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Como e quando serão as convenções partidárias durante a pandemia
Publicado em 08 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
Amaral Cavalcante com o então governador Marcelo Déda, durante cerimônia de posse na Academia Sergipana de Letras, em 11 julho de 2011, data de aniversário do poeta.
Como e quando serão as convenções partidárias durante a pandemia
Com a promulgação da Emenda Cons- titucional (EC) nº 107/2020, que adiou as Eleições Municipais 2020, todos os prazos eleitorais previstos para o mês de julho foram prorrogados por 42 dias, proporcionalmente ao adiamento da votação. Assim, as convenções partidárias para a escolha de candidatos, que aconteceriam de 20 de julho a 5 de agosto, serão realizadas no período de 31 de agosto a 16 de setembro.
Para atender às recomendações médicas e sanitárias impostas pelo cenário de pandemia provocada pelo novo coronavírus, os partidos políticos poderão realizar suas convenções em formato virtual para a escolha de candidatos e formação de coligações majoritárias, bem como para a definição dos critérios de distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). As legendas devem garantir ampla publicidade, a todos os seus filiados, das datas e medidas que serão adotadas.
As agremiações terão autonomia para utilizar as ferramentas tecnológicas que entenderem mais adequadas para as convenções virtuais, desde que obedeçam aos prazos aplicáveis nas Eleições 2020 e às regras gerais da Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) e da Resolução TSE nº 23.609/2019, com as adaptações previstas quanto à abertura do livro-ata, registro de dados, lista de presença e respectivas assinaturas.
A Resolução TSE nº 23.623/2019 estabelece as formas de compatibilizar a realização das convenções por meio virtual com as exigências legais e regulamentares que permitem validar a veracidade das informações inseridas nas atas.
Entre outros pontos, o documento estabelece que o módulo externo do Sistema de Candidaturas (CANDex) funcionará como livro-ata da convenção virtual, registrando-se diretamente na ferramenta as informações relativas à ata e à lista dos presentes.
O partido que já dispõe de livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral pode, a seu critério, utilizá-lo para registrar a ata da convenção e a lista de presença. As informações serão posteriormente inseridas no sistema CANDex.
A lista de presença poderá ser registrada por diversos meios: assinatura eletrônica, registro de áudio e vídeo, coleta presencial, ou qualquer outro mecanismo que possibilite a efetiva identificação dos participantes e sua anuência com o conteúdo da ata. No caso da coleta presencial, devem ser observadas as leis e as regras sanitárias previstas na respectiva localidade.
Posteriormente, as atas serão publicadas no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCandContas), conforme determinado pela Resolução nº 23.609/2019.
Ainda conforme a legislação, caso a convenção partidária de nível inferior se oponha às diretrizes estabelecidas pelo Diretório Nacional, nos termos do respectivo estatuto, o órgão poderá anular a deliberação e os atos dela decorrentes, assegurados o contraditório e a ampla defesa, e comunicar a decisão à Justiça Eleitoral até 30 dias após a data-limite para o registro de candidatos.
Caso a anulação exija a escolha de novos candidatos, o pedido de registro poderá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos dez dias subsequentes à anulação.
Ficha limpa
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu uma consulta que questiona se o adiamento das eleições municipais afeta a contagem do prazo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa. Esse prazo interessa muito ao ex-prefeito de Nossa Senhora do Socorro, José Franco, que está inelegível até sete de outubro – sem o adiamento, o primeiro turno das eleições municipais seria realizado em quatro de outubro. A mudança da eleição motivou seu grupo político e ele próprio já está falando sobre possível candidatura.
Seria elegível?
Na consulta, o deputado federal Célio Studart (PV-CE) questiona se um candidato cuja inelegibilidade vencia em outubro, quando se realizaria a eleição, pode ser considerado elegível para disputar o pleito em 15 novembro, nova data da eleição estabelecida pelo Congresso.
Contagem
O parlamentar argumenta que, na nova data, já estaria vencido o prazo de oito anos de inelegibilidade para os condenados por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2012, por exemplo. Isso porque, nesses casos, conforme deliberado pela própria Justiça Eleitoral, a contagem teve como marco inicial o dia 7 de outubro, data do primeiro turno da eleição daquele ano. "Verifica-se, portanto, que o adiamento das eleições poderia beneficiar candidatos que estariam inelegíveis na data original, ou seja, poderia dar ensejo ao afastamento da Lei da Ficha Limpa para condenados por ilícitos, antecipando sua volta ao domínio eleitoral", diz o texto da consulta.
Com Fachin
Desse modo, o deputado pede que o TSE afaste as dúvidas e declare se os candidatos que estariam inelegíveis em outubro de 2020 continuarão ou não inelegíveis em novembro. O teor da consulta, feita anteontem (6), foi elaborado por quatro advogados, entre eles, o ex-juiz Marlon Reis, um dos redatores da Lei da Ficha Limpa. O processo foi distribuído para relatoria do ministro Edson Fachin, a quem caberá a análise inicial do questionamento.
