RESTO DO TELHADO NA CALÇADA DO PRÉDIO
O telhado que desabou era do segundo piso do prédio onde funciona a igreja
O coordenador de defesa civil, Nicanor Moura observa madeira usada na cobertura
Publicado em 25 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
RESTO DO TELHADO NA CALÇADA DO PRÉDIO
O telhado que desabou era do segundo piso do prédio onde funciona a igreja
O coordenador de defesa civil, Nicanor Moura observa madeira usada na cobertura
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
Com apenas três dias de construído, telhado de casa despencou e por pouco não matou duas adolescentes no bairro Santa Maria, em Aracaju. Natali Santos Santana e Beatriz Souza Silva, ambas de 12 anos, foram encaminhadas imediatamente para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), passaram por uma série de exames e devem receber alta médica ainda hoje. Técnicos da Defesa Civil de Aracaju estiveram ontem no local e constatou falta de competência de quem realizou o serviço.
Após registrar imagens e conversar com populares, o coordenador da Defesa Civil Municipal, Nicanor Moura, informou que um relatório de inspeção será encaminhado ainda hoje, 25, para a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb). "Mais uma vez se trata de uma obra irregular, sem conhecimento da Prefeitura de Aracaju, e que poderia matar duas jovens. A sorte é que no momento existia um carro e contribuiu para amortecer a queda do telhado", disse.
O fato poderia ter se tornado em tragédia caso o desabamento tivesse ocorrido na noite de ontem. Isso porque na parte inferior existe uma igreja evangélica e todo dia de domingo reúne uma legião de fiéis. "Recebi informações que na noite de ontem a calçada estava repleta de fiéis e convidados que participavam de uma festa na casa vizinha. O contratante do serviço é quem irá se responsabilizar pelos danos". Até à tarde de ontem, nenhum morador da residência apareceu para prestar esclarecimentos.
Já a Igreja do Evangelho Quadrangular informou que o templo não tem nada a ver com o sinistro. De acordo com José Domingos, tio de uma das vítimas, as crianças estavam voltando da escola quando foram atingidas. "Nos deslocamos até uma delegacia, mas só não abrimos um boletim de ocorrência porque estamos aguardando a mãe sair do hospital. Assim que isso acontecer, iremos de imediato, porque um fato desse não pode ficar impune. Essa falta de profissionalismo poderia ter matado as duas", repugnou. Para atender às vítimas, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada.
Polícia – Após a queda, dezenas de populares se concentraram na avenida Principal e uma viatura da Polícia Militar também teve que ser acionada para preservar a integridade física dos donos da casa. "Quando chegamos, apesar da aglomeração, não havia princípio de desordens. Os moradores estavam indignados e curiosos, mas conseguiram manter a calma", alegou um agente policial.