Déda manda secretário "baixar a bola"
Publicado em 03 de maio de 2013
Por Jornal Do Dia
O governador Marcelo Déda recomendou ontem que o secretário do Meio Ambiente de Aracaju, Eduardo Marques, "baixe a bola e seja mais técnico e não político, porque ele não entende de política". Foi em resposta a declarações do secretário, que considerou como política a decisão da Adema em solicitar novos estudos técnicos para liberar a construção de novo cais de proteção na 13 de Julho. "De política entende João Alves Filho. É preciso que ele entenda que é um promotor de Justiça. Hoje está na secretaria, amanhã estará no Ministério Público. Que se lembre que o que vale na vida é credibilidade", ressaltou.
Segundo o governador, a população sergipana está assistindo a uma discussão eminentemente técnica, garantindo não haver questões políticas ou pessoais da parte da Adema, por meio do secretário de Estado do Meio Ambiente, Genival Nunes. "A Adema é uma agência de Meio Ambiente. O secretário de Meio Ambiente é Genival Nunes e eu não conheço nesse estado, uma autoridade mais qualificada do ponto de vista técnico e ético na área ambiental do que Genival Nunes. A posição da Adema não é uma posição pessoal contra nenhuma autoridade nem é uma posição política contra nenhum partido. É a preocupação de um técnico que com a sua equipe não está emitindo nenhum posicionamento de mérito sobre o projeto, muito pelo contrário, a responsabilidade do projeto é da Prefeitura de Aracaju e ela faz o que ela achar conveniente fazer. Nós não queremos interferir nas prioridades nem nas decisões da Prefeitura", garante.
Déda ressaltou que o secretário Genival Nunes tem o Código Florestal, a legislação de Meio Ambiente, a Constituição Federal, a Constituição Estadual e as normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para obedecer. "Quem desobedece a legislação ambiental, quem pratica atos a descoberto da lei, acontece o que aconteceu no Rio Grande do Sul (lá os secretários de Estado e de Porto Alegre do Meio Ambiente foram presos acusados de fraudes em licenças ambientais). O que Genival diz é o seguinte: A Adema precisa de um estudo técnico que mostre que as obras que vão ser feitas na 13 de Julho não vão ter implicações nem na própria avenida Beira Mar mais à frente, nem na Coroa do Meio, nem lá na Barra dos Coqueiros. Essa atitude é inclusive de quem quer colaborar porque nós não estamos pedindo a Rima não, estamos pedindo um estudo técnico", ressalta.
O governador lembrou ainda a discussão entre Edvaldo Nogueira (PCdoB) e Ganival Nunes em torno da lixeira do município de Nossa Senhora do Socorro, mesmo os dois sendo aliados do Governo do Estado. "Todo mundo acompanhou a discussão de Edvaldo Nogueira com Genival Nunes, quanto à questão da lixeira em Socorro. Então não é uma questão política. Eu fiz um projeto para duplicar a Orlinha do bairro Industrial, a Adema não me liberou. Eu tive que mudar o projeto. Vou fazer só na avenida, mas não vou fazer mais os bares do lado do rio, porque ia precisar aterrar dez metros de rio e eles não deixaram. Eu sou o governador e poderia demitir o secretário e botar outro. Mas, eu sou escravo da lei e todos os secretários de Estado devem ser escravos da mesma lei", destaca.
De acordo ainda com Marcelo Déda, o que precisa é mais diálogo e mais entendimento na discussão da execução de obras na 13 de Julho. "O que nós pedimos às pessoas é tranquilidade e paciência. A qualidade do meu relacionamento com o prefeito João Alves Filho é excelente, de respeito mútuo, mas existem divergências. Não adianta um secretário de meio ambiente, promotor de Justiça agir com arrogância, nem achar que peitando o secretário estadual Genival Nunes vai resolver o problema, porque não vai, porque o secretário tem todo o apoio do governador", enfatiza.
E concluiu: "Eu não posso fazer pela Prefeitura de Aracaju aquilo que eu não fiz por mim. Não posso fazer com João Alves, o que eu não fiz por Edvaldo Nogueira: interferir na Adema para rasgar a opinião técnica de profissionais de alta qualificação que fazem a fiscalização ambiental em Sergipe. Se eu agir assim, estou traindo a lei e o meu mandato. O secretário municipal de meio ambiente e promotor de Justiça tem tentado politizar e isso tem me espantado e me deixado realmente preocupado, pois essa forma agressiva, de tentar fazer guerra com a Adema, só prejudica".