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Com pacote de bondades e obras, Belivaldo tenta influenciar eleitor


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Publicado em 13 de agosto de 2022
Por Jornal Do Dia Se


“Belivaldo passou três anos massacrando os sergipanos para chegar forte na reta final do governo e influenciar diretamente no processo eleitoral.”

Quase diariamente, o governador Belivaldo Chagas (PSD) reserva bons espaços em sua agenda para receber prefeitos do interior e lideranças políticas. Oficialmente para discutir demandas dos municípios, na prática para cobrar empenho na campanha do deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), candidato governista à sucessão estadual.
Antes das proibições impostas pelo calendário eleitoral, Belivaldo arrastava Fábio para discursar em cerimônias de autorização e inauguração de obras. Aliás, o governador se transformou num campeão em autorizar novas obras, muitas vezes sabendo que mal dá tempo de realizar os processos de licitação. São verdadeiros comícios, com a convocação da população e de lideranças políticas do município.
Esse tipo de ato político já provocou muita dor de cabeça ao atual governador. O TRE-SE considerou as caravanas de autorização de obras em 2018 como abuso político durante a campanha eleitoral, e cassou o seu mandato. A medida foi revista pelo TSE, mas Belivaldo atravessou quase três anos com a pecha de governador cassado.
Belivaldo assumiu o governo em abril de 2018 quando Jackson Barreto (MDB) se desincompatibilizou para disputar a eleição de senador. Durante a administração tampão, o governador manteve o mesmo ritmo de gastos do antecessor, sem qualquer preocupação com a economia do estado. A prioridade era garantir a reeleição, obtida com folga sobre Valadares Filho (PSD) no segundo turno. Entre a vitória e a posse do novo mandato não houve nenhuma mudança de rumo.
A partir de primeiro de janeiro, no entanto, houve uma transformação radical no modelo de administração. No discurso de posse na Assembleia Legislativa, Belivaldo alertou para o desafio de equilibrar as contas públicas e fomentar a economia no estado. Avisou que a previsão de déficit nas contas do estado para 2019 era de R$ 500 milhões.
“Isso significa que teremos que sair em busca de recursos extraordinários para as despesas, tendo a mesma urgência de assegurar investimentos para amenizar a elevada taxa de desemprego, mas isso também depende de muitas ações complexas havendo sintonia entre os Poderes e havendo compreensão da sociedade, além de participação ativa e republicana”, afirmou.
Belivaldo adotou um arrocho sem precedentes no estado, paralisou completamente a economia estadual, suspendeu obras, continuou atrasando os salários dos servidores. Com a epidemia de covid-19, o quadro piorou, mas a economia de recursos feita nesse período acabou favorecendo o governo.
O governador entrou no último ano de sua administração com os cofres abarrotados de dinheiro e muita disposição para gastar. Só com o programa Avança Sergipe realiza investimentos avaliados em R$ 2,3 bilhões. Esta semana recebeu nova autorização da Alese para contrair empréstimo de R$ 180 milhões para o programa de recuperação das rodovias estaduais.
Este ano voltou a atenção também para o funcionalismo. Em fevereiro, o governador anunciou um reajuste de até 34,44% no salário dos servidores públicos da Administração Direta e Indireta, entre ativos e inativos.
Em junho, Belivaldo anunciou o pagamento do 14º salário para os trabalhadores da Educação Estadual, beneficiando cerca de 16 mil servidores, entre professores, merendeiras, executores de serviços básicos, auxiliares administrativos e vigilantes.
Também anunciou a liberação de cerca de R$ 33 milhões para o pagamento de licenças especiais para servidores da Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP). O pagamento será feito em dois blocos, com cerca R$ 15,8 milhões na primeira etapa – pago na sexta-feira – e mais R$ 17,2 milhões na segunda fase.
No mesmo período, enviou para a Assembleia um projeto retirando a contribuição de 14% para todos os aposentados e pensionistas do Estado que ganham até o teto da previdência, cerca de R$ 7 mil. Essa contribuição foi criada por ele mesmo, em dezembro de 2019, com o aval dos atuais deputados, à exceção de Iran Barbosa (Psol), e transformou o SergipePrevidência num órgão superavitário à custa do sacrifício dos servidores aposentados.
No mês passado dividiu R$ 100 milhões com todos os 75 municípios, com recursos do Fundeb. Nas audiências com os prefeitos autoriza obras e serviços em todas as cidades.
Belivaldo quer eliminar de vez a sua imagem de insensível e arrogante, e agora quer ser tocador de obras e protetor do funcionalismo. Passou três anos massacrando os sergipanos para chegar forte na reta final do governo e influenciar diretamente no processo eleitoral.

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