Quinta, 28 De Março De 2024
       
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Um nome, uma ilha


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Publicado em 02 de dezembro de 2021
Por Jornal Do Dia


Uma ponte entre as margens do Rio Sergipe

Por Rian Santos
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Dar nome aos bois, batizar uma criança, apontar uma estrela morta… Eu não tenho feito outra coisa na vida, além de me ater às feições da idéia sob um mugido distante.
Hoje, no entanto, faltam-me palavras. Não há como nominar o ridículo em iniciativa do deputado estadual Samuel Barreto (PSC), a fim de render homenagens tardias ao governador João Alves Filho. O tal Capitão Samuel quer transformar o mapa de Sergipe em uma efígie do descaramento político.
Segundo o Projeto de Lei apresentado na Assembléia Legislativa de Sergipe, a Barra dos Coqueiros passaria a ser chamada Cidade Governador João Alves Filho. Isso por que um dia, à frente da administração estadual, o Negão teve a ousadia de construir uma ponte entre as duas margens de um rio. Orientado por um senso de oportunidade francamente reacionário, ele ainda tascou o nome do próprio pai na obra bancada com recursos públicos.
Um puxa-saco jamais foi tão longe! Vergonhosos, os precedentes observados nas cercanias obedeceram aos limites impostos pela modéstia. Uma rua, um beco, uma viela no fim do mundo. Nos casos mais extravagantes, um prédio. No máximo, um busto de bronze. Isso de pretender impor o constrangimento da bajulação a um município inteiro, por força de documento registrado em cartório, soa como uma paródia, um exagero cômico, comédia pastelão.
Eu imagino o sorriso amarelo do amigo Doca Furtado, um poeta, ao informar o endereço da Ilha das Massas, o restaurante de portas abertas na Atalaia Nova, onde ele serve as melhores massas e pizzas artesanais do estado. Pega a ponte, passa pela rótula, segue reto, até a Atalaia Nova. O nome de um governador, qualquer um, certamente estragaria o apetite dos clientes.

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