Direita volver!

O primeiro e maior compromisso de um homem consiste em pacto firmado a portas fechadas – só ele e Deus, talvez. Mais ninguém.

As alianças vêm depois. Desde então, toda sorte de acordos e filiações derivam de estratégia ou ambição. O verdadeiro contrato fora assinado antes, em recesso íntimo.

Amigos me falam da convocação realizada por Luiz Roberto, a fim de dar ouvidos aos lamentos e exigências da classe artística. Outros candidatos fizeram o mesmo, receberam artistas, professores, pastores evangélicos e policiais, sinceramente comovidos com o chororô de cada categoria profissional. As lágrimas derramadas durante uma campanha eleitoral, no entanto, secam rápido. Uma vez diplomado, o candidato eleito não vai querer saber de tristeza, nunca mais.

Luiz Roberto, candidato do homem abadá, tem como vice o empresário Fabiano Oliveira (leia-se ASBT e Pré Caju). O negócio dele é trio elétrico, sertanejo universitário, pagode romântico, axé e arrocha. Quisesse mesmo saber de música, teatro, cinema, poesia, teria outros padrinhos políticos, andaria em outra companhia.

Em verdade, o eleitorado progressista da capital sergipana está órfão de representação partidária. Deriva de tal lapso as chances inéditas de Emília Corrêa – xará da boneca de pano criada por Monteiro Lobato, numa rima ideológica de pia e cartório.

De acordo com as projeções dos institutos de pesquisa, não tem pra mais ninguém. Emília é favorita. Direita por direita, os reaças, conservadores, negacionistas e afins sabem muito bem quem sempre marchou a seu lado.