Richard Dawkins, um herege
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Deus, um delírio!
Publicado em 04 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
A liberdade de culto
é compatível com
oEstado laico? Edir Macedo, R R Soares, Silas Malafaia, ossonegadores filiados àteologia da prosperidade fazem de tudo para os sensatos responderem não.
Outro dia, depois de conspirar com a bancada evangélica -o balcão de negócios dos mercadores da fé, um entreposto ideológico instalado no primeiro escalão da República -, o presidente Jair Bolsonaro teve uma inspiração diabólica. Segundo ele, um jejum coletivo, de caráter religioso, poderia dar fim ao coronavírus de ima vez por todas, sem mais nem menos, num passe de mágica.
Eu li a notícia e pensei com os meus botões: Deus, um delírio! Richard Dawkins já demonstrou como a religião serve à guerra, ao fanatismo, ao genocídio, à concentração de renda, etc. Em Terra Brasílis, no entanto,os capitalistasda bíblia não agemsozinhos, atuam em consórcio com o militarismo e as milícias ora encarnadas na figura do próprio presidente. Aqui, as preces dos autoritários tendem a ser atendidas, viram História.
Distopias não são fruto exclusivo de imaginação adoecida, a pandemia em curso adverte. O coronavírus percorreu as maiores distâncias num piscar de olhos. É impossível estimar o número de portadores do Covid-19. Um milhão de homens já foram enterrados.
Ateu, graças a Deus, eu jamais cederia um centavo sequer dos meus rendimentos suados para sustentar a vida boa de um pastor. Desde quando Martinho Lutero traduziu o livro sagrado dos cristãos, vertido do latim para a língua de toda a gente, ninguém tem razão para frequentar as igrejas. Mas, para cada herege convicto, para cada agnóstico, há um milhão de fanáticos. Infelizmente, obestseller de Dawkins não vendeu tanto assim.
Rian Santos
A liberdade de culto é compatível com oEstado laico? Edir Macedo, R R Soares, Silas Malafaia, ossonegadores filiados àteologia da prosperidade fazem de tudo para os sensatos responderem não.
Outro dia, depois de conspirar com a bancada evangélica -o balcão de negócios dos mercadores da fé, um entreposto ideológico instalado no primeiro escalão da República -, o presidente Jair Bolsonaro teve uma inspiração diabólica. Segundo ele, um jejum coletivo, de caráter religioso, poderia dar fim ao coronavírus de ima vez por todas, sem mais nem menos, num passe de mágica.
Eu li a notícia e pensei com os meus botões: Deus, um delírio! Richard Dawkins já demonstrou como a religião serve à guerra, ao fanatismo, ao genocídio, à concentração de renda, etc. Em Terra Brasílis, no entanto,os capitalistasda bíblia não agemsozinhos, atuam em consórcio com o militarismo e as milícias ora encarnadas na figura do próprio presidente. Aqui, as preces dos autoritários tendem a ser atendidas, viram História.
Distopias não são fruto exclusivo de imaginação adoecida, a pandemia em curso adverte. O coronavírus percorreu as maiores distâncias num piscar de olhos. É impossível estimar o número de portadores do Covid-19. Um milhão de homens já foram enterrados.
Ateu, graças a Deus, eu jamais cederia um centavo sequer dos meus rendimentos suados para sustentar a vida boa de um pastor. Desde quando Martinho Lutero traduziu o livro sagrado dos cristãos, vertido do latim para a língua de toda a gente, ninguém tem razão para frequentar as igrejas. Mas, para cada herege convicto, para cada agnóstico, há um milhão de fanáticos. Infelizmente, obestseller de Dawkins não vendeu tanto assim.