Diretores das companhias de saneamento do Nordeste durante a reunião
Companhias de Saneamento querem agilidade na liberação de recursos federais
Publicado em 22 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Na tentativa de buscar agilidade na liberação dos recursos federais para as obras estruturantes de combate aos efeitos da seca, os representantes das companhias de saneamento da região Nordeste se reuniram ontem, 21, em Aracaju, onde debateram proposições que serão encaminhadas ao Governo Federal. Diante da atual situação de emergência, as empresas pretendem solicitar ao Ministério da Integração Nacional que sejam diminuídas as exigências para o início da execução dos projetos.
A reunião, conduzida pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), contou com a presença de diretores de companhias de cinco estados nordestinos e mais um de Minas Gerais. Cada uma das empresas convidadas fez uma um explanação sobre a situação de seca, apontando de forma convergente a necessidade de ampliação da capacidade de abastecimento de água.
"Louvamos a iniciativa do Governo Federal de disponibilizar os recursos, mas ainda existem travas para conseguir a liberação desses recursos. Temos seguido uma tramitação que consiste na aprovação de projetos com um nível muito alto de exigência. Isso em um momento em que vivenciamos uma situação de seca já instalada, que pode ter um repique em 2013", explica o vice-presidente da Aesbe e presidente da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa), Roberto Tavares.
Ele revela que as empresas do setor devem tomar decisões que agilizem as obras de infraestrutura e salvem os próximos períodos de estiagem. Como em 2012, o baixo índice pluviométrico na região foi considerado um dos mais drásticos das últimas três décadas, além do inverno com poucas chuvas, a tendência é que no ano que vem a disponibilidade hídrica seja menor. Por conta de conjunturas como essa, ficou definido na reunião que uma carta será formalizada e enviada ao Ministério da Integração.
Integração – O documento tem o apoio das empresas de saneamento do nordeste e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que da mesma forma sofre dificuldades com a distribuição hídrica em áreas afetadas pela estiagem. "Minas tem uma quantidade de municípios razoável dentro do semiárido: são 180 ao todo. O sofrimento com a falta de água é idêntico ao que convivem as demais empresas. Então o mais importante é juntar esforços para conseguir uma situação definitiva, que possa acabar com a necessidade do uso de caminhão-pipa", comenta o representante da companhia mineira, Samir Abud.
A situação da seca tratada como foco do encontro abriu caminho para uma série de debates pertinentes a realidade das companhias. "Tivemos muitos ganhos durante a reunião como a troca de experiências que possibilita melhorar a administração de cada empresa. Tanto é que todos foram convergentes em perceber questões cotidianas do setor que são comuns às companhias e essa troca de experiências é muito satisfatória", afirma o anfitrião do evento, o presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe, Antônio Sérgio Ferrari Vargas.