Terça, 30 De Abril De 2024
       
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COM 313 MIL VOTOS DE FRENTE O ¨GALEGUINHO¨ ENTRA EM CENA


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Publicado em 02 de novembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

Fechar, ou ¨hibernar a FAFEN¨,  a cínica metáfora que preferem, sempre foi uma vontade férrea, uma decisão indormida da cúpula que  comanda a PETROBRAS. Não diziam ao certo se pretendiam simplesmente sucatear a fábrica de fertilizantes nitrogenados, ou se imaginavam vendê-la. Ninguém que tenha algum equipamento para vender , decidiria colocá-lo num processo de ¨hibernação , ¨ou seja, parado e corroído pelo tempo, sucateado enfim. Como o bem é público, a decisão de ¨hibernar ¨a FAFEN é algo que cheira impudicamente a maracutaia. Há algo de podre nesse ¨Reino da Dinamarca ¨ que nada tem de hamletiano, mas é  uma tragicomédia de erros e  criminosas intenções.
A decisão afeta a FAFEN sergipana e sua congênere baiana, trata-se , com perdão do termo, de uma dupla sacanagem.
Mobilizaram-se os governos de Sergipe e Bahia,   os setores empresariais, os sindicatos, os políticos. Belivaldo criou uma força tarefa para elaborar estratégias e produzir um documento , comprovando a plena viabilidade da indústria que se quer destruir. O secretario do desenvolvimento, o engenheiro Jose Augusto, fez um primoroso trabalho. Belivaldo com sensibilidade política convidou o ex-governador Albano Franco a fazer parte do grupo. Tudo pronto, Albano, que tem acesso pleno a Temer, foi liderando uma representação sergipana até o presidente da República, até o presidente da Petrobras. Ficou decidido que a ¨hibernação¨ seria suspensa até o dia 31 de outubro. Nem se chegou à data aprazada e os funcionários da fábrica já recebiam um comunicado explicando que no ultimo dia de janeiro do ano que vem a FAFEN, em Laranjeiras, fecha as portas e será entregue à faina da   ferrugem. O mesmo sucederá com a FAFEN baiana. Com isso, poderão  desaparecer dois polos industriais montados em torno das duas empresas, são dezenas de ¨misturadoras ¨as que fazem os compostos de fertilizantes. Desemprego de milhares de pessoas, de pais de família, de jovens,  a queda na arrecadação de municípios, principalmente, encerramento de muitas atividades. Uma tragédia anunciada e sancionada pela covarde, omissa e pegajosa atitude do presidente Temer. Essa figura desprimorosamente antiética, que por acidente ou incidente,  resultante do conluio desfeito, e de  quadrilhas que se atropelavam, chegou  ao comando da Nação.
Já existem contatos tanto da parte de Sergipe como da Bahia com grupos investidores, que manifestam interesse em assumir o controle de  cada uma das unidades fabris.
O risco que se corre é o da deterioração completa dos equipamentos nos meses que decorrerão desde o fechamento até quando se faça a venda, e os novos grupos assumam o comando. E tudo seria vendido a preço de ferro velho?
O Ministério Publico Federal tanto quanto a sempre eficaz Policia Federal poderiam investigar o quanto de ilicitude, ou, no mínimo de irresponsabilidade gerencial, o que também é crime, poderiam existir por trás dessa metafórica ¨hibernação. ¨
O mais estranho ainda é a data final para o fechamento, quando já existirá um novo governo, e esses atuais dirigentes da Petrobras, não mais estarão nos cargos que agora ocupam.

Belivaldo Chagas, um político discreto, que não parecia alimentar ambições de figurar no restrito time dos que podiam imaginar-se candidatos ao governo ou ao Senado, chegou ao governo quando, exercendo com eficiência e sem holofotes o papel de Vice Governador, houve a renuncia de Jackson Barreto. Já  tinha sido antes , o vice do seu conterrâneo Marcelo Deda, que exercia o primeiro mandato. 

Para candidatar-se ao segundo, Déda teve de trocar o vice por Jackson Barreto, um personagem político com muita capacidade de multiplicar votos. Belivaldo nem estrilou, e se manteve tranquilo e calmo no mesmo grupo. A hora de tornar-se outra vez vice lhe chegou, quando Jackson buscou a reeleição, e queria manter ao seu lado o grupo do senador Valadares, ao qual com toda lealdade Belivaldo pertencia. Elegeram-se Jackson e ele, e na esteira de acontecimentos supervenientes, que marcariam o  açodado rompimento do grupo do senador com Jackson, Belivaldo, simplesmente,  anunciou que ficaria onde estava, lembrando até a Valadares que pelo confronto político que existira entre o grupo ao qual pertencia com o grupo do senador Amorim, ao qual Valadares iria se juntar, o seu nome fora vetado para ocupar um cargo no Tribunal de Contas, isso, quando Edvan Amorim, irmão do senador, exercia quase  total comando sobre a Assembleia Legislativa.

