Quinta, 26 De Dezembro De 2024
       
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Cresce a venda de pescados para a Semana Santa


Publicado em 30 de março de 2015
Por Jornal Do Dia


Mulher exibe peixe a cliente no Mercado Central de Aracaju: preços dispararam

Milton Alves Júnior

A uma semana para o tradicional sábado de aleluia, venda de pescados no Mercado Albano Franco, Centro de Aracaju, deve registrar aumento de até 30% se comparado aos demais dias do ano. Apesar da inflação que atingiu em especial os variados tipos de peixes e camarões, a previsão dos comerciantes é que nesta manhã fiéis da Igreja Católica que seguem o costume de apenas consumir mariscos no período da Semana Santa devam superlotar os corredores do mercado central. Para atender a demanda, frigoríficos extras foram locados e dezenas de barracas montadas de forma temporária. Entre os preços reajustados está o quilo do atum que saltou de R$ 18, para R$ 24; e do camarão médio que reajustou R$ 8, e hoje é comercializado por R$ 28.

Os valores apresentados com aumento significativo desde a última quarta-feira, 25, têm desagradado aos consumidores e rendido críticas junto aos vendedores, mas as queixas populares parecem não incomodar os vendedores. Para a categoria, todos os anos ‘aumentos temporários’ já são esperados em virtude do aumento na procura, e os consumidores sabem que esta inflação será repassada nas vésperas desta semana comemorativa. Revendedor de pescados há mais de 22 anos, o pirambuense Antônio Travassos Ribeiro destaca o momento como importante para centenas de famílias sergipanas que dependem desse comércio para se sustentar.

Para ele, as reclamações e pedidos por descontos são constantes, independente do valor apresentado. "Se eu botar o quilo da arraia por R$ 5 ainda vai ter muita gente querendo baixar e pagar R$ 4. A verdade é que todo mundo já sabe que os preços sobem 15 dias antes da semana santa, e caem dois dias depois do domingo. Mesmo com essas reclamações todas, as vendas estão cada vez mais altas e é preciso correr pra não ficar sem o peixinho santo", disse.

Na atual tabela de preços o quilo da vermelha também apresenta alta, custando R$ 21, antes era encontrado por até R$ 14; o quilo do aratu em boas condições nutricionais não é encontrado por menos de R$ 10; o camarão pistola com reajuste de 17% é revendido por R$ 42; o cação aparece com R$ 23; e a lagosta, a depender do tamanho, varia entre R$ 15 e R$ 50. Apesar do aumento, os vendedores garantem descontos para aqueles que, por ventura, pratiquem a arte da pechincha.

Esse é o caso do feirante Geraldo José dos Santos que trabalha neste ramo desde 2001. Acompanhado da esposa e um filho, ele deve receber reforço operacional na próxima terça-feira, 31. Diante da experiência como comerciante do mercado central, a procura por pescados deve apresentar novos aumentos nos dias que antecedem o período de celebração. "É certeza que esse sábado vai ser de muito movimento, mas é mais certeza ainda que semana que vem o movimento será duas, ou até três vezes maior. Minha filha e minha cunhada vão ter que ajudar a gente. Se alguém não quiser ficar sem o peixe nessa semana vai ter que correr porque o estoque está baixando rápido", alertou. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o aumento de clientes é de até 12%.

Em meio aos que preferiram deixar a escolha do alimento para última hora, existem também aqueles aracajuanos que se anteciparam e fizeram encomendas. Esta prática tem se tornado cada vez mais constante entre os católicos sergipanos. Além de garantir peixes frescos, os preços antigos permanecem congelados.

O economista Lauder Nogueira avalia esta atitude como ideal a fim de evitar gastos extras. "Quem já tem seu fornecedor certo, a tendência é sempre pegar estes pescados com preços sem reajuste, ou com baixo aumento. Quando eles existem chegam a ser 80% a menos que o aumento especial para a semana santa. Encomendas são bem vindas é ótima saída pra quem deseja não gastar além da conta", destacou.

Complementos – Essenciais para a produção culinária, alimentos como verduras, frutas e temperos também apresentaram tabela inflacionada. O coco ralado, por exemplo, saltou de R$ 2,40, para R$ 3,80. Cebola, pimentão, quiabo, cenoura e alface apresentam até 7% de reajuste. Castanhas, amendoim e dendê apresentam elevação que varia entre oito e 10%. Na expectativa de evitar grandes filas, na tarde de ontem dezenas de pessoas já começaram a pesquisar preços. "Já era pra eu ter vindo antes, mas foi uma coisa é outra e acabei do podendo hoje, mas mesmo assim está bom, pior se eu só pudesse semana que vem. Estou achando tudo caro e não queria pagar isso tudo, mas entendo a situação e avalio ser um período importante para os vendedores", declarou a publicitária Angélica Passos.

Funcionamento – A Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) informa que os mercados centrais Albano Franco, Thales Ferraz e Antônio Franco irão desenvolver suas atividades normalmente na semana santa, com exceção na sexta-feira, 3, com funcionamento até o meio-dia. Os mercados setoriais estarão fechados neste período, exceto o Mercado Miguel Arraes (Conj. Bugio) e o Milton Santos (Conj. Augusto Franco). As feiras livres serão antecipadas, a feira do bairro Santos Dumont será realizada na quarta-feira, 1º de abril. As feiras do Sol Nascente, Jessé Pinto Freire, Médici, Castelo Branco, Agamenon Magalhães, Suíssa, São José (Carro Quebrado), Costa Nova e Lamarão serão antecipadas para a quinta-feira, 2. As feiras do sábado e domingo seguem com a programação normal.

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