COMEÇOU O ANO DA COLHEITA
Publicado em 07 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
E assim, como mandam todos os figurinos, o passado dá sua garantia como qualquer ano de plantio, o que findou aplicou uma goleada embora a mídia patronal só tenha dado destaque a alguns gols sofridos.
Comecemos a análise pelo que se delineia na geopolítica global onde os números que alimentam os opositores fazem as tabelas de pontuação, iniciando pelo antigo dragão da inflação, onde o Partido Midiático mostra sua cara; citamos com as relevâncias próprias a Venezuela e a Argentina e pulamos para as grandes e ricas patrocinadoras das notícias.
Pois bem; EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e mais um punhado, todos e todas com inflação anual de mais de 4,71%, verificada no Brasil e que não mereceram um único editorial escandaloso.
No que interessa da economia, o ano passado viu um intenso debate entre a Real Politique e a real imbecilidade que; que precisou de muita habilidade para vencer apertado o terrorismo dos agiotas do mercado que lutaram com unhas, dente e mentiras para que o País não se destaque no protagonismo mundial.
Claro que o que foi aprovado não representa tudo que será necessário para o Brasil ter, até que enfim, uma República Federativa Democrática e Participativa, mas, foi dado um enorme passo.
Já quase no apagar das luzes de 2024 o ministro Flávio Dino deu um bom empurrão ao suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões de emendas parlamentares e determinou investigações pela Polícia Federal e, de quebra, dias antes a mesma PF já tinha mandado o rei do lixo para a cadeia, na operação Overclean, deixando claro que para Artur Lira, o PP, PL, União, Republicanos e quem mais se meter a besta, que acabou o recreio e vamos ter provas finais pela frente.
Os primeiros punhados da colheita já vieram com o novo Salário Mínimo na casa dos R$ 1.518,00, 7,5% a mais que o de 2024, portanto, ganho real acima da inflação, o desemprego quase zerado em 6,1% e crescimento do PIB batendo 3,5%.
Um detalhe; como em todo confronto da Luta de Classes, na luta renhida da votação do Pacote Fiscal, teve quem furasse a greve. E aí, podem ser chamados de pelegos? Não! De jeito nenhum.
Pensando na prática como critério da verdade, dá para dizer que faltou para os deram dois passos para trás, em hora imprópria, a vivência dos embates das mesas de negociações para fechar acordos coletivos após longas jornadas, olhando para cima e vendo o Cometa da Luta de Classes.
É exatamente aí, que entra em campo um jogador chamado experiência que é quem manda parar, fazer um balanço do que foi conquistado, fazer um balanço do que virar de desgaste se insistir no moído, bater o martelo e voltar com gosto de gás para as bases e dizer; a jornada continua com nossa mobilização para ir em busca do que não conquistamos agora.
As idas e vindas, o esquenta e esfria, os avanços e recuos estão dentro do que disse Guimarães Rosa: O que a vida quer da gente é coragem!
Vai ter gente boa, corajosa, de luta resmungando e chorando pelos cantos das paredes falando em derrota? Vai. Vão desistir das lutas entregando os pontos; nunca! Por quê? Porque nessas horas, os líderes sempre irão ouvir a voz vigorosa de Gonçalves Dias dizendo: Não chore meu filho; não chore que a vida é luta renhida, viver é lutar. A vida é combate, que aos fracos abate, aos fortes, aos bravos, faz exaltar.
A compreensão mais sólida para o momento é que existem dois projetos antagônicos na sociedade; aquele que é a pauta diária dos jornalões O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão que formam o tripé do Partido Midiático para derrotar o governo democrático e popular, atacando o presidente Lula, com o apoio do agronegócio e mercado financeiro e no outro extremo do cabo de guerra, as massas que conseguirmos mobilizar e conscientizar; quem vai definir é a correlação de forças.
No momento, a iniciativa que nos encoraja está com o time do Estado Democrático de Direito vestindo os uniformes do Supremo Tribunal Federal, como um todo, nos desmantelamento das quadrilhas militar e partidária, as prisões de mais gente estrelada e as ofensivas para cassações de registros partidários por insuflarem Golpe de Estado, não podem ser assistidas de braços cruzados.
Buscar quem estará ao nosso lado nas trincheiras é mais importante que a própria guerra. Bandeiras de luta como baixar a taxa Selic, enfrentar com vigor as especulações com o dólar e gritar a todo pulmão, para bem começar o primeiro ano do quarto governo Lula; SEM ANISTIA!
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político