Suas ponderações não foram levadas em conta pelo senador Valadares, que embarcara na onda a favor do impeachment da ¨antaológica¨ Dilma, ( trocadilho infame )  e já festejava uma aliança com os Amorim e André Moura, poderoso líder de Temer, que dariam suporte à candidatura de Valadares Filho a prefeito de Aracaju, a segunda,  depois da derrota anterior para João Alves. Tudo fracassou,  mas o senador Valadares imaginou-se com força suficiente para desprezar o apoio dos antigos aliados, e contra todos eles investir, numa dupla candidatura  majoritária, a dele mesmo à reeleição,  e a do filho deputado federal candidato ao Governo.

O resultado foi aquele que se viu: a maior soma de votos já colocada pelo vencedor à frente do vencido, numa disputa pelo governo de Sergipe: 313 mil votos.

O autor da façanha, o modestíssimo e até menosprezado Belivaldo, cujas chances eram consideradas nulas no momento em que começou a exercer o governo.

Um integrante do staff do senador Valadares, até acidamente subestimava: ¨O erro de Belivaldo foi ter saído da cozinha de Valadares , agora,  nem deputado estadual ele conseguira eleger-se.¨

O fenômeno tem causas, motivos e fatos que muito claramente o explicam.

Belivaldo é humilde, não se enfatuou no poder, permaneceu o que sempre foi. Dispensou as pompas, fechou o Palácio de Veraneio , que aliás é modestíssimo, mas fere a sensibilidade do povo imaginar que governante pode desfrutar de ¨veraneios ¨.

Reduziu a quase nada a segurança pessoal, frequenta locais públicos sozinho,  e chega, as vezes, dirigindo seu Fiat Mobi. Deu um sacolejo para mostrar que tinha estilo próprio de governar, demitiu secretario que se considerava poderoso e intocável, revelou personalidade, deu ênfase à segurança, melhorou a problemática  rede estadual de saúde, cuidou de equilibrar as finanças, mostrou garra e sinalizou para mudanças, algumas até podendo parecer supérfluas, como a determinação que dará para que se torne homogênea a frota de automóveis do serviço publico, riscando dele a presença dos carrões pretos, a ostentação descolada da nossa realidade, e fortalecendo a ideia , o conceito, o princípio basilar, de que servidor publico tem de ser fiel à frase que o qualifica, para não imaginar nunca o contrário, que é colocar a coisa pública  ao seu serviço.

Belivaldo tem a pesadíssima responsabilidade, a carga que doravante se torna cada dia mais pesada dessa cifra enorme dos 313 votos de diferença, o que o torna uma esperança, e ao mesmo tempo constrói a figura de um líder que  precisará inovar a cada dia, servir melhor ao povo, para que o papel que lhe foi dado não se venha a desfigurar. 

TRANSPORTE EM ARACAJU, ÔNIBUS, SUCATAS FEDIDAS

Faz tempo, esses proprietários das empresas de ônibus operando em Aracaju, se esmeram a cada dia em prestar piores serviços. O povo é tratado como um rebanho desprezível, que se amontoa espremido nos coletivos, onde, nesses verões tórridos a temperatura no interior ultrapassa os cinquenta graus.

Agora, eles querem um novo aumento. Do ponto de vista empresarial estão absolutamente corretos. Uma atividade econômica não pode subsistir enquanto suas receitas são consumidas pela elevação de preços, dos  insumos, dos equipamentos que utilizam. O óleo diesel continua em escalada altista, apesar da greve dos caminhoneiros e das promessas feitas debaixo de pressão, com a faca no pescoço rechonchudo dos homens do Planalto.

O que se tem a discutir é o tamanho da reivindicação já apresentada. Recentemente, o prefeito Edvaldo Nogueira vetou um projeto de lei da Câmara que estabelecia a exigência de ar condicionado nos coletivos. Isso seria algo básico, indispensável mesmo, até como prova de respeito humano aos que se utilizam dos nossos sucateados ônibus.

