**PUBLICIDADE
Discussão do COVID-19
Publicado em 19 de abril de 2020
Por Jornal Do Dia
O HIFA-pt é um fórum de discussão em por tuguês que reúne mais de 2.150 membros provenientes de vários países incluindo os oito países de língua portuguesa. O HIFA-pt foi lançado em novembro de 2009 em Maputo, Moçambique, com o objetivo de incluir os profissionais de saúde, formuladores de políticas, gestores, bibliotecários e profissionais da informação dos países de língua portuguesa em uma rede de discussão ampla e conectada onde possam discutir e trocar experiências sobre temas de comum interesse e que todas as pessoas tenham acesso à informação em saúde que necessitam.
Na minha condição de integrante de referido fórum, ratifico o lema de que "juntos, podemos impedir que as pessoas morram devido à falta de informações sobre saúde." O fórum HIFA aponta que a falta de informações sobre assistência médica contribui para dezenas de milhares de mortes evitáveis todos os dias em todo o mundo, em todas as áreas da assistência médica. Intervenções que salvam vidas, como aumento de líquidos para diarréia infantil e amoxicilina para pneumonia infantil, geralmente estão disponíveis localmente, mas simplesmente não são fornecidas a tempo devido à falta de informações sobre cuidados médicos.
O tema de saúde mais discutido no momento em todos os lugares do mundo é o COVID-19 e para este tema, irei referenciar-me incialmente, em Carina King, uma epidemiologista de doenças infecciosas. Carina está sediada no Departamento de Saúde Pública Global, Instituto Karolinska, em Estocolmo, e é afiliada ao Instituto de Saúde Global, University College London. Sua pesquisa se concentra em melhorar o diagnóstico e o gerenciamento de casos de pneumonia pediátrica em ambientes de baixa renda. Para Carina King, o COVID-19 precisará de instituições fortes para liderar, inovar e defender de maneira importante políticas baseadas em evidências. Portanto, embora a falta de fundamentação cultural seja uma desvantagem, ela acredita que, quando os argumentos são cientificamente sólidos, eles são mais válidos.
Ainda sobre o COVID-19, citarei a Índia, país que tive a oportunidade conhecer em 2007, vivenciado as ações de responsabilidade social do Rotary Internacional. Pois bem, em uma tentativa de controlar o COVID-19, a Índia está no meio de um bloqueio de mais de 30 dias. Está cada vez mais claro que o COVID-19 não pode ser resolvido em uma corrida de pouco mais de 30 dias. A grande questão na mente de todos é como, quando e de que forma o COVID-19 terminará?
No exemplo da Índia, a contenção bem-sucedida compreende o rastreamento da transmissão da doença em uma comunidade por meio de vigilância ativa, testes extensivos, isolamento de casos de COVID-19, rastreamento adicional de contatos e quarentena. As medidas de bloqueio (mitigação) visam diminuir a taxa na qual uma propagação adicional do vírus ocorre e reduzir o aumento previsto, ao mesmo tempo em que se amplia as capacidades de teste e tratamento e nisso, o governo da Índia tem buscado realizar ações para aumentar a capacidade de mais testes.
Ainda sobra a COVID-19 irei citar adiante duas observações de uma séria escrita em um artigo por 23 profissionais internacionais, todos especialistas em cuidados de saúde, sistemas de saúde, política de saúde e economia da saúde na Europa. Eles escreveram o seguinte:
"A pandemia do COVID-19 demonstrou a importância da cooperação na área da saúde entre os Estados Membros da União Europeia, como a Iniciativa de compras conjuntas para contramedidas médicas e a Iniciativa de medicamentos inovadores, mas há necessidade de ir mais longe, agora, usando mecanismos como o os do artigo 196.º do Tratado de Lisboa, sobre cooperação em caso de catástrofes naturais ou provocadas pelo homem e, no futuro, através de mecanismos de cooperação reforçados, com base nos estabelecidos no semestre Europeu."
Aqui na nossa América do Sul, não existe nenhum tipo de cooperação do tipo, relembro que nós do Brasil fazemos parte da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração) e do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), que são tentativas de integração regional sob a forma de livre comércio entre os países da América do Sul, mas infelizmente não evoluímos na execução de referidos tratados, e neste momento precisamos de uma maior integração da América Latina.
"Essa pandemia também mostra a necessidade urgente de inovações em prevenção e assistência, explorando as oportunidades oferecidas pela digitalização, como serviços de tele medicina em situações em que a provisão presencial precisa ser minimizada. A cooperação e a inovação são necessárias para aumentar a resiliência de nossos sistemas de saúde por meio de um forte atendimento centrado nas pessoas e nas pessoas, que beneficiará todos os cidadãos europeus."
Pesquisando no site do Conselho Federal de Medicina do Brasil, encontrei um parecer de 2017, sobre uma consulta do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo que trata da adequação dos atos médicos no âmbito do Programa de Tele Saúde. Este projeto de Tele Saúde do Espírito Santo precisa se mais difundido e aplicado em todo o Brasil. Claro que respeitadas todas as recomendações do Parecer do Conselho Federal de Medicina, a exemplo das seguintes: o prestador do serviços deverá ser obrigatoriamente, um médico devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina e, o Conselho Regional de Medicina deverá estabelecer constante vigilância e avaliação das técnicas de telemedicina referentes à qualidade da atenção e relação médico/paciente e preservação do sigilo profissional.
Enfim, como economista, julgo que o COVID-19 já fez uma forte ruptura econômica, pois as medidas de contenção forçando um grande número de pessoas a ficar em casa, certamente excederá o que aconteceu no auge da última crise financeira internacional. Todos serão atingidos e teremos um novo panorama econômico mundial.