Quarta, 26 De Março De 2025
       
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Com saída do PT, Belivaldo deve optar por chapa mais conservadora


Publicado em 05 de fevereiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Na quinta-feira (3), o ex-presidente Lula esteve em Recife para confirmar o apoio do PT ao nome escolhido pelo governador Paulo Campos (PSB), na disputa para o governo de Pernambuco. Para isso foi preciso retirar a candidatura do senador Humberto Costa (PT), que liderava as pesquisas, e garantir a aliança PT/PSB na disputa presidencial.
Era este o cenário que o governador Belivaldo Chagas (PSD) gostaria de ver em Sergipe, quando, há 10 dias, teve uma audiência reservada com Lula em São Paulo. Como o ex-presidente tenta atrair o PSD para uma aliança ainda no primeiro turno, Belivaldo foi mostrar que uma eventual retirada da candidatura do senador Rogério Carvalho (PT) a governador poderia facilitar o entendimento nacional entre os dois partidos. Ele indicaria o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) para o governo e abriria a vaga do Senado para o PT, que seria para a vice-governadora Eliane Aquino.
Rogério reagiu, foi a São Paulo, e no dia seguinte voltou com fotos e declarações de Lula e da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), confirmando a candidatura, enterrando a ‘jogada de mestre’ – como foi considerado o encontro de Belivaldo com Lula – do governador.
Descartada a volta do PT, Belivaldo aproveitou o caso de covid-19 de Mitidieri para adiar a reunião que teria com os quatro pretendentes ao governo, os dirigentes partidários do bloco governista, o ex-governador Jackson Barreto e o ex-deputado federal André Moura, o preferido do governador para o Senado. Este mês não deve haver mais reunião, já que ele está voltado a fazer contas para definir o que pode oferecer de reajuste aos servidores estaduais, promessa feita no ano passado.
Lideranças do grupo enxergam um certo isolamento do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), que ainda tenta ser o candidato do grupo, e de Jackson Barreto, que colocou o seu nome à disposição para a vaga do Senado. Belivaldo prefere aguardar a conclusão do julgamento de André Moura no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para 10 de março. Ele é acusado de desviar veículos municipais e servidores públicos quando foi prefeito de Pirambu (SE). A votação está 5 a 5. O novo ministro da Corte, André Mendonça, desempatará o julgamento.
Essa foi uma das três ações envolvendo o ex-deputado que o STF julgou, em conjunto, no ano passado. Nas outras duas, ele já foi condenado, por 6 votos a 4, pelas acusações de peculato, formação de quadrilha e desvio e apropriação de recursos públicos. A pena é 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado e 5 anos de proibição para exercício de cargo público. O caso estava no Supremo desde 2011. O ex-deputado pode tentar efeitos suspensivos, mas dificilmente terá condições de disputar estas eleições, principalmente um cargo majoritário.
Apesar das protelações, no âmbito governista já é considerada certa a candidatura de Mitidieri ao governo e do deputado federal bolsonarista Laércio Oliveira (PP) ao Senado, caso haja a confirmação da saída de André. Jackson não teria a simpatia de lideranças importantes do grupo por ser eleitor declarado e Lula, e nunca teve a garantia de Belivaldo de que poderia ser o candidato.
Desde o restabelecimento das eleições diretas para os governos estaduais, em 1982, Jackson Barreto foi o único governador que renunciou e transferiu o cargo para o vice-governador, em abril de 2018, para que ele tivesse condições de disputar o governo com maiores chances de vitória. E ainda permitiu que a campanha de Belivaldo Chagas atacasse a sua gestão e prometesse soluções para os problemas do estado.
(Eleito em 1982, João Alves Filho concluiu o seu mandato. O mesmo ocorreu com Antonio Carlos Valadares (1987-1990), de novo João (1991-1994), Albano Franco (1995-2002), João (2003-2006), Marcelo Déda (2007-2013, quando faleceu). Como vice-governador, Jackson assumiu após a morte de Déda e foi reeleito em 2014).
A ser confirmada a opção conservadora pelo grupo de Belivaldo, no poder há 16 anos, o quadro eleitoral em Sergipe ficará bem delineado. E se for descartado como candidato ao senado, JB pode trocar de partido – o que já pretende fazer em qualquer circunstância – e se transformar em alternativa como candidato a senador na chapa de Rogério Carvalho. O que já é defendido por militantes históricos do PT e agradaria o ex-presidente Lula.

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