Timoneiro (Divulgação)
De vento em popa
Publicado em 04 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
O mau humor da Faria Lima não contaminou o setor produtivo brazuca, constata Fernando Haddad, timoneiro encorajado por bons ventos e coordenadas precisas de números.
O ministro não precisou se fiar no brilho e na posição das estrelas para comemorar o rumo certo tomado pela economia, sua mão ao leme. Ao contrário do tal mercado, Haddad, o otimista, acerta todas.
O Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o primeiro trimestre, de acordo com o IBGE. Ou seja, a economia nacional não apenas cresce, mas o faz como uma embarcação de vento em popa, em ritmo acelerado.
Para variar, o resultado superou a expectativa pessimista do mercado, que previa um crescimento muito menor, entre 0,7% e 1,2%. A mediana das projeções era de apenas 0,9%- segundo levantamento da revista Exame feito entre economistas e relatórios de instituições financeiras.
A discrepância entre os fatos e as projeções fracassadas dos endinheirados me põe a pensar nas razões desta gente.
Outro dia, na varanda de uma cobertura, a revolta dos bem aquinhoados quase jogou água em minha cerveja. O agradável anfitrião mudou de semblante ao comentar a exorbitância dos impostos, em desacordo com a péssima qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. Eu, o único ali dependente do Sistema Único de Saúde, um homem pardo, corei de vergonha.
Tenho hábitos de consumo muito simples, isso talvez embace a minha percepção da economia, um jogo de grandes ambições, briga de cachorro grande. Adotei uma rotina de prazeres baratos, admito. Troco fraldas, dedico toda a atenção do mundo aos meus filhos. Bebo duas cervejas antes de me jogar no trabalho. Vou à praia em pleno dia útil. Aproveito o mais breve intervalo em minhas obrigações diárias para tomar um banho de mar.
Durmo cedo, acordo com as galinhas. Não quero outra vida, eu confesso. Nem temo o futuro.