O corpo do empresário foi velado durante todo o dia no cemitério Colina da Saudade
Corpo de empresário será cremado hoje na Bahia
Publicado em 06 de julho de 2019
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
Será cremado na manhã de hoje no município baiano de Alagoinhas o corpo do empresário Sadi Paulo Castiel Gitz, 70 anos, proprietário da empresa de cerâmica Escurial. Na manhã da última quinta-feira (4), o empresário participava do ‘Simpósio de Oportunidades – Novo Cenário da Cadeia do Gás Natural em Sergipe’, quando, instantes após o pronunciamento do governador Belivaldo Chagas, se levantou, protestou contra o chefe do poder executivo, e cometeu suicídio. Na tarde e noite da própria quinta-feira foi realizado um velório em local preservado pela família. Ontem, em cerimônia reservada a parentes e amigos, o corpo do empresário foi velado no cemitério Colina da Saudade, em Aracaju.
O empresário era natural de Porto Alegre (RS) e deixa viúva e sete filhos, sendo dois da primeira união, e cinco do segundo casamento o qual possuía mais de 25 anos. Desde a oficialização do ocorrido, nenhum familiar ou representante legal tem se pronunciado sobre os possíveis problemas psicológicos sofridos por Sadi Gitz desde de o último mês de maio quando decidiu anunciar o processo de hibernação do parque industrial e mudança para outro estado da região Nordeste. A única versão apresentada por amigos próximos para a fatalidade envolve as dificuldades financeiras e administrativas enfrentada pelo empresário proprietário de uma fábrica com mais de 30 anos de atuação no município de Nossa Senhora do Socorro.
Abalado com a morte de Sadi Gitz, o atual presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Marco Aurélio Pinheiro, informou que o amigo havia realizado uma serie de investimentos visando ampliar o serviço prestado, e, quando iria colocar as máquinas novas para funcionar, se deparou com a crise. Apresentado como ‘gaúcho com coração sergipano’, Sadi era também bastante crítico para com a política de preços adotada no Estado. Para Marco Aurélio, além de se lamentar a tragédia, é preciso que o seu legado e apelo progressista sejam respeitados pelo bem do Estado e da nação. Essa cobrança atinge, em especial, os gestores públicos.
"Sem dúvidas deixou o seu recado extremamente crítico, mesmo que de forma tão triste. Um sergipano que ainda jovem optou por deixar o Rio Grande do Sul na década de 1970 para investir no nosso Estado. Teve carreira exitosa. Ajudou a criar o distrito industrial do município de Nossa Senhora do Socorro. Mas, ultimamente, vinha muito triste com a hibernação da sua fábrica devido à desaceleração da economia", lamentou. A cerimônia de cremação ocorre de forma exclusiva para familiares mais próximos.