Crise sem fim

Sergipe registrou 1.495 pedidos de Seguro-Desem- prego na primeira quinzena de outubro, sinal de  que os planos de recuperação da economia anunciados pelo poder público local ainda vão demorar muito a fazer efeito, estão aquém da necessidade concreta e imediata de muita gente.
De janeiro até a primeira quinzena de outubro, Sergipe teve 37.961 pedidos de seguro-desemprego, assinalando aumento de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Importante sublinhar que a situação é grave há anos. A crise no mercado de trabalho vem se estendendo por um período muito extenso, irrazoável.
Os números não mentem: Em termos relativos, houve queda de 16,6% no quantitativo de requerentes em relação à primeira quinzena de outubro do ano passado, quando foram registradas 1.793 solicitações. Já na comparação com a 1ª quinzena de setembro deste ano, observou-se aumento de 8,4%. 
O desempenho ruim já era esperado. O número de brasileiros sem trabalho em busca de uma vaga aumentou em 700 mil entre a terceira e quarta semanas de setembro, totalizando 14 milhões de desempregados no país. A explosão coincidiu com a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e foi puxada pelas regiões Norte e Nordeste, justamente onde há um maior número de beneficiários do auxílio.
Para muita gente, a face mais cruel da pandemia só será revelada agora. Brasil afora, ao longo dos últimos meses, o auxílio foi revertido em consumo de bens essenciais, como alimentos e produtos de higiene. Agora, com o benefício reduzido, a disposição de menos gente, a crise tende a se agravar.