Quinta, 18 De Abril De 2024
       
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Elza eterna


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Publicado em 21 de janeiro de 2022
Por Jornal Do Dia Se


MAJESTADE. (Foto: Stephane Munnier)

Rian Santos
[email protected]

Ninguém esperava… Elza Soares ainda tinha tanto gás para queimar que a notícia de merecido descanso, aos 91 anos, pegou todo mundo de surpresa. Muitos já a viam como uma cantora em fim de carreira quando ‘A mulher do fim do mundo’ foi lançado. Desde então, após retomar o fôlego, Elza renovou a MPB e até a música com guitarras realizada em Terra Brasílis,
Os discos nunca envelheceram tão rápido. Quando a majestade de Elza Soares se dispôs a um discurso engajado, filiado à afirmação de gênero e identidade, surpreendeu com uma energia há muito represada pela indústria tupiniquim. Além do discurso, a forma. ‘A mulher do fim do mundo’ (2015) é atravessado por guitarras distorcidas e versos contundentes perfeitamente afinados com experiências ainda em curso no circuito independente brazuca.
A sonoridade e os versos das 11 canções reunidas no álbum são do núcleo de compositores e músicos paulistas formado por Rodrigo Campos, Kiko Dinucci e Romulo Fróes. O maior mérito do registro, no entanto, deve ser creditado a Elza. ‘A mulher do fim do mundo’ evoca um universo de violências e afetos brutos que só poderiam ser encarnados com verdadeira propriedade pela cantora. Sem descer do trono, jamais.
Não à toa, ‘A mulher do fim do mundo’ ganhou o Grammy Latino daquele ano, dando início ao último e mais vigoroso ciclo criativo de Elza Soares. De quebra, ainda revelou onde então se encontrava a verdadeira potência criativa da brava gente brasileira – bem longe das mulatas de bunda de fora e dos cartões postais.

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