Este é o futebol. Sempre imprevisível. Assim como foi o sentimento de Neymar que experimentou a alegria do gol marcado na prorrogação e a tristeza da eliminação em poucos minutos. De nada adiantou Neymar ter se igualado a Pelé em gols marcados pela seleção. São 77. Fotos: Jorge Henrique
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Da Alegria à tristeza em minutos
Publicado em 10 de dezembro de 2022
Por Jornal Do Dia Se
Por Kleber Santos
A bola na marca do pênalti. Marquinhos corre, chuta e a bola esbarra na trave. Nesta hora, parou também o sonho do hexacampeonato de todos os torcedores brasileiros. Foi doído. Sim, mais do que os últimas três Mundiais que fiz cobertura in loco.
Costumo dizer que na Copa da África do Sul, em 2010, a derrota contra a Holanda foi decepcionante; em 2014, a goleada contra a Alemanha, gerou um sentimento de apatia. Sem resposta para o que tinha acontecido. Em 2018, a frustração tomou conta depois que a Bélgica venceu o Brasil, que jogou melhor. Contudo, ontem, depois da Seleção ter perdido as disputas de pênaltis, contra a Croácia, o que gerou foi tristeza e desolação. Maior do que todas as últimas quatro copas.
E manteve-se a sina brasileira de ser eliminada por equipes europeias. Foi assim de 2006 pra cá. França, Holanda (2010), Alemanha (2014) e Bélgica (2018).
E pelo lado rival, incrivelmente a Croácia passa de fase em mata-mata novamente sem vencer no tempo regulamentar desde 2018. Na Copa da Rússia, foi assim contra Dinamarca (oitavas) e Rússia (quartas) ao vencer nos pênaltis; Inglaterra (semi) ganhou na prorrogação. Neste Mundial, além do Brasil, já havia eliminado o Japão, pelas oitavas de final, nos pênaltis. Sem contar a primeira fase que de três jogos empatou dois em 0 a 0.
Este é o futebol. Sempre imprevisível. Assim como foi o sentimento de Neymar que experimentou a alegria do gol marcado na prorrogação e a tristeza da eliminação em poucos minutos. De nada adiantou Neymar ter se igualado a Pelé em gols marcados pela seleção. São 77.
Foi doído ainda mais para uma geração que tem Thiago Silva como um zagueiro que fez mais uma Copa do Mundo sem erros. E não estará em 2026. O futuro de Neymar vestindo a amarelinha segue incerto. Na entrevista após jogo, disse que não fecharia os portas da seleção, mas “não digo 100% que vou voltar”.
Pensando no lado coletivo, com esta Copa o Brasil completa cinco mundiais sem título, assim como ocorreu depois do tricampeonato. Depois de 1970, só conseguimos levantar a taça em 1994. Este jejum é difícil de assimilar ainda mais para quem se acostumou na adolescência e juventude ver pela tevê o Brasil entrar em campo em três finais seguidas: de 94 a 2002. Ou seja, se este ano já havia pressão, em 2026 será maior ainda.
Sem o Brasil na Copa, fico torcendo agora para Marrocos. A torcida está fazendo a diferença fora do estádio e nas arquibancadas. Minha torcida, talvez, seja para que o Mundial seja lembrado senão como a Copa do “Pombo”, mas pelo menos como a Copa das Zebras.
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