Quinta, 23 De Janeiro De 2025
       
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DILMA DE LA PAZ A GRAÇA FOSTER


Publicado em 19 de janeiro de 2015
Por Jornal Do Dia


A presidente (a ) Dilma  faz questão de demonstrar suas idiossincrasias. Essa palavra um tanto estranha, cujo sinônimo poderia ser  manias, era comum em Sergipe quando o exemplar homem público Jose Carlos Teixeira a ela recorria muito, tipificando   atitudes estranhas , inadequadas,  que estariam a prejudicar  a evolução política do estado e do país.
As idiossincrasias de Dilma  originam-se no apego   às suas próprias convicções, mesmo que as circunstancias estejam a sugerir    a necessidade de um agiornamento.
A um estadista não é dado o privilégio de ter motivações pessoais, idéias exclusivas .  A responsabilidade complexa com o governo impõe, até mesmo, o sacrifício  das próprias convicções, desde que assim se proceda em função do interesse público.  A História deu passos enormes e até então insuspeitados,  e o que parecia sólido desmanchou-se no ar,  metáfora que Marx e Engels utilizam no Manifesto Comunista  antecipando a dissolução do sistema capitalista. Todavia. a hidra tem mais de 7 cabeças,  e resiste,  muda,  se renova. O capitalismo não cultiva idiossincrasias, até porque é destituído de  sentimentos.   Mas não foi em vão a luta, porque  a hidra transformou-se,  exibiu cara nova nas sociais- -democracias, apegou-se às liberdades públicas, fez do pluralismo a sua plataforma,   entendeu que problema social não é caso de polícia.
Pensar moderno, hoje, é procurar compatibilizar a ecologia com o sistema produtivo, e isso significa realizar mudanças radicais na economia de mercado, todavia, sem idiosincrasias,  sem um  açodamento que nos levaria a uma crise insolúvel. Um exemplo: Automóvel polui, envenena o ar, mas não se podem fechar  montadoras porque isso geraria um monumental desemprego  uma crise sem precedentes. Mas há como se buscar alternativas, e esse exemplo serve para todas as demais atitudes, para todos os comportamentos políticos, que, em primeiro lugar, devem ser destituídos de idiossincrasias.  Sem idiosincrasias a presidente Dilma teria evitado essa capitulação que se tornou inevitável:    um banqueiro para devolver credibilidade à economia.
 Sem idiossincrasias  Dilma já deveria ter exonerado Graça Foster do comando da Petrobrás, mesmo que ela seja a mais sacrossanta  dos gestores públicos.  Como proclamaram no Senado romano:  "Não basta que a mulher de Cezar seja honesta, ela tem de parecer  honesta".
Dilma,  neste instante crucial em que os capitais fogem do Brasil e a Petrobras se dissolve, sem idiossincrasias, não deveria estar em La Paz,  teria de ir a Davos, ( pronuncia-se Davôs) e por lá desfilar, com simpatia, se possível, usando  o mesmo discreto e elegante modelito que vestiu na segunda posse,  substituindo o outro, o da primeira vez, evidenciando,  assim, que  ‘modelitos’  são sempre renováveis.
Entre La Paz e Davos, de um modelito ao outro, 4 anos se passaram, e na capital boliviana o modelito de Dilma também perdeu o charme. E a oportunidade.
Lula, metalúrgico e homem, entendia muito mais  de ‘modelitos’  do que a mulher e economista Dilma,  nossa pétrea, idiossincrática  gerente.

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