Os corredores do Huse estão deixando de abrigar pacientes
Com o Cirurgia voltando a funcionar, Huse consegue esvaziar corredores
Publicado em 06 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Mais pacientes que aguardam cirur-gias no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) deverão ser transferidos ao longo desta semana para o Hospital de Cirurgia, onde devem passar por cirurgias ou tratamentos complementares no âmbito do Sistema Único de Saúde. Ao longo da semana que passou, 32 pessoas que aguardavam cirurgias ortopédicas foram transferidas. A previsão é de que este processo continue com a inclusão dos pacientes cardíacos, que necessitam de cuidados e procedimentos especiais de estabilização para a transferência. O superintendente do Huse, Darcy Tavares, explica que o número de transferências só não for maior porque o Hospital de Cirurgia ainda tenta resolver alguns problemas pendentes na sua estrutura de funcionamento.
A instituição retomou as cirurgias eletivas do SUS depois que o governo estadual pagou alguns repasses atrasados e autorizou a equiparação salarial das categorias de cirurgiões. "O Cirurgia ainda não está funcionando com sua capacidade plena, ainda passa por alguns problemas. Tem questões com os anestesistas, com outros pacientes que já estão lá, e etc. Mas acredito que tudo isso já esteja resolvido até a próxima semana, e aí nós poderemos transferir ainda mais pacientes, na medida em que o Cirurgia funcione plenamente", disse Darcy, destacando que o envio de pacientes é um processo contínuo e dinâmico, na medida em que outros pacientes dão entrada do Huse e são estabilizado parta a transferência, caso haja a necessidade de cirurgia.
Apesar dessas pendências, a transferência de pacientes já começou a dar resultados no Huse. Fotos divulgadas neste final de semana mostram que os corredores da unidade pública já foram esvaziados e que poucos pacientes ainda persistem em algumas áreas. Isso também foi efeito de um trabalho interno de reorganização do fluxo de atendimento e medidas para agilizar o atendimento aos internados. De acordo com Tavares, exames passaram a ser feitos e liberados com mais rapidez, enquanto as visitas de avaliação dos médicos aos pacientes foram intensificadas, permitindo um menor tempo na concessão de altas médicas e na liberação de leitos. Algumas salas cirúrgicas também foram ativadas, aumentando o número de operações realizadas.
O superintendente confirmou que, além dos corredores, houve ainda o esvaziamento da chamada "área de catástrofe", espaço reservado para receber pacientes em casos de calamidade ou grandes incidentes com feridos. "Essa área estava sendo usada todo dia para receber os pacientes que chegavam, mas como passamos a fazer esse trabalho interno, acomodando as pessoas nos leitos e agilizando as cirurgias e exames, já conseguimos esvaziar essa área aos poucos. Claro que, às vezes, outros pacientes vão chegando e sendo colocados durante o dia, mas a gente atua e vai esvaziando novamente. É um processo dinâmico", esclarece o diretor, ressaltando que o Huse é uma unidade de porta aberta, que atende a todos os pacientes. A expectativa da nova gestão é de que a situação do fluxo de atendimento no Huse esteja estabilizada em até 30 dias.