Sem flexibilização
A juíza titular da 1ª Vara Federal de Sergipe, Telma Maria Santos Machado, atendeu pedido dos Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e Estadual, no sentido de suspender a Portaria 86/2020, por entender que o documento contraria o próprio Decreto Estadual, quando liberou as atividades previstas para a Fase Bandeira Laranja.
Leitos de UTI
A magistrada frisou que não é contra a flexibilização, mas que essa deve observar o que o próprio Decreto nº 40.615 determina, a necessidade de leitos de UTI preparados e equipados para atender a demanda dos casos graves. Para ela, não é prudente flexibilizar sem essa margem de segurança e condicionar a apenas aberturas de leitos de UTI é temerária, porque tais leitos necessitam de toda uma estrutura física e humana.
Informações
A juíza ainda ponderou sobre a necessidade de uma comunicação clara e eficiente voltada a todos os sergipanos, no sentido de mostrar a situação pela qual o Estado está passando, porém de forma não alarmista, nem aterradora, mas sim pedagógica e serena. O objetivo deve ser levar a todos informações e propostas que visem a despertar a responsabilidade e não o medo, alegando que a população precisa ser conquistada para ser parceira nesse desafio, que é de todos.
Operação
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) distribuiu nota informando que foi surpreendida com a Operação Serôdio, na manhã desta terça-feira (07), que apura fraudes na licitação e na execução do contrato para montagem da estrutura necessária ao funcionamento do Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar, "haja vista que toda documentação solicitada pela Controlaria Geral da União e pelo Ministério Público Federal foi enviada pela SMS, contendo cópias de e-mails, orçamentos, propostas, termos de referência e justificativas".
Transparência
Na nota, a "SMS reitera o compromisso com o bem público e com a assistência à saúde da população, principalmente, neste momento de pandemia, e reafirma que sempre esteve disponível a esclarecimentos dos órgãos reguladores, em nenhum momento, se opondo a apresentar dados, como comprova o site ‘Transparência Covid-19: informações sobre o combate ao coronavírus’, criado para reforçar as ações de transparência e que passa a integrar o Portal da Trânsparência do Município, a partir do qual a população tem fácil acesso a todos os dados referentes às ações de enfrentamento ao coronavírus adotadas pela administração municipal".
Custo elevado
Segundo a nota da SMS, "o Hospital de Campanha Cleovansóstenes Pereira Aguiar tem um valor mensal de R$ 3,2 milhões. Entre esses serviços, está a montagem do HCamp, medicamentos, EPIs (com estimativa de investimento de R$ 419.087,50), gerador, rede de gases, água, energia, videomonitoramento, laboratório, radiologia, esterilização de material, lavanderia, combustível, limpeza. O custo mensal do hospital com serviços e pessoal é de R$ ?5.013.407,05?".
Denúncias
Por parte da oposição, se apresentaram vários candidatos a autores das denúncias. No final da manhã, o gabinete do senador Alessandro Vieira distribuiu nota parabenizando ao MPF, CGE e PF pela operação no hospital de campanha. "Nós queremos parabenizar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal pela conduta e seriedade. Há pouco mais de um mês, no dia 5 de junho, encaminhamos ao MPF um relatório que apontava indícios muito fortes de irregularidades na contratação do Hospital de Campanha de Aracaju. Pedimos ao MPF, à época, a abertura de investigação. Seguiremos fiscalizando com muito rigor e atenção a destinação de recursos públicos em Aracaju e em todo o estado de Sergipe. O combate contra a corrupção não arrefecerá, ao contrário", diz o texto.
Quem assina
Além do senador Alessandro, assinam também a nota os deputados Georgeo Passos, Kitty Lima, Samuel Carvalho, Gilmar Carvalho; a delegada Danielle Garcia; Dr. Emerson; os vereadores Cabo Didi, Elber Batalha, Emília Corrêa, Lucas Aribé; delegada Georlize Teles; delegado Paulo Márcio; ex-deputado Valadares Filho; Milton Andrade e Uezer Licer Mota Marques. Todos dirigentes partidários ou candidatos de partidos de oposição a administração municipal.
Emancipação
Como o feriado da Emancipação Política do Estado foi antecipado pelo governador Belivaldo Chagas para o último dia 22 de maio, numa tentativa de ampliar o isolamento social como forma de combater a covid-19, o que acabou não ocorrendo, hoje tudo o está autorizado a funcionar abre normalmente no estado. A pandemia também impediu as comemorações pelos 200 anos da emancipação, que teria vasta programação.
Palestra
A Assembleia Legislativa realizará sessão remota, a partir das 10 horas de hoje, para uma palestra sobre os 200 anos da emancipação do professor Jorge Carvalho do Nascimento.
Amaral
A noticia da morte do jornalista e escritor Amaral Cavalcante provocou comoção nos meios culturais de Aracaju. Ele cumpria a quarentena em sua casa na segunda-feira à tarde, quando começou a sentir falta de ar, foi levado para o hospital de Cirurgia, onde faleceu na madrugada. Em época de pandemia da covid-19 teve o corpo cremado, sem qualquer cerimônia de homenagem. Uma perda para o movimento cultural de Sergipe. Amaral faria 74 anos no próximo sábado.
Com agências