Mas ai entram outras considerações fundamentais, que devem ser objeto de atenção pelo poder municipal no decorrer do próximo ano. É preciso, inicialmente, colocar um selo de qualidade ética nos contratos feitos com as empresas, estabelecendo-se o indispensável critério da licitação, coisa que se arrasta  desde tempos imemoriais, como diria o romancista Garcia Marquez criador das narrativas num ambiente irresolutamente fantástico.

Mas o prefeito Edvaldo tem razão, quando argumenta que há uma carga imensa de isenções concedidas à inúmeras categorias que gozam de completa gratuidade nos transportes públicos. Esse ônus, essa compulsória renuncia de receitas, recai sobre o caixa das empresas, que ficam no limite e não podem arcar com os custos de novos investimentos, como é o caso do ar condicionado, que não chega sequer a ser um conforto, mas um alento de sobrevivência possível a quem se vê espremido nas latas sacolejantes que se chamam transportes coletivos.

Esse instante de analise para a concessão de um novo reajuste seria o momento melhor para que um debate  mais consistente sobre o transporte publico  começasse a ser realizado.

Como sempre irão aparecer as vozes de protesto, afirmando e reafirmando que não  pagarão as novas tarifas,   enquanto outras, ingênua ou desinformadamente, apresentarão a solução miraculosa, que seria a estatização pura e simples do transporte coletivo,  sem atentarem  para a realidade fática e absoluta de que poder público não fabrica dinheiro, e  estatal não funciona sem custos.

AS CRAIBEIRAS JÁ FLORINDO DESDE O SERTÃO A ARACAJU

Neste verão que queima e requeima no sertão quase desnudo, completando sete anos de estiagem, as craibeiras mais uma vez florescem. Não estão as árvores imensas despontando sobre a caatinga mirrada, como de outras tantas vezes, despidas de folhas e recobertas de flores amarelas. A floração foi mais tímida ou menos intensa, talvez, mais uma consequência de tanta secura do ar e da terra esturricada. A craibeira é árvore caprichosa, no semiárido a sua sobrevivência é a prova de que por perto existe alguma nascente, ou no subsolo uma despercebida umidade. Mas, neste fim de ano, com muito calor e sol intenso, as craibeiras  transportadas do sertão para Aracaju, estão florescendo intensamente. Por um paradoxo que aos botânicos caberia explicar, aqui, onde há lençóis freáticos em quase todos os lugares as craibeiras   são menos prodigas na floração, não chegam a perder as folhas ,e apenas as flores com elas se misturam,  e as árvores não se recobrem toda da florada amarela.

As craibeiras agora  são numerosas em Aracaju,  devem existir mais de cinco mil, foram cedidas pelo Instituto Vida Ativa, que as produz em  Canindé. Marcelo Déda na sua primeira gestão à frente da Prefeitura, as recebeu com carinho e deu ao agrônomo e sacerdote do verde Francisco Ney      a tarefa de espalhar as mudas pelas avenidas e parques da cidade. E ele cumpriu a tarefa com a dedicação de quem se dedica a zelar com amor pela qualidade de vida na nossa capital. O então vice Edvaldo Nogueira observava aquilo, e ao assumir a prefeitura, solicitou ao Instituto Vida Ativa mais e  mais mudas não só de craibeiras,  também de tantas outras espécies da caatinga e mata atlântica, e foi plantando cada vez mais. Nessa terceira administração de Edvaldo, sua Secretaria do Meio Ambiente se esmera em por mais verde na cidade, e se assim continuar com craibeiras e tantas outras espécies, nos próximos anos Aracaju poderá figurar entre as cinco capitais brasileiras mais arborizadas. Este ano o Instituto Vida Ativa já doou à Prefeitura de Aracaju mais de três mil mudas de plantas diversas.

ENTRE O DONALD TRUMP E O CAPITÃO BOLSONARO

Em qualquer país civilizado do mundo, com o histórico de atitudes e declarações como as que eram cotidianamente repetidas pelo capitão e deputado Jair Bolsonaro, ninguém seria em nenhuma hipótese eleito presidente da república pela via do  voto direto e em um pleito absolutamente democrático.

Mas agora o capitão Jair Messias Bolsonaro é o presidente eleito da República Federativa do Brasil.

Metade do seu sucesso ele deve a ele mesmo, a outra metade lhe deram de presente.

O mesmo modelo adotado com êxito por Donald Trump, parece entusiasmar o  nosso  agora presidente .  Nos Estados Unidos também ninguém acreditava que o bilionário falastrão e grosseiro, viesse a ocupar a Casa Branca.

Os americanos, apesar de terem alcançado um altíssimo padrão de vida, não conseguiram evoluir e chegar aos padrões civilizatórios alcançados por outros países, econômica e socialmente avançados.

