O prefeito Edvaldo Nogueira durante almoço com Ciro Gomes e o prefeito de Fortaleza, Claudio Roberto (PDT), na capital cearense
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Compasso de espera
Publicado em 16 de janeiro de 2020
Por Jornal Do Dia
Com várias mudanças nas regras elei- torais estabelecidas com a minirre- forma que alterou a Lei das Eleições e o Código Eleitoral, as eleições 2020 serão diferentes das anteriores. A mudança mais significativa no pleito deste ano é para a eleição de vereador, com o fim das coligações proporcionais e a ampliação do número de candidatos que cada partido poderá lançar. Se não houver novas mudanças, essas regras também devem valer para as eleições proporcionais de 2022 – deputado estadual e deputado federal.
A partir destas eleições, os partidos não poderão mais fazer coligações partidárias para vereador. As legendas poderão se juntar somente na eleição majoritária, devendo concorrer isoladamente nas eleições proporcionais.
Isso quer dizer que as siglas contarão apenas com seus próprios votos. Com isso, os partidos mais fortes sairão fortalecidos enquanto os menores terão mais dificuldades em eleger candidatos. Pelas contas do vereador Lucas Aribé (PSB), um partido precisa de, no mínimo, 14 mil votos para eleger o primeiro vereador em Aracaju.
As legendas terão que se adaptar às mudanças. Para o alcance do coeficiente eleitoral haverá a necessidade de um número maior de candidatos como também nomes que tenham maior representatividade em número de votos para alcançarem a votação necessária.
O fim das coligações proporcionais nas eleições 2020 deve levar vereadores a pressionarem seus partidos pelo lançamento de candidaturas majoritárias. Sem a composição com outras legendas para turbinar as votações e garantir o coeficiente eleitoral, as siglas devem avaliar a hipótese de ter candidatos a prefeito que possam ajudar a puxar votos para os vereadores.
Vale ressaltar que o candidato majoritário só será um puxador de votos para a chapa proporcional se ele tiver viabilidade eleitoral. Se não, ele puxa a chapa para baixo.
Diante dessa mudança significativa, o que se observa é que apesar de estarmos a nove meses das eleições são poucos os partidos com atuação em cima dessas mudanças. Em Aracaju, o DEM, que governou Aracaju entre 2013/2016, ainda não tem fechado um nome competitivo para disputar a prefeitura, assim como nomes com densidade eleitoral para Câmara Municipal, já que os vereadores Vinícius Porto, que é líder do prefeito na Câmara, e Juvêncio Oliveira, puxadores de votos do partido, já declararam apoio a Edvaldo e podem acompanhá-lo para onde ele for.
O PDT, do deputado federal Fábio Henrique, também espera viabilizar uma candidatura própria a prefeito da capital e pode ter Edvaldo Nogueira como candidato, que deixou o PCdoB por não ter atingido a cláusula de barreira. Edvaldo continua dizendo que a sua opção deverá ser o PDT, mas pretende usar todo o dia que ainda dispõe – até três de abril – para fazer a opção partidária. Já os vereadores insatisfeitos com seus partidos poderão trocar de legenda entre cinco de março e três de abril, o que deverá atingir a maioria da câmara.
O PSC do ex-deputado federal André Moura, que em Aracaju está sob a responsabilidade de Clóvis Silveira, tinha o nome do deputado Gilmar Carvalho para prefeito, que hoje luta judicialmente para deixar a legenda. Clóvis, considerado especialista em montar chapinhas, agora tem que formar um bom chapão se quiser eleger vereadores em outubro.
Muitos partidos ainda não começaram a se preparar para as mudanças e os poucos que iniciaram estão com dificuldades, porque precisam aguardar a abertura de janela partidária, que permitiria a troca de partido sem risco de perda do mandato, por infidelidade partidária.
Os partidos buscam puxadores de votos, se é que eles ainda existem em Aracaju.
Filiação
Nesta quarta-feira, o prefeito Edvaldo Nogueira, em almoço com o ex-ministro Ciro Gomes e o prefeito de Fortaleza, Claudio Roberto (PDT), definiu sua ida definitiva para o PDT. Eles conversaram longamente sobre a política nacional, os caminhos da centro-esquerda no Brasil e a necessidade de uma ampla unificação em prol da democracia, dos direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro para construir uma alternativa ao atual governo.
Acompanha
Ciro Gomes revelou que vem acompanhando a trajetória de Edvaldo Nogueira, desde os aspectos que realçam a sua administração municipal às tratativas que o prefeito deu início ainda no ano passado junto ao presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, e ao deputado federal Fábio Henrique, presidente estadual do partido em Sergipe. "A vinda do prefeito Edvaldo Nogueira para o PDT representa uma grande aquisição. Trata-se de um quadro qualificado, com comprovada capacidade política e gerencial, e cuja atuação nas nossas fileiras vai ajudar muito o partido nacionalmente", disse Ciro.
