria para retificar meu nome, foi ela quem me incentivou. Quando íamos a consultórios médicos, minha mãe era quem explicava que eu sou Layra. Graças a ela, tive coragem para dizer para todo mundo quem realmente eu sou”, conta Layra.
Para Layra, é importante poder contar com o poder público nesse processo, mas, ter apoio dentro de casa é essencial. “Porque, quando se tem isso em casa, a gente não liga para o que tem fora, a gente sabe pra onde voltar”.
Há dois meses, a jovem desistiu de um emprego porque não se viu no crachá.
“Eu ia trabalhar com o público. Recebi a farda e o crachá. Neste crachá, estava a minha foto com a minha aparência feminina, mas o meu nome masculino. Quando eu vi, disse ‘não vai rolar’. Eu não aceitei isso. Desisti do emprego por algo maior, a minha identidade”, conta Layra.

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