Escultura de Antonio da Cruz
Instalada no litoral sul de Sergipe, na altura de Estância, a Petrobras vai devolver a estrutura da plataforma, sem procurar empresas que poderiam se interessar pela exploração de campo
Publicado em 12 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
Escultura de Antonio da Cruz
Instalada no litoral sul de Sergipe, na altura de Estância, a Petrobras vai devolver a estrutura da plataforma, sem procurar empresas que poderiam se interessar pela exploração de campo
Em nota divulgada na última quarta-fei- ra, a Petrobras informa o "descomissio namento" da FPSO Piranema na Bacia de Sergipe-Alagoas. É mais uma confirmação do que a companhia tem mesmo pressa em deixar o estado de Sergipe.
FPSO significa Floating Production Storage and Offloading (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência). Instalada na Bacia Sergipe-Alagoas, litoral sul, na altura de Estância, a plataforma foi inaugurada em 2007 e tem capacidade de produção de até 30 mil barris por dia de óleo e estocagem de 300 mil barris.
A nota da Petrobras foi sucinta: "A Petrobras informa que, após aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e da Marinha, iniciou o descomissionamento da plataforma P-12, na Bacia de Campos. Também estão previstos para 2020 os descomissionamentos da P-07 e P-15, na Bacia de Campos, e da FPSO Piranema na Bacia de Sergipe-Alagoas. De acordo com o Plano Estratégico da companhia para 2020-2024, 18 plataformas de produção serão descomissionadas até 2024. O descomissionamento das plataformas será realizado de acordo com as melhores práticas mundiais. Em parceria com outras empresas e com a comunidade científica, foram desenvolvidas metodologias que permitem a identificação da alternativa que melhor equilibra os aspectos de segurança, meio ambiente, técnico, social e econômico. As plataformas P-07, P-12 e P-15 serão ofertadas em leilão público previsto para ocorrer no mês de julho"
No caso de Piranema, instalada no litoral sul de Sergipe, na altura do município de Estância, a Petrobras vai simplesmente devolver a estrutura da plataforma, sem procurar sequer empresas que poderiam se interessar pela exploração, como ocorre no caso do campo da Tartaruga, em Pirambu, posto à venda pela companhia no último dia 29 de junho.
Desta vez o governo de Sergipe, ao menos, informou que está tentando a desativação da plataforma. "Atento às perspectivas econômicas para o estado no setor de Petróleo e Gás, o Governo de Sergipe vem mantendo o diálogo com diversas instituições a fim de garantir a continuidade das operações de exploração nos campos de Piranema e Piranema Sul. Localizados no litoral sergipano, os campos são reconhecidos como uma importante área de produção de óleo e com grande potencial de gás proveniente da reinjeção realizada ao longo da extração do petróleo", informou o governo em sua agência de notícias.
Segundo a agência, "o governo acirrou o debate em face do recente anúncio de que a Petrobras está na iminência de adotar o processo de hibernação dos campos. Entendendo a relevância de suas operações para Sergipe e região, o Governo defendeu a oferta dos campos a possíveis substitutos, com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) conduzindo os diálogos. Nesse sentido, foram acionadas as representações na ANP, da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia (MME) no intuito de alinhar interesses e construir estratégias".
"É imprescindível que, antes da desativação final dos campos, sejam envidados esforços da petroleira na identificação de um novo agente substituto para a exploração, mesmo tendo ciência de que já houve oferta pela empresa, sem sucesso. Outras tentativas e possibilidades devem ser estudadas, como a colocação dos citados campos em oferta permanente da ANP, antes que sejam efetivadas a retirada das instalações e o tamponamento dos poços", disse o governador Belivaldo Chagas por meio de ofício.
Ainda segundo o documento enviado à Petrobras, Ministério de Minas e Energia e ANP, o interesse do Governo na continuidade das operações de Piranema é veemente, "independentemente da titularidade do agente explorador" – ou seja, o governo de Sergipe não enxerga problemas na saída da Petrobras do estado.
Em primeiro de abril de 2020, a Petrobras já havia paralisado a produção nas plataformas de exploração de petróleo e gás natural em águas rasas no estado de Sergipe, desativou a sua sede em Aracaju e fechou o Tecarmo, terminal de processamento montado há mais de 40 anos na Atalaia que recebia todo o petróleo e gás extraído das plataformas, e era responsável pela distribuição de gás de cozinha para municípios de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Em Sergipe, a companhia ainda tem 27 plataformas marítimas de óleo e gás, sendo 26 em águas rasas. O principal é o Campo de Guaricema, descoberto em 1968 e que foi a primeira exploração feita pela Petrobras no mar. Atualmente, Guaricema tem oito plataformas. As outras se estendem no litoral sergipano, pelos campos de Caioba (três), Camorim (10), Dourado (três), e Robalo (um).
