Danielle diz que sente o desejo de mudanças nas ruas

Sem o apoio de partidos políticos os quais disputaram a Prefeitura de Aracaju no primeiro turno, Danielle Garcia (Cidadania), que protagoniza duelo com Edvaldo Nogueira (PDT) pelo comando do Poder Executivo Municipal, acredita na vitória democrática e na ‘libertação’ de milhares de cidadãos aracajuanos. Permanecendo em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, em nova rodada de conversa com o JORNAL DO DIA, a candidata enalteceu o pedido de mudança que tem ouvido da população desde o primeiro dia de caminhada eleitoral, e garante não aproveitar nada do que foi realizado por seu adversário ao longo dos últimos anos. Com perfil mais imponente, se comparado com os primeiros dias da campanha, Danielle esclarece que é preciso ter coragem e força para combater o que ela denomina de ‘velha política’.

JORNAL DO DIA – Com exceção de Rodrigo Valadares e Lúcio Flávio, os quais avaliam Danielle Garcia e Edvaldo Nogueira como gestores de um mesmo perfil, seus demais concorrentes optaram por apoiar o representante do PDT. Como a senhora avalia essa postura? Concorda com o senador Alessandro Vieira, o qual defendeu que todos sempre foram situação, e, não, oposição a Edvaldo?

DANIELLE GARCIA – Respeito muito todos os candidatos, mas as pessoas precisam entender que há décadas a política em Aracaju e Sergipe é dominada por pessoas que não querem perder o poder. São pessoas que não pensam no interesse comum da população de Aracaju, pensam nos seus interesses pessoais. Desde o início estava claro que o esforço feito para dividir e enfraquecer a oposição a gestão de Edvaldo. Hoje, quem se omite está automaticamente deixando clara a opção por não mudar. A eleição ficou bastante simples em Aracaju: quem quer manter tudo como está, com uma péssima saúde, educação falida, com um dos maiores índices de desemprego do Brasil, está ao lado do candidato Edvaldo. Quem quer mudar, de verdade, a realidade da nossa cidade, está com Danielle.

JD – No primeiro turno 25% dos eleitores optaram por não votar. São mais de 100 mil votos ‘soltos’. Cientistas políticos acreditam que nesse segundo turno essa porcentagem será maior. Como convencê-los de ir às urnas e depositar voto de confiança em Danielle e Valadares Filho?

DG – A população precisa entender a importância do voto para o futuro da nossa cidade, para o futuro das nossas crianças e jovens. O voto de todos é igual e tem o mesmo peso, essa é a essência da democracia. Cada voto conta. Ao compreender que é com o voto que iremos mudar a realidade da nossa cidade, as pessoas irão votar. Ao contrário do nosso adversário não vamos mentir ou manipular, falamos sempre a verdade. Estamos aqui para fazer diferente. Para mudar. Você está satisfeito: segue com Edvaldo. Quer mudar: vota em Danielle.

JD – Existe uma conspiração a qual indica que a chapa do Cidadania está ligada à linha administrativa do presidente Jair Bolsonaro. De fato isso ocorre, você possui afinidade com a atual gestão Federal?

DG – Essa é uma das informações falsas que estão sendo disseminadas pela campanha do outro candidato. Estive num cargo técnico do governo Bolsonaro mas não tenho nenhum vínculo pessoal ou político com o presidente. Como cidadã, reconheço que o Governo Federal tem acertos como o atendimento rápido às necessidades da Saúde de Sergipe. Só tivemos UTI nos hospitais por conta disso, Belivaldo e Edvaldo fizeram muito pouco.

JD – Os eleitores aracajuanos renovaram a Câmara Municipal de Aracaju em 62%. Chegou a hora de mudar, também, o Executivo e eleger a primeira mulher prefeita da capital sergipana?

DG – Temos os piores índices em todos os indicadores. O candidato Edvaldo teve 16 anos para promover o desenvolvimento da nossa cidade. Nos últimos 04 anos escolheu, deliberadamente, focar apenas em obras eleitoreiras, realizando-as, principalmente no último ano de mandato. Somos a capital com a pior educação do país. Somos a segunda capital em mortalidade infantil. A saúde está caótica, a média de atendimento para exames e consultas é de 240 dias. Isso é um desrespeito com a população. A renovação é necessária. Me coloquei à disposição por entender que tenho a capacidade de gestão e também as habilidades necessárias para cuidar da nossa população e principalmente fazer as escolhas certas e necessárias, sem rabo preso com grupos poderosos. Estou preparada e tenho a certeza de que chegou a hora de eleger a primeira mulher prefeita de Aracaju. É hora de fazer história.

JD – Essa semana o prefeito Edvaldo Nogueira não compareceu a um debate promovido por empresários. Essa semana possuem mais dois agendados. Na sua avaliação, falta preparo por parte do seu opositor para enfrentar o confronto democrático? Acredita que ele participará dos debates da TV Sergipe e Atalaia?

DG – O candidato Edvaldo cancelou sua participação em todos os debates e soltou uma nota afirmando que não iria para uma discussão de ideias.  Ele prefere se esconder atrás do marketing caríssimo que paga há quatro anos, com o nosso dinheiro. O candidato finge não entender o que significa um debate. Este é o principal espaço que temos para apresentar e discutir ideias e propostas. Esta atitude mostra a sua arrogância e desrespeito com a população.  Como ele se recusa a participar de um diálogo respeitoso, vamos continuar conversando com o povo. Aproveito e já convido a todos os leitores para assistirem ao nosso debate com a população na próxima terça-feira, dia 24/11, às 19h, através das nossas redes sociais.

JD – Caso eleita, como pretende trabalhar em conjunto com os prefeitos das demais cidades pertencentes à região metropolitana de Aracaju, como medida de progresso unificado?

DG – Já temos um consórcio para a gestão do transporte metropolitano e temos no estado um outro consórcio de municípios com uma excelente experiência na gestão da saúde. Nacionalmente temos diversos exemplos de ações colegiadas entre municípios. Estarei aberta ao diálogo e a construir soluções conjuntas com os demais prefeitos principalmente para as áreas do transporte, gestão de resíduos, saúde e atração de investimentos.

JD – Já passou uma semana, e teremos apenas mais uma até o segundo turno. Quais são suas considerações finais direcionadas aos eleitores?

DG – Edvaldo está no poder há 16 anos e os problemas continuam. Ele não sabe ou não quer resolver, nós precisamos mudar. A cidade precisa se desenvolver. As pessoas precisam ter acesso aos serviços básicos com qualidade e a oportunidades de emprego e renda. Precisamos de esperança.  Se você, assim como eu, fica indignada com pessoas morando sem acesso à água, com esgoto correndo à céu aberto, sem pavimentação e com a falta total de investimento no desenvolvimento da cidade, você também quer mudança. Estou aqui para fazer uma gestão técnica e eficiente. Uma gestão com transparência e diálogo. Uma gestão honesta. Vamos cuidar das pessoas e desenvolver a cidade. Se você quer mudar, no dia 29 de novembro, vem com o 23.