Terça, 23 De Abril De 2024
       
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Ei, Bolsonaro, vá tomar no…


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Publicado em 07 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O nome dela é Gal! (Foto:Marcos Hermes)

Rian Santos
[email protected]

A vaia é um direito sagrado do homem livre, sem dever de consideração com as boas maneiras e a biografia dos governantes achincalhados. Mas até vingar em forma de xingamento, a insatisfação popular fermenta em um caldo grosso de interdições, violências, abusos de todas as ordens. Não por acaso, sem um pingo de paciência, a brava gente bronzeada manda Bolsonaro tomar lá onde o sol não bate desde o último Carnaval de verdade.
Bolsonaro faz ouvidos moucos, atribui o descontentamento a interesses contrariados. Há poucos dias, o presidente atacou a cantora Ivete Sangalo durante uma entrevista coletiva. Segundo ele, a artista estaria com saudade da mamata, “chateada porque acabou aquela teta gorda, de pegar até R$ 10 milhões da Lei Rouanet e defender o presidente de plantão”. Mas Ivete não possui projetos aprovados pelo programa. Mais uma vez, o presidente mente.
Em verdade, Ivete aderiu ao coro dos descontentes muito tarde, com o bloco já na rua. Anos atrás, quando o presidente recém eleito começava a botar as asas de fora, confirmando as piores previsões a respeito de seu governo, a cantora Gal Costa atacou de regente no Festival de Inverno de Bonito, com direito a reprodução da catarse coletiva nas redes sociais. A multidão xingou Bolsonaro a plenos pulmões.
Fosse inteligente, Bolsonaro abriria os ouvidos. A boca suja dos indignados manda um recado direto, com todas as letras, em alto e bom som. O mesmo grito de guerra desaforado alertou a presidente Dilma sobre o declínio da hegemonia petista, após 13 anos com o poder de mando sobre o destino dos brasileiros. Desde então, nenhum dos seus sucessores apresentou um projeto de governo capaz de pacificar o País tropical.
A indignação não tem partido político. Mas o presidente Bolsonaro investe contra tudo e contra todos os indispostos a lhe babar os ovos, desde os primeiros dias no cargo. Adversários políticos, ambientalistas, professores, jornalistas, negros, gays e artistas são atacados sem descanso. Aparentemente, a vitória minguada nas urnas lhe deu a falsa impressão de conquistar a unanimidade.
Certo é que o brasileiro não é de levar desafora pra casa. Nas palavras de um bêbado, de plantão na vizinhança do mercado: Quem come prego sabe o cu que tem.

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