Cirurgia volta a atrasar salários de funcionários

Funcionários da Fun- dação de Beneficên- cia Hospital de Cirurgia voltaram a se mobilizar em frente ao departamento administrativo da unidade filantrópica a fim de pressionar os diretores a regularizar o pagamento salarial da classe trabalhadora. Conforme apresentado pela Associação dos Funcionários e Amigos do Hospital de Cirurgia (Asfa), até o momento os vencimentos referentes ao mês de março seguem indisponíveis aos profissionais. Dentro deste mais novo cenário de atraso estão cerca de mil servidores das mais diversas áreas. Diante da recorrência dos problemas, a associação não descarta a possibilidade de paralisação nos próximos dias.
Essa inclinação democrática pode ser avaliada pelos trabalhadores em assembleia extraordinária a ser realizada nos próximos dias caso o HC não atenda ao pleito dos funcionários e quite os débitos. Caso a proposta seja aceita pela maioria, todos os serviços destinados a sergipanos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) serão suspensos em ato unificado a ser realizado durante 24, ou 72 horas. Ao Jornal do Dia, José Cícero de Souza, presidente da associação, informou que não existem discursos favoráveis a uma greve por tempo indeterminado, mas não descarta a possibilidade caso a situação permaneça atingindo os trabalhadores.
"Lamentavelmente estamos vivenciando mais um período de irregularidade no pagamento salarial dos funcionários que vestem a farda da unidade e seguem intensificando os esforços para não deixar a população sem atendimento. A greve pode se tornar irreversível caso esse atraso continue. Precisamos do apoio dos órgãos de fiscalização e proteção do cidadão trabalhador; é lastimável a situação que volta a deparar centenas de pais e mães de família", pediu. Como até as 23h59 de ontem o salário não foi repassado, hoje o Hospital de Cirurgia completa exatos 19 dias de atraso constitucional, já ultrapassado os cinco dias permitidos pela legislação.
Segundo o HC, o problema ocorre em virtude da falta de repasse de verbas por parte do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde. A Assessoria de Comunicação do Hospital informou que a unidade vai questionar junto à SES, quando os valores possivelmente ainda em aberto serão devidamente transferidos. "Problema financeiro entre Estado e HC que seja resolvido entre eles, o que não podemos aturar mais uma vez é o desrespeito com o cidadão trabalhador e com o paciente que, de certa forma, também acaba sendo prejudicado com esta situação que se arrasta há vários meses", pontuou José Cícero.