Colapso sem lockdown

O governador Belivaldo Chagas não quer saber  de lockdown em Sergipe. Extrema, embora ne- cessária, a medida só será adotada em último caso. Por enquanto, ele se conforma em aumentar as restrições impostas ao comércio, a fim de fazer frente às possibilidades de aglomeração.
Será assim até que a pandemia arrefeça, ou o colapso do sistema público de saúde se pronuncie com todas as letras, tornando o toque de recolher incontornável. O tal colapso, contudo, bate à porta. Na rede privada, não há leitos disponíveis nas unidades de terapia intensiva. Na pública, as vagas para internação são escassas. Belivaldo não quer fechar tudo, de uma hora pra outra. Mas, a continuar no mesmo passo, sem a adesão espontânea da população ao distanciamento social, a pandemia tende a empurrar a atividade comercial para o abismo.
Um novo decreto foi publicado ontem, no Diário Oficial. Salões de beleza tiveram a capacidade reduzida para 30%, assim como academias, igrejas e templos religiosos.  Além da capacidade reduzida, as academias, igrejas e templos não podem funcionar durante o final de semana. Estabelecimentos localizados no Centro de Aracaju também estão com o horário de funcionamento reduzido. Lojas, bares e restaurantes devem funcionar das 9 às 17 horas. Em outros bairros da cidade, o comércio está autorizado a funcionar entre as 10 e 18 horas. Há exceções, no entanto. Shoppings e galerias permanecem de portas abertas das 9 às 21 horas, de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana, contudo, também estarão fechados.
O tempo dirá se a cautela do governador tem alguma razão de ser. Todas as evidências apontam em sentido contrário.