Segunda, 20 De Janeiro De 2025
       
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Clemilda, em alto e bom som


Publicado em 07 de maio de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Coroada pelo aplauso.

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

“Depois de morto, acabou”. Em outro filme, a sentença proferida pela forrozeira Clemilda, logo nos primeiros minutos do longa metragem Morena dos Olhos Pretos (2014), poderia soar oportunista. No documentário dirigido por Isaac Dourado, ao contrário, o desaforo desmascara a pieguice das homenagens tardias e abençoa o intento do diretor. Um tabefe nas fuças de uns e outros. Sem meias palavras. Em alto e bom som.
Apesar de ancorado na trajetória musical de Clemilda, Morena dos Olhos Pretos presta um tributo ao conjunto dos operários da cultura popular nordestina – Uma faina pesada, cuja recompensa usual está muito aquém da alegria proporcionada a tanta gente, Brasil afora. Coroado pelo aplauso e por uma popularidade sem precedentes entre os nossos, o caminho da forrozeira sergipana não nega a poeira que venceu o talento de tantos outros. Antes, a revela.
São muitos os temas subjacentes à trama costurada por Dourado, por meio de depoimentos colhidos junto a comunicadores e aos maiores nomes do forró nordestino de então ao longo do filme. Embora não se preste a tal propósito, o documentário poderia amparar, por exemplo, uma discussão muito oportuna a respeito da cegueira e influência dos meios de comunicação de massa no gosto médio da população. O papel do Estado no amparo aos valores de determinado lugar também é abordado, en passant. E por aí vai. Vida e morte, o duelo fundamental, no entanto, pontua a maior parte dos testemunhos.
Entre tantas declarações emocionadas, o desabafo da cantora Amorosa se destaca. Sempre contundente, ela defende que nenhuma homenagem substitui a altura do palco negado pelo poder público local a Clemilda. Eu assino embaixo. Tapinhas nas costas não pagam as contas no fim do mês.
Curto e grosso, o filme de Dourado vai direto ao ponto. Em um ambiente obsedado pelos sinais mais superficiais do sucesso, a história de Clemilda faz uma advertência sobre as motivações que impulsionam o exercício criativo em nossos dias. Pra bom entendedor, meia palavra basta.
‘Morena dos Olhos Pretos’ está disponível plataforma de streaming AjuPlay. Lá, também se encontra a websérie ‘Clemilda’, recém lançada, do mesmo diretor.

E por falar em AjuPlay…
A Prefeitura de Aracaju amplia, desde ontem, o acervo do AjuPlay, plataforma de transmissão digital que passa a contar, em seu acervo, com novos produtos culturais produzidos localmente, a exemplo de curtas-metragens, videoclipes, webséries e conteúdos digitais desenvolvidos com o auxílio da Lei Aldir Blanc, executada na capital sergipana pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).
O coordenador do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), Anderson Passos, explica que a gestão municipal vem expandido o catálogo da plataforma para disponibilizar o resultado dos projetos contemplados pela Lei.
“O objetivo é termos na Ajuplay o desague de toda a produção cultural, para além das ações da Lei Aldir Blanc, para os próximos anos, uma plataforma em que se pode acessar o que há de mais pujante na cena aracajuana, no quesito cultura”.
A aba curtas-metragens recebeu cinco novos filmes, que vão desde documentário à ficção, e, entre eles, produções que estavam no CinemAju em abril: “Talvez Eu Nunca Tenha Amado”, de André Aragão/Gonara Filmes; “Fenemê Verde”, de Bipolar Filmes; “Transfigura”, de Raphael Borges/Uçá Produções; “Tempo”, de Sara Andrade e “Olhos de Fogo”, de Jade Moraes. São apresentados também cinco videoclipes de artistas sergipanos: “Dois Peixinhos”, de Gabi Etinger; “Negra Soul”, de Anne Carol; “Pensando em Mim”, de Raymundo Calumby; “Sem Stress”, de Juliana Santos e “Velhas Novidades”, de Wesley Tchapas.

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