Sem força política, o estado vai perdendo tudo o que conquistou a partir da década de 1960. A pobreza e a miséria vão aumentar ainda mais.
As contradições do PT
Enquanto o presidente do PT em Sergipe, deputado federal João Daniel, e o deputado estadual Francisco Gualberto, um dos mais importantes quadros do partido no estado, assinaram a nota de solidariedade ao prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), condenando a operação da Polícia Federal e da CGU para apurar supostas irregularidades durante a instalação do hospital de campanha, o ex-deputado Márcio Macedo, pré-candidato a prefeito da capital, usou as redes sociais para atacar seu antigo aliado.
Para Márcio Macedo, "ao priorizar flagrantemente a comunicação e o marketing eleitoral disfarçado em detrimento do cuidado das pessoas, o prefeito compromete vidas e demonstra seu completo despreparo como gestor público. Deixa claro sua incapacidade para enfrentar crises. Foram mais de R$ 16 milhões do tesouro municipal disponibilizados no orçamento para a comunicação e marketing, enquanto para a saúde investiu com recursos próprios apenas pouco mais de R$ 3 milhões além daquilo que é obrigado constitucionalmente. É a sanha pela promoção pessoal falando mais alto que o interesse público".
Qual a opinião do PT deve prevalecer?
Lata de sardinha
O equilíbrio financeiro das empresas de ônibus hoje depende de que haja 6 passageiros por metro quadrado, segundo dados da NTU (Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbano), divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo. Com a pandemia do novo coronavírus isso deixou de ser possível.
A NTU diz que até 30 de junho as empresas de transporte coletivo de todo o país acumulavam déficit de R$ 3,72 bilhões. A estimativa é que até dezembro esse prejuízo chegue a R$ 8,79 bilhões.
O setor tem feito lobby em Brasília, pedindo ajuda federal, e empresários, municípios e especialistas vêm defendendo mudança no modelo como esse transporte é financiado no Brasil hoje.
Em ano eleitoral, empresas de ônibus costumam fazer a festa de muitos candidatos.
Antoniolli segue Bolsonaro
Adufs, Sintufs, DCE e outras entidades da Universidade Federal de Sergipe, além das centrais sindicais, divulgaram nota pública solicitando o adiamento da eleição da lista tríplice para a escolha do novo reitor da UFS, marcada pelo reitor Ângelo Antoniolli para o próximo dia 15, às 9 horas, até que se conclua a consulta pública em andamento, suspensa em função da pandemia do novo coronavírus.
Quatro chapas estão participando da consulta, forma pela qual Antoniolli foi eleito vice-reitor e reitor por dois mandatos seguidos (16 anos). Desta vez o reitor preferiu apostar na indicação indireta pelo conselho, tanto que o seu candidato, o atual vice-reitor Valter Joviniano de Santana Filho, sequer inscreveu chapa para análise da comunidade universitária.
Desde a gestão de José Fernandes de Lima (1996-2000 e 2000-2004) o Conselho da UFS sempre respeitou o resultado da consulta pública. Antoniolli resolveu seguir à risca o que preconiza o governo Bolsonaro.
Projeto tipifica crimes e aumenta penas para condutas ilegais na internet
O Senado analisará projeto de lei que eleva as penas para crimes contra honra, ameaças e hackeamentos praticados pela internet. O (PL) 3.683/2020 determina também que haja reparação de dano decorrente de ato ilícito praticado na internet e endurece as regras da propaganda eleitoral. A proposta foi apresentada pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA).
Entre as medidas, o projeto altera o Código Penal para estabelecer que serão aplicadas em dobro as penas para os crimes contra a honra, se o meio que facilite a divulgação de calúnia, difamação ou injúria consistir em emprego de tecnologias de informação e comunicação. A pena também será aplicada em dobro se o crime for cometido mediante pagamento ou promessa de recompensa, por ação coordenada de grupos ou rede de disseminação na internet. O Código Penal prevê multa e detenção de três meses a três anos dependendo do crime.
De acordo com o texto, se os crimes contra a honra praticados na internet resultarem em grave sofrimento psicológico ou moral, a pena será aumentada de um terço a dois terços. A retratação de calunia ou difamação deverá ser realizada pelos mesmos meios e na mesma medida em que se praticou a ofensa. E não será aplicável isenção da pena em crimes praticados com potencial de aumentar a disseminação da ofensa, especialmente aplicações na internet.
Segundo o senador, a discussão PL das fake news, recentemente aprovado pela Casa, deixou evidente que condutas praticadas nas redes sociais merecem respostas mais ágeis e duras por parte do Estado, visando proteger a sociedade. "A internet é um espaço necessário da vida moderna e que ali os crimes devem ser combatidos com tanta energia e firmeza quanto aqui, no chamado mundo real", declarou Coronel.
Coronel foi o relator da PL das fake news proposto pelo senador sergipano Delegado Alessandro (Cidadania), em análise na Câmara dos Deputados.
Com agências