A sociedade americana é complexa, conflituosa, e onde convivem fantásticos avanços ao lado de visões retrógradas e extremismos  absurdos. Trump foi muito além da direita representada pelo conservadorismo do Partido Republicano, e tornou-se ídolo  dos supremacistas  brancos  que não  envergonham-se  de exibir suásticas, ou de desfilarem com as cruzes flamejantes dos assassinos militantes da Ku – Klux- Klan. Há ainda os desencantados com a política tradicional, e o poderoso complexo industrial muito aquém da pós-modernidade que se sente ameaçado, tanto pela globalização como pela consciência ecológica,  apontando para novos paradigmas da convivência homem -natureza .

Trump pode desencadear uma guerra comercial com a China e com o mundo, o dólar é ainda a moeda soberana, seu país é, e será por  muito tempo ainda  a maior potencia militar, e sua economia, mesmo se superada pela China nos próximos dez anos, ainda continuará dando as cartas no cenário global.

O Brasil não pode dar-se ao luxo de desprezar mercados de países que nos cercam, fazendo pouco caso do Mercosul, por considera-lo uma concertação meramente ideológica. Uma coisa é a destroçada e caloteira Venezuela, outra coisa a Argentina, também o Paraguai , o Uruguai.

O Brasil cometerá um erro fatal se atrelar-se à errática trajetória de Donald Trump,   e aliar-se a ele na queda de braço com a China,  pior ainda, se  vierem a ter consequências no plano militar as sinalizações que teriam surgido na conversa mantida entre Trump e Bolsonaro.

Apenas como pontual exemplo: se  a Argentina fechar o seu mercado para os  nossos produtos têxteis , em questão de meses  estarão próximas da bancarrota diversas fábricas de tecidos brasileiras. Se a China restringir suas importações de soja, minério de ferro, uma parte considerável e dinâmica da economia brasileira entraria em colapso.

Não podemos ser dependentes de um só mercado, por isso temos de comercializar com o mundo, com a Venezuela, inclusive, desde que o execrável caloteiro Maduro nos pague adiantado.

Mas o super- ministro Paulo Guedes, demonstrando algum desequilíbrio emocional revela, raivoso, seu desprezo ao Mercosul,  e desapreço aos BRICS , e diz que vai deter a desindustrialização do Brasil, ¨apesar dos industriais¨, aos quais classifica como atrasados e pendurados no protecionismo.

O penúltimo presidente do ciclo de poder militar que foi o general Ernesto Geisel,  ousou fazer um acordo nuclear com a Alemanha,  foi sabotado por Washington, e corajosamente  rompeu o acordo  militar Brasil – Estados Unidos, por via do qual nossas  forças armadas não acionavam os motores de um submarino, de um caça ou de um tanque sem  que o Pentágono, antes, tomasse nota e monitorasse os movimentos.

Não precisamos nos distanciar dos Estados Unidos, devemos estreitar laços em vários campos, no comércio, principalmente. Na cooperação cientifica, em parcerias econômicas, mas sem irmos a reboque das suas visões geopolíticas, que são exclusivistas, e agora indo aos extremos com o brado ultranacionalista de Trump:  ¨América First.¨

Relações internacionais não são construídas a partir das preferencias  de cada governante, elas são parte dos objetivos nacionais permanentes, e o Brasil tem a sua diplomacia mantida em alto conceito internacional.

Para fazer um agradinho  a Trump não podemos sequer imaginar em transferir a nossa Embaixada de Tel Aviv para Jerusalem, a cidade sagrada de três grandes eixos religiosos, entre os quais o judaísmo é uma parte ínfima, são cerca de 20 milhões de seguidores, enquanto o islamismo  chega a um bilhão, e o cristianismo vai a  mais do que isso.

Essa transferência que Bolsonaro como candidato anunciou, e que Trump já fez, além de um   outro país sem nenhuma expressão, seria catastrófica para o Brasil. Temos excelentes relações com o mundo islâmico , da mesma forma com Israel, mas, sem as  exportações que fazemos para os  árabes, nossa indústria de alimentos desaba, além de outras consequências mais graves, inclusive o rompimento de uma tradição de tolerância e amizade com todos os povos . Aqui, vivem comunidades árabes que se relacionam muito bem com os judeus, não há conflitos. Iremos fazer com que eles surjam?

Imitando a insensatez de Trump, que pode ser grotescamente estupido por ter a força, nós,  que somos fortes graças ao respeito que temos na comunidade global, perderemos a autoridade ética de um país pacificador, e mergulharemos , de cabeça,  no fundo seco de um conflito no qual sempre exercemos o papel nobre da mediação.

