Quinta, 25 De Abril De 2024
       
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Regina Duarte ainda tem medo…


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Publicado em 17 de agosto de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Sonsa

Rian Santos
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Calada, Regina Duarte é uma poeta! Inconformada com o ostracismo, o triste fim de uma carreira superestimada, recompensada com aplausos excessivos e o brilho fugaz de muito ouro, a ex-atriz resolveu opinar sobre a conjuntura política, uma última vez. No fundo do poço cavado com as próprias unhas, ela resolveu abrir a boca, entoando o mesmo bordão cômico de uma campanha fracassada, anos atrás. Regina Duarte tem medo.
Regina Duarte treme de pavor ante qualquer manifestação democrática. Há vinte anos, temia a vontade expressa nas urnas, fez questão de declarar o pânico alegado com todas as letras. Agora, ela volta à carga com as mesmas palavras cômicas, ao comentar a necessária reação da sociedade civil organizada ante o golpismo do presidente Bolsonaro. Triste fim, merecedor deste posfácio.
O ofício do ator não é fácil. Em tempos de hegemonia absoluta da televisão, no entanto, os sortudos contratados pela vênus platinada tinham razão de sobra para acreditar no futuro. Em certo sentido, profissionais da estirpe de Regina Duarte, Tony Ramos e Antônio Fagundes devem tudo aos belos olhos. Sem a imensa popularidade proporcionada pelos meios de comunicação de massa, dificilmente conquistariam o mesmo prestígio. A bem da verdade, não passam de canastrões.
Sim, a notoriedade é um capital simbólico. Tudo indica, é também o único índice relacionado com a atividade artística considerado pelos engravatados de turno no primeiro escalão da República. Falando francamente: Regina Duarte não é nenhuma Fernanda Montenegro. Mesmo assim, a despeito da completa inexperiência em gestão pública, assumiu por um brevíssimo período, longo demais, a Secretaria Especial de Cultura.
Regina Duarte é atriz de um papel só. Em 50 anos de Rede Globo, ela teve todas as condições do mundo para fazer e acontecer em cima do palco, migrar para a tela grande, talvez, mas preferiu encarnar a namoradinha do Brasil – uma sonsa. Deu no que deu. Sem um papel notável para chamar de seu, esquecida na geladeira, passou anos abraçada ao ressentimento, até virar boneca de pano de um presidente autoritário, fantoche da extrema direita tupiniquim, um espantalho.
Regina Duarte tem medo do futuro. E, cá pra nós, considerado o seu alinhamento escandaloso com os golpistas de Brasília, faz muito bem.

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