Despertando da sonolência
Publicado em 08 de março de 2018
Por Jornal Do Dia
No último dia 04, domingo, completou dois anos do início do despertar de uma Nação chamada Brasil.Naquela manhã, com espetaculosa cobertura da Rede Globo, o Procurador da Lava Jato, Santos Lima, estava preparado para viver seu papel de Elliot Ness, prendendo Lula, ao vivo e em cores.
Naquelas horas, o massacre midiático chegara ao seu apogeu e o autor da ordem, com 90% de aprovação popular, segundo notícias divulgadas por seus aliados, estava tão seguro do sucesso da operação, que interrogava um Borracheiro do interior de Minas Gerais, por vídeo-conferência, com absoluta convicção que nada daria errado.
A soberba era tanta, que não se ateve à importância daquele Homem e de sua História. E aquele Homem que pensaram esmagar num Aeroporto, era o mesmo que há quarenta anos, não se curvou ante uma Ditadura Militar, que o prendeu e teve que soltar.
Não leu a História onde o Senador Teotônio Vilela, da Arena, partido de suporte da Ditadura inquiriu o Coronel que comandava o aparato de guerra e de braços abertos gritava a plenos pulmões em frente ao Paço Municipal de São Bernardo do Campo; quem é de Brasília que deu essa ordem superior? O Homem em questão era apenas o Presidente do Sindicato da categoria. A Ditadura prendeu, mas teve que solta-lo; ficou muito indigesto mantê-lo preso.
Com todas as tentativas autoritárias e fracassadas da República de Curitiba para voltar a prendê-lo, sem crime, é que seus protagonistas, embora ainda estejam em vantagens nos facciosos fóruns judiciais, estão amargando acachapantes derrotas na política e na opinião popular.
Uma análise bem elaborada do Prof. Marcus Ianoni, no Jornal do Brasil do dia 28 de Fevereiro mostra toda a resiliência de Lula e do Partido dos Trabalhadores nas últimas três décadas.
Pesquisa do Datafolha de 1989: PMDB 12% da preferência do eleitorado e PT 6%. Eleição presidencial; Lula 17,18% e Ulisses Guimarães 4,7%. Entre os anos de 1996 a 1998 houve empate entre os dois partidos e a partir de 1999 o PT passou a liderar com 15% e o PMDB foi para o segundo lugar com 12%.
Em 2000 o PT superou a barreira dos 20%, chegando a 23%. Em 2002 elegeu Lula Presidente, alcançando 46,44% no primeiro turno; o dobro da preferência.
Em 2004 o PT tinha 24%, caindo em 2005 e 2006 para 16% devido a AP-470, mas mesmo assim reelegeu Lula e a partir dessa reeleição chegou a 25% em Agosto de 2010; elegendo Dilma Presidenta.
Em 2013 com as manifestações de Junho – montadas nos EUA – já com a embaixadora Eliane Ayalde monitorando Moro, o PT que tinha alcançado 29% caiu para 17% em 2014 e mesmo assim reelegeu Dilma Presidenta. Um dado importante é que todos os demais partidos caíram mais que o PT.Em 2015, no auge das pautas bombas, o PT chegou a 11%; ainda assim, bem à frente dos demais, à exceção dos Tucanos que foram a 9%, seu melhor índice.
Em Dezembro de 2017 0 PT retoma seu crescimento, já com 21% enquanto o PMDB tem 5% e o PSDB 3%.O PT começou 2018 com 29% da preferência do eleitorado, com Lula vencendo em todos os cenários e em todos os Estados; com 27% dizendo que vota nele de qualquer forma e 17% dizendo que pretende votar; 24% afirma que votará em um candidato apoiado por ele e 14% que poderá votar num candidato dele, numa prova de fidelidade surpreendente.
As manifestações de apoios internacionais crescem a cada momento e o anúncio do Prêmio Nobel da Paz, Perez Esquivel, de que vai indicá-lo para receber a mesma honraria, mostra o tamanho do prestígio mundial do Ex-Presidente e como o mundo enxerga a Law Fare praticada pelos Tribunais brasileiros, que cegos e surdos, não veem e ouvem que o Gigante está despertando da sonolência.
Segundo o IPSOS, que faz pesquisa para o Estadão, em amostragem publicada Domingo; o índice de aprovação de Lula é de 42%; Moro 39%; Carmen Lucia 28%; Bolsonaro 24%; Alckmin 20%; Meireles 5%; Maia e Temer 4%.Na rejeição: Temer tem 93%; Maia 69%; Meireles 69%; Alckmin 68%; Bolsonaro 58%; Lula 56%; Moro 51% e Carmen Lucia 49%.
No início da semana Moro, já sentindo a crescente desaprovação popular e que a Casa Grande dá todos os sinais de que já cumpriu seu papel de destruir a economia brasileira e inundar o país com desempregados, pediu demissão da UFPR, onde não tem mais clima para enfrentar os alunos de Direito e anunciou que prepara para breve sua mudança para o País que defende, Estados Unidos da América.
Antes de viajar, sentiu o baque ao saber que a UEPR, em Maringá, onde seu pai foi Diretor e ele se formou, também vai lecionar uma cadeira sobre o Golpe de Estado do qual foi peça chave, seguindo o exemplo de 16 Universidades Federais. Tudo isso, após receber escrachos no México e no próprio EUA, deve ter servido de alerta.
No dia do linchamento midiático feito pelo STJ, a pesquisa CNT/MDA dá Lula com 33,4%; Bolsonaro 16,8% e Alckmin 6,4% e sem Lula, dá Bolsonaro na frente com 20% e todos estacionados, mas não coloca o candidato apoiado por Lula.
* Rômulo Rodrigues é militante político