Bolsonaro já está sendo chamado de Trump Tropical, antes de envaidecer-se, ele deveria enxergar isso como um insulto.

Acabou a polarização do mundo, sumiu, com o desabar do Muro de Berlim aquele sentimento que unia o chamado  ¨mundo  livre ¨contra a ameaça comunista, que efetivamente se corporificava, na ideologia, e na atávica sede expansionista que sempre moveu o império russo, transfigurado com  o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a URSS. Em cena entrava também o poderio da China Vermelha, e isso quase impunha alinhamentos ao Brasil, aos quais nunca mantivemos plena devoção, tanto, que nos recusamos a mandar tropas para a carnificina da Coreia no começo da década dos anos cinquenta; depois, mesmo no período dos governos militares, driblamos as insinuações para que nos envolvêssemos     no matadouro inútil do Vietnam.

Se Trump por lá grita: América First, a ele devemos  imitar, mas dizendo sem gritos: Brasil Primeiro.

A FAFEN NA ALÇA DE MIRA  DOS ¨DONOS  DA PETROBRAS ¨

Fechar, ou ¨hibernar a FAFEN¨,  a cínica metáfora que preferem, sempre foi uma vontade férrea, uma decisão indormida da cúpula que  comanda a PETROBRAS. Não diziam ao certo se pretendiam simplesmente sucatear a fábrica de fertilizantes nitrogenados, ou se imaginavam vendê-la. Ninguém que tenha algum equipamento para vender , decidiria colocá-lo num processo de ¨hibernação , ¨ou seja, parado e corroído pelo tempo, sucateado enfim. Como o bem é público, a decisão de ¨hibernar ¨a FAFEN é algo que cheira impudicamente a maracutaia. Há algo de podre nesse ¨Reino da Dinamarca ¨ que nada tem de hamletiano, mas é  uma tragicomédia de erros e  criminosas intenções.
A decisão afeta a FAFEN sergipana e sua congênere baiana, trata-se , com perdão do termo, de uma dupla sacanagem.
Mobilizaram-se os governos de Sergipe e Bahia,   os setores empresariais, os sindicatos, os políticos. Belivaldo criou uma força tarefa para elaborar estratégias e produzir um documento , comprovando a plena viabilidade da indústria que se quer destruir. O secretario do desenvolvimento, o engenheiro Jose Augusto, fez um primoroso trabalho. Belivaldo com sensibilidade política convidou o ex-governador Albano Franco a fazer parte do grupo. Tudo pronto, Albano, que tem acesso pleno a Temer, foi liderando uma representação sergipana até o presidente da República, até o presidente da Petrobras. Ficou decidido que a ¨hibernação¨ seria suspensa até o dia 31 de outubro. Nem se chegou à data aprazada e os funcionários da fábrica já recebiam um comunicado explicando que no ultimo dia de janeiro do ano que vem a FAFEN, em Laranjeiras, fecha as portas e será entregue à faina da   ferrugem. O mesmo sucederá com a FAFEN baiana. Com isso, poderão  desaparecer dois polos industriais montados em torno das duas empresas, são dezenas de ¨misturadoras ¨as que fazem os compostos de fertilizantes. Desemprego de milhares de pessoas, de pais de família, de jovens,  a queda na arrecadação de municípios, principalmente, encerramento de muitas atividades. Uma tragédia anunciada e sancionada pela covarde, omissa e pegajosa atitude do presidente Temer. Essa figura desprimorosamente antiética, que por acidente ou incidente,  resultante do conluio desfeito, e de  quadrilhas que se atropelavam, chegou  ao comando da Nação.
Já existem contatos tanto da parte de Sergipe como da Bahia com grupos investidores, que manifestam interesse em assumir o controle de  cada uma das unidades fabris.
O risco que se corre é o da deterioração completa dos equipamentos nos meses que decorrerão desde o fechamento até quando se faça a venda, e os novos grupos assumam o comando. E tudo seria vendido a preço de ferro velho?
O Ministério Publico Federal tanto quanto a sempre eficaz Policia Federal poderiam investigar o quanto de ilicitude, ou, no mínimo de irresponsabilidade gerencial, o que também é crime, poderiam existir por trás dessa metafórica ¨hibernação. ¨
O mais estranho ainda é a data final para o fechamento, quando já existirá um novo governo, e esses atuais dirigentes da Petrobras, não mais estarão nos cargos que agora ocupam.

 

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