Crise geral
Publicado em 13 de agosto de 2020
Por Jornal Do Dia
Em termos gerais, o isolamento social imposto pela pan- demia de coronavírus redundou em uma verdadeira catástrofe econômica, sobretudo para os trabalhadores desempregados. Empresas quebraram, a arrecadação despencou, a roda movida a consumo quase não sai do lugar. Há setores, no entanto, que ampliaram os lucros nesse período de crise. Os supermercados, por exemplo, nunca venderam tanto.
Os empresários donos de supermercados não são vilões. Foram favorecidos pela diminuição da oferta e aumento da demanda, isso sim. A dinâmica é própria do capitalismo. Convém notar, entretanto, que a alta nas vendas de alguns setores do comércio, apontada em levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, passam longe de ser um dado positivo. Antes, representa uma anomalia estatística.
O prejuízo é grande, generalizado. A redução do ritmo de vendas do comércio varejista na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2020, quando saiu de 1,6% para -7,7%, significa, segundo o IBGE, recorde histórico, no campo negativo, para a comparação trimestre contra igual trimestre do ano anterior. É o primeiro resultado negativo nessa comparação desde o período de janeiro a março de 2017.
As duas atividades que continuaram no campo positivo para este indicador foram as que não tiveram suas atividades no isolamento social no período: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,8%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,7%).
A crise econômica brasileira é já muito antiga, anterior à pandemia. O isolamento social imposto pela covid-19, no entanto, sepultou de vez o sonho de prosperidade nos projetos de muita gente.