Convergência
O prefeito Edvaldo Nogueira considerou a reunião como "extremamente produtiva". "Foi reveladora de inúmeros pontos de convergência entre o meu pensamento e o de Ciro Gomes, tanto no plano do diagnóstico nacional, quanto na visão de saídas e soluções para o Brasil a partir do campo progressista", comemorou o prefeito.
Explicação
O deputado federal Fábio Henrique (PDT) negou ontem a informação de que a filiação do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira estaria sendo tratada com a direção nacional. Segundo Fábio, quem foi o convite a Evaldo foi ele, em janeiro de 2019. "Edvaldo disse que sairia do PC do B em janeiro, e fez isso, e que estará se filiando em março. Uma relação como a dele, de 39 anos em um único partido, não pode ser encerrada de uma hora para outra", explicou o deputado à Nova Brasil FM.
Mobilização
Na mesma entrevista, Fábio Henrique defendeu a mobilização de toda a classe política sergipana para evitar a desativação da sede da Petrobras na Rua Acre, em Aracaju, como prevê a direção da companhia, já para o mês. Além de deputados e senadores, o deputado defende a participação do governador Belivaldo Chagas, prefeitos, deputados estaduais e toda a classe política para evitar o fechamento da empresa. A direção da Petrobras já avisou que todos os serviços executados em Aracaju serão transferidos para a sede de Carmópolis, tradicional produtor de petróleo em campos terrestres.
Encontro
O advogado Henri Clay Andrade, que nas eleições passadas disputou vaga para o Senado Federal e obteve mais de 52 mil na capital, teve ontem um demorado encontro com o vereador Professor Bittencourt, presidente do diretório municipal do PCdoB. Segundo Henri Clay, foi uma "conversa sincera, clara e amistosa, como deve ser na política e na vida. Debatemos ideias sobre Aracaju e a conjuntura política e econômica do nosso País! Dialogamos bastante sobre #justicasocial."
Filiação
Na verdade, Professor Bittencourt foi o porta-voz do grupo do prefeito Edvaldo Nogueira para convidar formalmente o advogado para ingressar no PCdoB. Como o prazo de filiação vai até o início de abril, ainda há tempo para pensar. Henri Clay disputou o Senado em 2018 filiado ao PPL, partido que acabou se fundindo com o PCdoB, porque não alcançaram a cláusula de barreira. De lá pra cá o advogado ficou sem partido.
Cristão
A executiva estadual da Democracia Cristã (DC27) de Sergipe aprovou, por unanimidade, o nome do delegado Paulo Márcio, ex-superintendente da Polícia Civil do estado Sergipe e ex-presidente da Adepol, como pré candidato a prefeito de Aracaju. O partido entende que "Aracaju precisa de uma nova liderança que traga segurança e desenvolvimento para nossa cidade".
Delegados
Outros três delegados são citados como possíveis candidatos à PMA: Danielle Garcia, que em dezembro se filiou ao Cidadania, do senador Delegado Alessandro; Georlize Teles, filiada ao DEM, partido que busca desesperadamente um nome para anunciar como candidato; e Mário Leoni, que também teve a pré-candidatura lançada pelo Psol.
Camilo
O suplente Camilo Feitosa, que ocupou vaga na Câmara Municipal de Aracaju até a volta do titular, Professor Bittencourt (PCdoB) divulgou longa carta fazendo um balanço dos meses como vereador. "Em nove meses de mandato, foram mais de 300 proposituras relevantes. Indicações que de alguma forma ajudaram a transformar a vida das pessoas; Projetos de Lei que conectaram a esquerda com novas bandeiras e pautas da sociedade, além de construir o debate na Câmara com audiências públicas e manter o posicionamento de esquerda, transformando a tribuna num espaço de voz ativa, conectada com os interesses da população, defendendo a democracia, o legado do PT e o presidente Lula", citou.
Novo capítulo
Segundo Camilo, "agora é necessário construir um novo capítulo na história. De acordo com a conjuntura atual o nosso partido deliberou pela candidatura própria a prefeito de Aracaju. Somos o maior partido de esquerda do Brasil, fizemos o melhor governo da história desse país, elegemos a maior bancada de deputados federais, temos o maior líder popular do Brasil e sem sombra de dúvidas representamos esperança para milhões de brasileiros e brasileiras".
Direito
Depois de dizer que "o PT tem o direito de disputar a opinião de Aracaju, de defender o seu legado e escrever a sua História", Camilo lembra a eleição de 2018: "Quando as elites anunciavam a derrocada do PT, elegemos em 2018 um senador contrariando a fábrica de pesquisas que indicavam a sua derrota; além de reeleger na Câmara federal a principal voz em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores. Me despeço da Câmara com a certeza de dever cumprido e com muita disposição para os desafios futuros".
Com Agências