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Desabrigados pelas chuvas permanecem em prédios da prefeitura


Publicado em 30 de maio de 2015
Por Jornal Do Dia


Dezenas de famílias que tiveram suas casas inundadas após a tempestade registrada na semana passada permanecem desabrigadas mesmo após redução considerável da chuva. O sinistro que gerou maior prejuízo para os moradores foi registrado na zona Oeste da capital sergipana, em especial nos conjuntos Santa Lúcia, Jabotiana, Juscelino Kubitscheck e Sol Nascente. Depois de três dias quase que ininterruptos de tempestade, o alto volume da chuva foi suficiente para transbordar canais e o rio Poxim. Por volta das 12h do último domingo, 24, ruas foram interditadas pela Defesa Civil e assim permaneceram até a última quarta-feira, 27.

Através de doações realizadas por empresas privadas e populares solidários às famílias, estes grupos acolhidos continuam recebendo até três refeições, cesta básica, colchões e assistência à saúde. Por medida de segurança adotada pelo Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil, a perspectiva é que algumas famílias permaneçam nos abrigos por no mínimo mais três dias. A meta é continuar analisando se as residências tiveram as estruturas abaladas e evitar que possíveis colapsos resultem em tragédias. Para piorar a situação dos desabrigados, a meteorologia prevê tempo parcialmente nublado com possíveis pancadas de chuva em áreas isoladas.

Segundo análises do coordenador da Defesa Civil, coronel Reginaldo Dória, é necessário que todas as unidades residenciais passem por estudos periciais. O especialista destacou o período de chuva que se aproxima, e enalteceu a necessidade de cuidados redobrados por parte dos moradores. "Continuamos trabalhando pela segurança de todos e pedimos que a população possa colaborar com nosso trabalho preventivo. O período de inverno se aproxima e infelizmente alguns locais ainda encontram-se com problemas, por isso pedimos que redobrem as atenções e se preciso for, nos acionem", afirmou.
Só na capital, a prefeitura estima que 90 famílias que ficaram desabrigadas no Largo da Aparecida, bairro Jabotiana, permanecem recebendo assistência social, através da Secretaria de Assistência Social e da Família. Para atender a demanda o município disponibilizou o CRAS do bairro e uma escola para abrigá-los.

Entre as famílias desabrigadas está a da servidora terceirizada Maria Cardoso Nunes que pela segunda vez necessita do auxílio emergencial. Indignada com a repetição dos fatos, ela garante que a falta de políticas públicas que deveriam ser implementadas pelos órgãos governamentais contribui para que problemas antigos continuem interferindo na vida de centenas de sergipanos.
"Essa é a segunda vez que eu sou levada pra uma escola junto com meu marido e meus filhos. O que mais deixa a gente preocupada é que essa mesma situação já foi vista pelos prefeitos e governadores e ninguém fez nada. Aqui no Sol Nascente mesmo já disseram que iriam fazer uma barragem que iria acabar com os alagamentos, mas está na cara que ninguém cumpriu com as promessas", lamentou.

Os dados do meteorologista indicam que: entre a sexta-feira, 22, e o domingo, 24, choveu em Sergipe 420 milímetros. Essa quantidade é considerada 100% a mais do previsto para todo o mês de maio. Para este mês de junho o Centro de Meteorologia estuda a real possibilidade ampliação das chuvas devido o início do inverno previsto para começar às 13h38 do dia 21.
"Nossas equipes estão atentas para qualquer mudança repentina e considerável do tempo. Em casos de emergência basta acionar o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), através do número 190 que iremos atendê-los o mais breve possível", pontuou o coronel Reginaldo Dória.

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