Desemprego cresce
Publicado em 17 de outubro de 2020
Por Jornal Do Dia
Já era esperado. O número de brasileiros sem tra balho em busca de uma vaga aumentou em 700 mil entre a terceira e quarta semanas de setembro, totalizando 14 milhões de desempregados no país. A explosão coincide com a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e foi puxada pelas regiões Norte e Nordeste, justamente onde há um maior número de beneficiários do auxílio.
Mais uma vez, a pandemia acentua diferenças. Somadas, houve um aumento de 12,3% no contingente de desempregados nas regiões Norte e Nordeste -quase sete vezes o observado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No conjunto, essas três regiões registraram um aumento de 1,8% na taxa de desemprego.
Aliás, convém sublinhar: Dos 16 estados do Norte e Nordeste, 9 têm 60% dos domicílios na lista beneficiários do auxílio emergencial. Nos sete estados restantes, mais de 50% dos lares recebem o benefício. Boa parte destes estão prestes a conhecer o desespero. O auxílio emergencial salvou boa parte da população do sufoco, mas não foi pensado para promover transformações duradouras.
Para muita gente, a face mais cruel da pandemia só será revelada agora, justamente quando os poderes públicos estaduais e municipais tocam um necessário plano de recuperação econômica. País afora, ao longo dos últimos meses, o auxílio foi revertido em consumo de bens essenciais, como alimentos e produtos de higiene. Agora, com o benefício reduzido, a disposição de menos gente, a crise tende a se agravar, sem data para ir embora.