AS CASAS FORAM CONSTRUÍDAS NA ÁREA DE CONTENÇÃO DA PONTE
Antigos moradores recolhem telhas que poderão ser reaproveitadas
Publicado em 19 de junho de 2013
Por Jornal Do Dia
AS CASAS FORAM CONSTRUÍDAS NA ÁREA DE CONTENÇÃO DA PONTE
Antigos moradores recolhem telhas que poderão ser reaproveitadas
Na manhã de ontem sete casas que ficavam próximas à cabeceira da Ponte Gilberto Vilanova, bairro Inácio Barbosa, em Aracaju, foram demolidas após ordem de serviço oficializada pela Prefeitura de Aracaju, através da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). Segundo informações repassadas por técnicos municipais que acompanhavam o trabalho, as famílias proprietárias dos imóveis já haviam sido indenizadas para deixar o local quando a ponte que liga o bairro ao conjunto Augusto Franco ainda estava em construção. Para a manhã de hoje, a perspectiva é que o serviço seja reiniciado para que os entulhos sejam retirados.
Na tentativa de coibir o trabalho dos operários, os moradores quebraram os vidros e furaram os pneus do trator. Para prosseguir com a missão, equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar foram acionadas. De acordo com os moradores, muitos estavam trabalhando no momento em que as máquinas começaram a chegar à localidade. "Recebi uma ligação de uma vizinha e quando cheguei por aqui estava quase tudo perdido. Não avisaram que iriam fazer isso hoje, não deu tempo pra sequer tirar os bens de dentro. Por isso que houve essa revolta", disse a ex-moradora Linalva Dias.
No local existe uma casa irregular que será demolida em até dois dias úteis. Esse imóvel, ainda intacto, pertence ao morador Glackson Manoel Felix Santana que conseguiu firmar um acordo junto a Emurb para retirar em tempo hábil todos os pertences. Com a esposa, Glackson mora na residência com mais três filhos. "Hoje minha casa também não foi demolida porque estava saindo pra trabalhar quando eles chegaram. Tentei convencer a conceder esse prazo também para as outras famílias, mas eles só atenderam ao meu imóvel". Alegando não ter para onde ir, ele informou ainda que não recebeu nenhum auxílio moradia por parte da PMA.
"Moro aqui há um ano e de lá pra cá nós não recebemos nenhum desses benefícios que eles estão falando aí não. Como não tem jeito, vou buscar um local seguro pra proteger meus filhos, principalmente nesse período de chuva e frio", pontuou. Conforme informações apresentadas por Jacineide dos Santos, uma das moradoras da região, todos os lotes de terra foram comprados há mais de um ano pelos populares, mas não possuem qualquer documento oficial que comprove a legalidade da moradia. Presume-se que aproximadamente 40 pessoas, entre crianças, adultos e idosos moravam na região.
Ausência – Diante da revolta de alguns populares, Valdson Melo, coordenador de Controle Urbano da Emurb, informou que prevendo uma possível rejeição, a prefeitura tentou notificar previamente os moradores, mas todas as vezes que os técnicos municipais foram às casas, mais de 90% estavam desabitadas. "Se a reivindicação deles era avisar antecipadamente, isso nós tentamos por duas vezes, mas não tinha ninguém. É tanto que na manhã de hoje, assim que começamos os nossos trabalhos, das oito residências irregulares, apenas uma tinha gente", afirmou.
Segundo informações repassadas pela Assessoria de Comunicação do órgão municipal, a área onde se localizavam as casas é de preservação ambiental e vai servir como área de manutenção da ponte.